Daddy Kink | KNJ

QUARENTA E UM

        Quase 40° graus. Hoje o dia estava quente como o inferno, com a sensação térmica marcando "de conchinha com o capeta". Me deito no chão frio, do meu quarto, pois não conseguia dormir com o lençol grudando no corpo. Tinha tomado mais de cinco banhos frios, mas nada que fizesse alguma diferença, mesmo desligando o chuveiro, a água parecia sempre estar fervendo. Estou começando achar que o inferno é a própria Terra, como dizendo os crentes? O suor está me causando incomodo, complicando o meu sono, me coloquei a pensar sobre todos os últimos acontecimentos ao me dar por vencida, quando percebi que havia perdido a minha noite de sono.

        Sabia que o Wang não estava me ajudando de bom-grado. Ele estava com medo de perder seu emprego. Foi aí, que percebi o impacto de minhas decisões na vida de outras pessoas e quão enorme era minha parcela de irresponsabilidade. A gente não mora no mundo sozinhos, mesmo que não vejamos as demais pessoas, elas estão ali e podem ser beneficiadas e prejudicadas, por meio de nossas ações. Imaginei todas as pessoas, e, principalmente, meus amigos, que trabalhava na empresa terem suas carreiras e sustentos perdidos, por minha causa. Será que pensar dessa forma me impediria de viver? Eu faria o que realmente quero faz ou apenas seguirei a grande massa? Vir por si mesmo ou viver para os outros? As suas vontades e sonhos ou as de outro alguém? Balanço a cabeça, na tentativa de afastar meus devaneios.

        Meus pensamentos me levara a hipótese de ter o Kim de volta, me deixando animada e ao mesmo tempo insegura. Não sabia se conseguiria ser tão ousada, igual na época que nos conhecemos. Precisava pagar as contas e estava disposta a tudo. Me lembro o quão feliz fiquei, quando o homem aceitou me dar um emprego, pois assim me sentiria mais confortável e não como se estivesse vendendo meu corpo. Depois dos traumas pós-vivencia com o Choi e o incidente do hotel, havia me retraído um pouco o meu lado aflorado. Acho que as pessoas que me conheceram antes de tudo isso, com certeza, poderia dizer claramente a diferença entre a minha personalidade antiga e a de agora.

        O barulho do meu despertador me faz dar um pulo. Quanto tempo fique divagando? Precisava me encontrar com Taehyung. Em pouquíssimo tempo, nos tornamos bons amigos. Por mais que parecesse intimidante, o garoto era um amor de pessoa, com o sorriso mais doce e gentil desse mundo. O Kim mais novo era autentico, sincero e com uma visão de mundo apaixonante. Era impossível imaginar que alguém terminaria com ele, até mesmo pelo Kim mais velho. Se não estivesse apaixonada por Namjoon com certeza estaria deitada para o Taehyung.

        Me arrasto pelo chão frio para pegar meu celular em cima da cama. Confiro as mensagens, percebendo que a minha internet tinha caído, droga. Precisava me apressar, já que não poderia justificar meu atraso, por mensagem. Escolho um vestido fresquinho e corro para o banheiro, pensando em tomar um banho gelado mais rápido possível. Precisava tirar o suor do corpo e despertar, para ir ao ateliê do homem de sorriso quadrado.

        Jackson havia falando que sua festa não seria de gala, porém teria que me vestir de forma casual chique, com o toque de provocação certo. Olhei para todas as minhas roupas, e não tinha nada assim, as roupas que era mais ou menos o estilo, que o homem descreveu, havia devolvido a Halsey com muita reluta. Dou graças ao Kim mais novo, o mesmo já havia proposto a me ajudar, com toda a questão de vestuário. Taehyung se prontificou na hora para desenhar um vestido, quando contei que não tinha nada para usar na festa do Wang. Segundo o estilista, o vestido perfeito era aquele feito sobre medida para o corpo da pessoa que irá usar.

        Entro em seu ateliê, vendo diversas pessoas andando para o lado e para o outro apressadas, segurando os mais diversos tipos, cores e texturas de tecidos. Era como se fosse um formigueiro. Uma moça jovem de cabelos cacheados, na qual lembrava vagamente de já vê-la antes, se aproxima rapidamente, quando me vê perdida entre a correria do lugar.