Daddy Kink | KNJ

TRINTA E DOIS JOON

        Escuto a mulher a minha frente falar como teríamos o nosso primeiro filho. Ela estava bastante animada, enquanto eu ainda me mantinha assustado. Por muitos anos desejei ser pai, mas, todas as vezes no passado, quando falava sobre isso com a Hyejin, a mesma desconversava. Um dia, quando decidimos dar uma volta, paramos em frente a um parque, enquanto víamos várias crianças correndo, ela expos os motivos de não pensar em ter filhos e compreendi desistindo de insistir no assunto. Eu poderia abrir mão de um sonho para estar ao seu lado. Mas agora, a mulher estava falando sobre querer ser mãe.

        Sai do quarto com a justificativa de que precisava tomar um ar. O vento soprava frio, o que me fazia arrepender de não ter colocado uma blusa de moletom. Coloque as mãos nos bolsos da calça de moletom, tentando ignorar o frio nos braços e caminhei pelos campos do fundo da mansão. Era uma avalanche de informações, que eu precisava digerir tudo para entender como poderia resolver toda a situação onde estava. Minha mente estava uma bagunça, parecia que estava tentando resolver as grandes questões de matemática da época do ensino médio e o meu futuro dependesse de achar a resposta certa.

        Mais ao longe, vejo uma figura pequena em baixo de uma arvore. Me aproximo com calma para não assustar quem fosse. Meu coração acelera as batidas, quando reconheço quem esta ali. Ela usava uma camisola grossa, os cabelos soltos e em suas mãos continha um caderno e caneta. Suas mãos trabalhavam escrevendo cada linha com precisão. Se pudesse escolher um momento para pausar a vida, este seria o selecionado sem pensar duas vezes. Kristen estava tão linda. Será que mereço uma mulher como ela na minha vida? Se não, faria de tudo para ser merecedor de tal honra.

        Chamei seu nome, me agachando em sua frente. Seus olhos correm para os meus, como se procurasse respostas, das quais eu não tinha. Um vento mais gelado atravessou meu corpo, me deixando preocupado com o fato dela estar no sereno. E se ela ficasse doente? Indaguei o que ela estava fazendo do lado de fora. Kris se levanta rápido, faço o mesmo que ela, a tempo de segura-la quando tropeça na raiz exposta da arvore. Foi uma eternidade o tempo, os minutos que passamos um olhando pro outro. Sentiu um aperto, pois parecia que estávamos gravando nossos rostos na memoria um do outro, porque não nos veríamos mais.

        O medo de perder a Kristen me tomou, quando a mesma se afastou dos meus braços, no momento que ousei falar algo. As palavras que saíram da sua boca, nos minutos seguintes, me machucaram mais do que quando fui deixado no altar. "Fique longe de mim", "Você não é nada para mim" e "Não me importo com a sua vida, assim como você não se importou com a minha", me xinguei internamente, por tudo que a fiz passar. Não tinha noção do que estava acontecendo durante todo esse tempo. Me mantive cego para conseguir perceber? Ou, realmente, tudo que estava acontecendo ao meu redor era imperceptível? Um mar de questionamentos estava envolta de nós.

        Assim que David se vira para ir embora, as palavras fogem da minha boca em desespero: "eu te amo". Meu medo estava falando mais alto. A quanto tempo isso não acontecia? Estava nervoso e sentido que seria deixado novamente. Era muito precipitado dizer que amava ela? Sim, não havíamos nos conhecido melhor e nem era o momento certo para isso, mas falei sem pensar, mesmo sendo algo que realmente estava sentido.

        "Se me amasse mesmo não estaríamos nessa situação", sua resposta me deixou congelado. Kris se afastou rápido, enquanto me mantive parado no mesmo lugar com os olhos embaçados pelas lagrimas. Me senti tão indefeso. Pronto para ser levado pela primeira ventania que viesse. Depois de um tempo parado ali, voltei ao quarto, encontrando a Choi dormindo. Estava bem tarde.

        Não ia desistir de primeira. Iria tentar reconquistar a David, mas antes precisava tirar nós daqui o mais rápido possível. Assim como, precisava saber como iria convencer a mulher vir comigo.