Capitulo 106

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Doeu...
Se outrora...
Já doeu...
E mesmo que ainda doa...
Um dia,
Inevitavelmente...
E simplesmente...
Vai deixar de doer...
E não importará mais...
Se hoje sangra...
O que há tempos...
Se feriu...
E cortou...
Um dia se cicatriza...
Pois assim são...
As feridas
De amor...
Quando atingem a alma, o corpo e o coração...
No capítulo anterior...
- Você parece que sente prazer em me torturar... Seja você quem for; Pedro já não usava a mordaça - E por que? Por que sente tanto prazer com a minha desgraça? Que mal eu te fiz, pra você me odiar tanto?
- Eu não te odeio... Te desprezo, o que em tese e prática, é bem diferente; diz com um sorriso cínico em seu rosto tão parecido com o de Pedro - E o seu erro, meu caro Pedro, foi ter nascido...
- Você é um monstro... Um monstro muito pior do que eu imaginava...
- Você não viu nada ainda, Pedro... Nada do que eu sou realmente capaz de fazer, meu caro...
- Meu Deus... O que de pior pode ainda me acontecer, por sua causa? O quê?
- Se você viver o suficiente... Até lá, você verá com os seus próprios olhos... Meu caro e desafortunado Pedro Rodrigues...
Agora...
- Sério mesmo, me responde uma coisa... Mas me responda com sinceridade; O sósia de Pedro o olhava com prepotência e sarcasco - Por que está fazendo isso? Por que está se passando por mim diante da minha família e de todos que eu amo? Por que?
- Isso não é da sua conta; dá de ombros - Não posso te contar o porquê de tudo isso, e mesmo que pudesse... Não te contaria, pois além de gostar de uma dose de suspense; sorri de modo cínico e afetado - Tr matar de curiosidade e medo, é uma das poucas diversões que me restam desde que vim parar aqui em São Paulo...
Enquanto isso...
O amor é sublime, forte e capaz de operar verdadeiros milagres, Mônica e Domenico repensaram melhor a oferta de estudar em Paris, e optaram por não ir, ou seja eles continuariam em São Paulo, e no futuro talvez fosse morar com o Shiva e a Mariana em Natal. Benê e Guto estavam juntos de novo, mais apaixonados do que nunca, cada um fazendo o seu tratamento, e conhecendo melhor suas falhas e qualidades, tentando melhorar sempre a cada dia, em conjunto como o casal apaixonado, que eram, e individualmente, como seres humanos. Mas a situação entre Zé Bob e Donatela continuava a mesma, eles não estavam namorando, mas sentiam ciúmes um do outro. Eles eram bons amigos, mas de vez em quando partiam pra amizade colorida. Os dois estão tomando um sorvete na cozinha da casa dela, enquanto Guto e Benê assisiam TV na sala.
- O que somos Dona? - Ele pergunta como quem não quer nada; amigos? Amantes? Ficantes? Namorados? Ou o quê?
- Não entendi; se faz de desentendida, enquanto terminava de tomar seu sorvete de pistache - Onde você tá querendo chegar com essa conversa, Zé?
- Em lugar nenhum... E ao mesmo tempo em algum lugar; segura as mãos delas entres as suas, sobre a mesa, o que faz com que as peles de ambos comecem a se arrepiar - Dona eu te amo, e nada mais nos impede de ficar juntos...
- Vamos parar por aqui; se afasta dele, receosa - Não tô com cabeça pra isso... Não depois do que aconteceu mais cedo com a amiga da minha filha... Imagine só, ter um filho prematuro...
- Agora até isso virou desculpa pra você não querer falar de nós; fecha a cara e recolhe suas mãos para bem longe das dela - Mas não vamos poder nos esquivar disso pra sempre... De nós dois... E você sabe muito bem disso, Dona, talvez até melhor do que eu...
- Sei sim, Zé, mas por enquanto prefiro deixar tudo como está... Vai ser melhor pra mim... Vai ser melhor pra você... Vai ser melhor pra todo mundo...
- Isso quem decide sou eu... Mas tudo bem, façamos como você quiser, pelo menos por enquanto...
Meses depois...
