VINTE E TRÊS

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        Minha cabeça doía constantemente. Não sabia onde poderia estar e nem há quanto tempo havia passando ali. Parecia ser uma eternidade. Se fosse parar para contar pelo número de refeições servidas, poderia ter duas semanas ou mais, presa dentro de um quarto escuro sem nenhuma janela, apenas com uma porta e recebendo comida por uma entrada menor na mesma.

        Estava com medo, principalmente depois de entender o motivo de estar ali. Maldito seja os termos de usou, ninguém para ler as regras e condições. Quando encontrei uma mulher sentada na minha cama no meu apartamento, enquanto homens encapuzados reviravam minhas coisas, não pude nem refutar ou pedir ajuda, pois fui apaga na hora. Horas depois acordei em um galpão, amarrada em uma cadeira de frente para mesma mulher.

        - Você não pagou sua dívida. – As suas unhas perfuravam meu queixo.

        - Eu não sabia sobre ela. – Disse meio grogue pela pancada.

        - Não pode alegar desconhecimento dos termos que aceitou. – Sorriu de escárnio, me deixando mais apavorada.

        - Posso pagar a dívida. – Tentei me soltar, mas não consegui, o aperto das cordas era forte.

        - Tem alguém que pagará o dobro dela para ter você. – Minha mente foi logo em Namjoon e a sensação de alivio me tomou.

        Um saco é colocado em minha cabeça e sou apagada novamente. Durante os dias que se arrastaram, me perguntei o porquê de sua demora até entender que possivelmente não seria Namjoon que iria me buscar. Mas quem poderia ter interesse em mim? Uma série de perguntas rodeavam minha mente, que nos últimos dias sentia fortes dores, talvez por causa das diversas pancadas que levei.

        A luz invadiu o pequeno cômodo onde me encontrava incomodando meus olhos. Poderia ser meu fim ou minha salvação. Fui arrastada para fora por dois homens, passamos de frente a várias portas de ferro e algumas celas com mulheres, homens e até mesmo crianças. Vi o medo e a dor nos olhos de cada uma, que encarei e senti meus olhos ficarem marejados. Me perguntei diversas vezes o que fizemos de tão ruim para estarmos em um lugar como aquele. Senti outra pancada na cabeça e apaguei, antes de perceber para onde iriamos. Por um momento, pensei que não abriria mais meus olhos e esse pensamento me trouxe um pouco de paz.

        Acordei sentido um forte enjoo junto com mais dores. Eu não aguentaria muito tempo assim. Demorei alguns minutos para me situar onde poderia estar. Constatei que estava dentro de uma caixa de madeira e que o balanço do possível transporte onde estava colaborava para meu estomago estar irritado.

        Comecei a gritar na esperança de ser ouvida por alguém, que pudesse me ajudar ou pudesse estar na mesma situação que eu, mas não obtive resposta. Me force a dormir, por estar cansada, talvez quando acordasse isso tudo fosse um pesadelo ruim e eu iria acordar no meu apartamento sofrendo por ter sido trocada pelo Kim. Toda essa situação parecia surreal demais para ser algo real.

        Quando abri meus olhos estava envolvida por lenções brancos deitada em uma cama macia. Será que os céus ouviram meu desejo? Analisei tudo ao meu redor sem entender nada. O lugar era um quarto enorme com vários detalhes em branco com dourado. Tudo aquilo foi mesmo só um sonho? Me enganei esse tempo todo? Ou estou dentro de um sonho nesse momento? Uma sensação de tranquilidade me tomou, até passar a mão na parte de trás da minha nuca, o galo ainda estava lá e junto com ele o pânico voltou. Mas onde estava?

        O barulho do movimento na maçaneta chamou minha atenção e deixou meu coração acelerado. Será que era Namjoon? Ele havia pago o dobro da minha dívida? Parei de pensar em hipóteses, quando vi o sorriso em seus lábios, não sabia se ficava assustada ou feliz em vê-lo ali. O homem caminho cuidadosamente em minha direção e sentou ao meu lado na cama.

Daddy Kink | KNJOnde histórias criam vida. Descubra agora