Capitulo 38

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No capítulo anterior...
-Aly você está bem? - Isa pergunta se sentando do lado da nova amiga.
- Tô chateada com a demissão da Ana... E com o futuro casamento do meu pai com as bruxas... Só de saber que aquela mulher vai substituir a minha mãe... Me embrulha o estômago; faz cara de nojo - Desde que a minha mãe morreu há mais de um ano... Só apareceu uma mulher boa o suficiente pra se casar com meu pai, a Ana, ela me chama de Litz, tão fofa... E a bruxa com suas novas regras idiotas demitiu a Ana pra se vingar dela... É muita injustiça isso...
---meu Deus Aly eu sinto muito; Isa pega a mão dela - Conta comigo pra tudo, viu?
- Meus irmãos, Sebastião, os clones e eu não vamos deixar aquela bruxa se casar com o nosso pai; sorri de modo maroto - Vamos fazer de tudo pra ela desistir de se casar com o nosso pai, podem acreditar nisso meninas...
Agora...
- Clones? - Isa perguntou sem entender; quem são esses tais clones de que você falou Aly?
- Meus irmãos, eles são gêmeos idênticos e justamente por isso toda a minha família os chama assim, de clones.
- E quais os nomes deles? - Pergunta Isa curiosa.
- Guile, na verdade Guilherme... Guile é apenas apelido... E Alex, a dupla do barulho...
Enquanto isso...
- Valeu mano por ter assumido a culpa pela gente; diz Alex para Sebastião - Se não fosse você a bruxa teria acabado com a gente, não é parceiro?
- Sim parceiro; responde Guile no mesmo tom que seu irmão, agitado - A bruxa ficou soltando fumaça pelo nariz igual um dragão, por causa da nossa pequena travessura.
- Gente; diz a pequena Luz, que graças a Ana não parava mais de falar, antes nem falava pelo trauma de ter emcontrado a mãe deles morta dentro do quarto que dividia com o Fernando - Eu sei como a gente pode se livrar da bruxa...
- Como Luzinha? - Pergunta Sebastião curioso e guardando seus fones de ouvido; conta pra gente Luz...
Enquanto isso...
O mundo está repleto de injustiças... Injustiças que aumentam a cada dia, e Ana sabia disso mais do que nunca, a sua vida inteira foi marcada pela injustiça e a principal delas foi ficar longe de sua mãe, quando era ainda uma menina. O dia se tornou noite sem que Ana se desse conta, ela estava deitada no sofá de seu apartamento, desde muito cedo, ela se deitou ali depois de dançar por horas, exausta e suada. Ana foi demitida, sem mais nem menos, por que ministrava apenas uma disciplina no colégio, e para permanecer ali precisava de pelo menos três disciplinas em sua carga horária de serviço, constando em sua carteira de trabalho. A tarantula, ou melhor dizendo, "a dona Isabela" deve ter apreciado bastante a sua demissão feita pelo seu vice diretor, Henrique Batista.
- Ana; acende a luz da sala - O que faz aqui sozinha, e no escuro?
- Ah mana; protege seus olhos inchados de tanto chorar, da luz da lâmpada - Eu fui demitida... E tô arrasada com isso...
- Me explica direito como tudo aconteceu; se aproxima dela e se senta ao seu lado, e Ana coloca sua cabeça no colo de sua amiga, enquanto ela lhe fazia um cafuné.
- Ah Jenny... Como você mesma sabe dançar é a minha vida... Ensinar outras pessoas, crianças e adolescentes a dançar era para mim mais que sagrado...
Enquanto isso...
A obrigação e o dever, a honra e o certo a se fazer, bem medido e bem pesado, a vida para alguns que colocavam esses itens acima da felicidade deveria ser monótona e nada emocionante. Fernando era um desses homens que pensavam assim, e justamente por isso era tão infeliz agora. Ele estava se apaixonando por Ana, e por um momento se esqueceu de seu compromisso de um ano com Isabela Vasquez de Castro, uma mulher que pensava apenas em si e mais ninguém importasse, ao contrário de Ana, que sempre pensava nos outros, antes de sequer pensar em si mesma e em suas próprias necessidades.
- Terra chamando Fernando; era Diego, há meia hora que ele tentava falar com seu irmão, que parecia estar no mundo da lua - Onde sua mente estava enquanto eu tentava conversar com você, Fernando meu irmão?
- Eu não sei Diego; diz meio aéreo em seus próprios pensamentos - A gravidez inesperada da Isabela me pegou de surpresa... Eu não esperava por isso...
- Bem, você sabe muito bem o que penso desse seu casamento com a Isabela... Fernando você não ama, então por que insiste em se casar com ela? Só por que ela está grávida? Pelo amor de Deus, Fernando! Estamos no século vinte e um, você não precisa se casar com a Isabela para ter seus direitos como pai do filjo dela garantidos por lei...
- Eu sei disso Diego; diz desanimado - Mas quero garantir que essa criança, assim como meus outros sete filhos, tenha uma infância saudável ao lado dos pais, de seus irmãos... Perto de sua família...
- E para isso acontecer, vale apena sacrificar sua felicidade, meu irmão?
Enquanto isso...
Quem escreveu a música sinônimos, interpretada divinamente por Zé Ramalho e a dupla sertaneja raiz, Chitãozinho e Chororó, acertou em cheio quando disse, "e quantos segredos traz o coração de uma mulher"? Em forma de interrogação. Pois o coração de uma mulher é igual im deserto, muitos tentam desvenda - lo, entretanto poucos chegam vivos e sãos depois dessa empreitada perigosa e arriscada. Donatela já amou muito e perdeu as contas das vezes em que seu coração saiu machucado, e agora não tinha mais cabeça para pensar em amores, mesmo que dois homens muito especiais lutasse pelo seu amor. Algusto, um bom amigo, com quem tentou namorar, mas por algum motibo não deu certo, e Zé Bob, pai de sua filha e o grande amor de sua vida até pouco tempo atrás. Amores verdadeiros não morrem, mas se desgastam com o tempo e foi o que aconteceu com a sua relação nada saudável com Zé Bob. Era no que Donatela pensava enquanto colocava os doces de pêssegos na geladeira com a ajuda de sua afilhada Mônica, que colheu os frutos com a ajuda de Benê, Zé Bob e Domenico.
- Tem alguma coisa te preocupando madrinha - Não era uma pergunta, mas na verdade uma afirmação; eu posso sentir...
- Não é nada minha querida... Eu estou bem...
- Tem mesmo certeza disso, madrinha?
Continua...

A menina que sabia sonhar        VOL 2 Onde histórias criam vida. Descubra agora