O parto de Flay foi muito difícil, mas muito mais complicado foi o que veio depois dele, a depressão pós - parto dela, que sem mais nem menos a fez se isoloulr do mundo, desistir de escrever, e rejeitar sua própria filha. Jenny e Mônica com o auxílio de Tosca, cuidavam da pequena Diana, enquanto Flávia estava internada numa clínica psiquiátrica, para cuidar de sua depressão. Isa estava mais uma noite sozinha com sua madrinha, preocupada com seu irmão, sua cunhada e sobrinha. Ao mesmo tempo em que pensava no sumiço repentino de Elisa, e no modo frio em que Mi a tratava. Laura e Nayxa estavam fora do Brasil, na casa dos Lasvurain, Benê e Guto estavam focados em suas doenças do corpo e da mente, e no seu namoro. Mônica e Domenico planejavam se casar, Yasmin e Sarah se mudaram para o Rio de Janeiro, há meses, e raramente mandavam mensagens para Isa, ou ligavam para ela, já que estavam trabalhando muito. E para variar, Isa se sentia mais sozinha e abandonada do que nunca.
- Isa você não me parece nada bem, querida; Jussara diz enquanto as duas assistiam a novela preferida da garota, na TV que Isa e sua mãe tinham no quarto - Aconteceu alguma coisa com você, meu bem?
__ Estou muito sozinha madrinha, todas as minhas amigas sumiram, não me mandam mais mensagens muito menos me visitam não sei o que está acontecendo madrinha, fico péssima com isso!
- Sem contar o que houve com a sua melhor amiga e cunhada; diz fazendo catinho nos cabelos de Isa - Depressão pós - parto, mas que coisa mais triste e preocupante... Principalmente pra sua amiga, que é tão nova, e cheia de vida, Isa...
__ isso é outra coisa que me preocupa muito, a Flávia rejeitar a Diana, madrinha, a criança sente isso desde quando está na barriga, e se a criança rejeita a mãe, no futuro é porque provavelmente ela foi rejeitada...
- Sua amiga não tem culpa disso, Isa; suspira - Soube que antes de ser internada, ela tentou matar a filha, com a intenção de tirar a própria vida, depois... O que a sua amiga tem é uma doença, ao invés de julga - lá, temos que apoia - lá, para que assim ela se recupere logo, e cuide da pequena Juju...
Isa ficou em choque, não conseguia dizer nada, apenas chorou, como há muito tempo não chorava, de tão preocupada que estava com a Flay e a sua sobrinha, fora tudo o que estava acontecendo em sua vida ultimamente... E tudo isso misturado a sua solidão, era algo que Isa já não suportava mais...
- Calma, pequena; a abraça com carinho - Eu estou aqui com você... E enquanto eu estiver do seu lado,  você nunca estará sozinha, eu te prometo, filha... Agora põe no rosto aquele sorriso, que eu amo tanto, vai... Faz isso por mim, que te amo tanto, pequena... Por favor...
___ Não consigo madrinha... Não consigo sorrir...
- Tudo bem querida... Tudo bem...
Cansada e triste, Isa foi até a cozinha preparar um lanche para si, um sanduíche simples e um copo de refrigerante. E quando estava prestes a voltar para o quarto, deu de cara com Elisa.
- Você devia comer comidas mais saudáveis... E não esse lixo processado que você insiste em chamar de comida; Isa tenta a abraçar Elisa, mas ela se esquiva como sempre - Soube do que aconteceu com a sua cunhada... Você... Você está bem, depois de tudo isso?
__ infelizmente não estou nada bem Élisa estou em choque com isso; Isa desabafa.
- Sinto muito por isso, Isabella, mesmo... De verdade; ela parecia estar sendo sincera em suas palavras - Mas você vai ficar ainda mais em choque ainda, depois que ouvir, o que eu vim te dizer, minha cara...
- O que, Elisa? - Isa já se preparava para o pior, considerando tudo o que já lhe aconteceu nesses últimos meses; me conta por favor...
- A pessoa que você pensa que é o Pedro, não é ele; fala de modo enigmático - Nada é o que parece, Isabella Rodrigues...
- Como assim? - Isa pergunta confusa, se sentado a mesa, com o seu lanche em mãos; me explica isso direito...
- Não posso; diz já indo embora - Mas fique longe do Pedro, nesse momento ele não é confiável... E não é seguro ficar perto dele... Então se tem amor a vida, Isabella, fique longe do Pedro...
- Por que, Elisa? - Coloca seu lanche sobre a mesa; por que tenho que ficar longe do Pedro?
- Não me faça perguntas tolas... Apenas faça o que eu te aconselho, ficando bem longe dele... Estamos entendidas, Isabella Rodrigues?
Continua...

A menina que sabia sonhar        VOL 2 Onde histórias criam vida. Descubra agora