VINTE E NOVE

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        Minha cabeça doía, na manhã seguinte, quando acordei. Dormi chorando. Onde estou errado? Talvez fosse o meu medo de ser pega ou de ser iludida, em achar que o Kim veio a mansão me salvar como um super-herói. Olho o relógio ao lado da minha cama, 07:07, as pessoas dizem que números iguais dão sorte. Será que hoje seria meu dia?

        Quando chego aos estábulos, recebo minhas tarefas do dia, que me deixaram feliz, por serem bem poucas. Hoje teria que fazer todas elas sozinhas, pois Mihi estaria na horta, onde a demanda era bem maior, mas não era nada muito difícil. Assim que terminasse, poderia voltar ao meu quarto cedo e reorganizar todas as informações, que secretamente juntei para o Jung.

        Entro na sala dos funcionários, estávamos no final da tarde, vejo que as demandas de trabalho para alguns estavam bem menores do que o habitual, mesmo tendo visitas. Não consigo deixar de prestar atenção na conversa, das mulheres sentadas na mesa, enquanto tiro uma garrafa de agua da geladeira. Por mais que não devesse, lá estava encarando elas rindo e contando todas as fofocas e rumores da casa.

        — Vocês não sabem da maior. – O homem que trabalhava como mordomo, entrou na sala com um grande sorriso, pronto para contribuir com a fofoca sobre a vida dos chefes.

        — O que houve? – Indagou uma das mulheres da mesa com um olhar curioso.

        — A senhorita Choi está gravida. – Me engasgo com a agua, enquanto os empregados vibram em comemoração e surpresa. – Teremos um neném na casa. – Hoje não era o meu dia de sorte. Meu chão havia caído.

        Saio da sala arrastada, mas ninguém percebe com o coração pesado. Entro no meu quarto, tranco a porta e me encosto na mesma. Vou deslizando até sentar no chão, as minha lagrimas descem em cascata, tento chorar baixinho, mas minha vontade é chorar alto. Talvez ele conseguiria ouvir o som do meu desespero e dor. Como ele teve a coragem de dizer que me amava, sendo que está com outra, que ainda por cima espera um filho dele? Eu estava certa em querer Namjoon longe de mim. A vida não é uma fanfic e as coisas não funcionam como quero. Meu Senhor, até quando? Talvez, devesse recomeçar em outro lugar, quando tudo passasse.

        Me permito chora. Minha mente gira com várias perguntas e sentimentos inexplicáveis. Gostava daquele filho da puta e isso fazia com que me odiasse. Como se apaixona tão rápido assim? Eu estava com medo, pois isso nunca havia acontecido antes. Sempre desejei amar da forma como via nas series, livros e filmes, mas não sabia que seria assim. Será que é saudável amar alguém desse jeito? Provavelmente não.

        Quanto tempo leva para se superar alguém? Preciso que alguém me respondesse e desse a formula de como fazer isso o mais rápido possível. Ouço batidinhas na porta, que me fazem levantar do chão e limpar meus olhos para abrir a porta. Não queria ver ninguém, mas precisava pensar em outra coisa. Ocupar a mente com algo que não fosse ele, talvez fosse a formula da superação. Destranco a porta, vendo o sorriso de coelho do garoto, que me tranquiliza, colocando apenas a cabeça para dentro do quarto.

        — Posso falar com você? – Indaga e assinto em resposta, o vendo adentra o quanto, sem encarar meu rosto.

        — Deixa eu adivinhar. – Digo, sentando na cama, encostando na cabeceira da mesma. – Alguém da cozinha te contou que fiz cara de choro? – Indaguei.

        Sempre que acontecia algo a Lee e o garoto apareciam no meu quarto, para me perguntar o que havia acontecido e se estava tudo bem. Os dois parecia que era meus pais, a todo momento querendo me proteger. E por mais, que isso, era irritante as vezes, apreciava a preocupação de ambos comigo.

Daddy Kink | KNJOnde histórias criam vida. Descubra agora