Daddy Kink | KNJ

QUARENTA E CINCO JOON

        As lembranças do passado me tomam, fazendo com que sorria da minha própria ingenuidade, enquanto caminhava despreocupadamente pelo jardim. A mansão, em que meu amigo escolheu para dar uma de suas famosas festas, era bastante exagerada e continha um enorme labirinto na aérea externa. Por um minuto, pensei em me perder ali dentro para nunca mais me acharem. Mas me esconder não me traria melhora. Sentia que a minha vida estava uma merda desde que havia voltado do hospital de Monte Carlo para casa. Demorei um tempo para receber minha alta e de todas as visitas que recebi, nenhuma era da David. Jackson prometeu que iria me dar noticias sobre ela, assim com Halsey disse que conversaria também.

        Puxo pesadamente o ar, tentando pensar no que poderia fazer depois que fosse embora daquela festa. Esvaziar uma garrafa de gim, tomar um ganho frio e dormir durante todo o fim de semana. Meus hábitos com a bebida ficaram péssimos, graças a Kristen, quando voltei. Entendi que queria um tempo, mas aquilo parecia ser um fim, principalmente, a vendo com outro. Depois de tudo que vivemos, ser ignorado e afastado por semanas, me deixou em pedaços. Não podia cobrar nada dela, por não tínhamos firmado nada sobre nosso relacionamento, mas queria. É babaca isso? Talvez, mas me sentia indignado sobre os meses, que passei sem ela.

        Primeiro, pensei que estivesse assustada, por quase me ver morrer. A Kristen havia se escondido de mim dentro da minha própria empresa. Sempre tentava arrumar alguma justificativa para encontrá-la, na segunda sede, chefiada pelo Seokjin. Mas ela sempre estava desempenhando outra função, longe dos meus olhos, ou tinha o dia de folga.

        Hoseok veio me visitar, em casa, para pedir sua demissão, anuncia sua mudança de país e por isso, não estaria mais no caso dos Choi – inclusive, foragidos –, mas garantia, que nossos nomes não iram a público. O motivo do mesmo para isso, foi a perda da ex-noiva no tiroteio do hotel. O Jung ainda me contou sobre a proximidade da mulher com a David, que chorou em seus braços pedido perdão, por se sentir culpada. Deduzi que a mulher estivesse com algum trauma relacionado a perda ou que o sentimento de culpa tivesse a consumido.

        Isso me deixou mais preocupado com ela ainda. Nem todo mundo sabe lidar com a perda e queria estar ao seu lado para conseguir a ajudar lidar com isso. Consegui o contato do doutor Min, que estava atendendo a David e tentei tirar algumas informações sobre o seu estado de saúde mental. Mas Yoongi me deu uma resposta curta e grossa, sobre prezar pela privacidade de seus pacientes. Um mês e meio tinha se passado, comecei a escrever carta e enviar por e-mail, com a esperança de passar conforto e mostrar que ela poderia se apoiar em mim, mas nunca foram respondidas – com exceção da última.

        Uma segunda alternativa, surgiu em minha mente, para que a mulher não me respondesse durante esses vários meses, ela poderia estar ocupada demais com a faculdade. Afinal, ela passou praticamente um ano longe do seu curso e se quisesse formar, teria que correr contra o tempo para colocar tudo em dias. Consegui saber sobre como a Kristen estava se organizando academicamente, com a minha nova secretaria, que era havia conversado, casualmente – ao meu pedido –, com um dos amigos dela, que trabalhava na empresa. Cheguei a dizer em uma de minhas cartas, que sabia que ela estava ocupada e que não precisava ter pressa em me responder, sendo que, realmente, ela não teve, pois continuava sem resposta.

        Pensei em uma terceira possibilidade, David poderia estar esperando que eu tomasse alguma atitude para ir ao seu encontro de forma casual. Escolhi a melhor roupa tinha, passei o perfume que amava em mim e preparei anéis de compromisso com antecedência. Por maior que fosse, a minha vontade de casar com a Kristen, tinha medo de assusta-la, sendo apressado demais. Então me contentava apenas em pedi-la em namoro naquela noite. Me sentia bastante nervoso, agitado e com o coração a ponto de pular para fora. Havia tantos anos que não pedia ninguém em namoro.