Daddy Kink | KNJ

EPÍLOGO

        Com o coração na mão jogo o máximo de roupas dentro das malas. Como vou carregar essas bagagens escada a baixo? Penso no meu marido. O tempo praticamente voou. Parece que foi ontem que vivemos toda aquela novela. Encaro a bagunça que fiz no quarto com uma enorme sensação de déjà vu. Balanço a cabeça para tomar foco novamente, na minha mala, que estou fazendo em cima da hora. Estou sem tempo para nada, desde que comecei a trabalhar no escritório da minha amiga Catarine.

        Demorei mais ou menos um ano e meio para me formar, após Cat e Gaba se formaram na faculdade. Sabe, eu perdi muitas aulas. Praticamente, dois semestres inteiros. Mas não iria desistir de me formar. Porém, não vou mentir, quando chegou a época de fazer o trabalho de conclusão de curso, o temido TCC, quis muito desistir. E esse foi o momento, em que, tive todo apoio do meu marido para prosseguir.

        Principalmente, quando o Kim deixou a empresa aos cuidados do irmão mais novo, antes do meu parto. A mãe dele surtou bastante nos primeiros cinco anos, mas não havia muito o que ela podia fazer. Afinal, o patriarca da família tinha aprovado a entrada do filho na empresa. Meu amigo viveu em uma montanha russa, enquanto geriu a empresa nesses últimos oito anos. Acredito até que a diretoria daquela empresa chama algum tipo de problema, porque não é possível, que a história tenha se repetido duas vezes. Talvez seja algo dos irmãos Kim.

        Sento em cima da mala para tentar fechar o zíper. Será que vou conseguir usar esse tanto de roupas? Pergunto genuinamente a mim mesma, sabendo que a resposta provavelmente será não. Passarei nua o tempo todo como todas as outras viagens que fizemos juntos. Pensei que um dia me acostumaria com isso após tanto tempo convivendo com Namjoon. Mesmo após anos, ele ainda me deseja da mesma forma, o que me deixa a cada dia mais rendida por ele.

        Porém, agora não podemos nos pegar em qualquer lugar dentro de casa, por causa de duas menininhas apegadíssimas ao pai, que não deixam ele dar um passo sem elas estarem grudadas nas pernas dele. Não posso negar que fico muito indignada por isso. Carreguei essas duas com muita dificuldade por longos meses para que elas se importassem mais com o pai do que comigo. O que fiz para merecer isso? Suspiro alto, quando finalmente consigo fechar a última mala que faltava.

        Agora era só esperar o Kim voltar da empresa. Ele havia retornado no último ano, já que as meninas estavam um pouco maiores e conseguem fazer bastante coisas sozinhas. Na verdade, elas até passam o dia na empresa para não desgrudar do pai. Enquanto a mim, elas mal me visitam no escritório. Tenho ciúmes sim. E continuou as amando mesmo assim. Não me arrependo da escolha que eu fiz. Mesmo se pudesse voltar no tempo não mudaria nada.

        Volto para realidade, quando me dou conta que deixei as gêmeas sozinhas com Gabriel. Arrasto as malas para fora do quarto para deixa-las no corredor. Ainda bem que ela tem rodinhas, pois está parecendo que estou levando duas enormes pedras de concreto. Talvez devesse diminuir a quantidade de roupa. Porém isso vai dar mais trabalho ainda e o Kim vai chegar logo. Não vai dar tempo.

        Mesmo ainda no começo das escadas, do enorme casarão que o Kim comprou para gente, quando a família cresceu, consigo ouvir as risadas sapecas das minhas filhas. Me pergunto qual será a história que o meu amigo que contou que as fez ri tanto. Termino de descer as escadas e me dirijo para cozinha, onde o som das risadas estão vindo. Ao parar na porta, vejo me amigo fazer uma longa pausa, enquanto as minhas filhas encaram o tio com expectativa.

        — E foi assim que seus pais se conheceram meninas. — Completa Gaba com um sorriso orgulho e expressão aliviada.

        O que ele falou para as minhas meninas? Reparo na expressão das duas meninas de oito anos com preocupação ao notar que as mesmas o encaram sem acreditar. Bato meus saltos mais firmes no chão para chamar atenção de todos - estava ficando boa nisso ultimamente.