Russel Rurik, um dos chefes da máfia russa, foi criado para governar um império sem remorso ou compaixão. Temido e respeitado por todos ao seu redor, ele sempre mantém o controle de tudo. No entanto, quando uma jornalista curiosa demais entra em seu...
Tenho certeza que já se passaram horas dês de que me tiraram de casa, demorou para chegarmos onde estamos, me lembro que no carro colocaram essa venda e me obrigaram a tomar algum remédio que me fez dormir por um bom tempo. Depois me fizeram despertar com um copo de água que jogaram no meu rosto.
Nesse momento eu ainda estou com a venda em meus olhos, minha respiração está falha, eu estou enjoada, esse lugar fede a urina, a todo momento tem alguém me puxando e me levando não sei para aonde.
E agora eu estou morrendo de medo, medo por mim e meu bebê, medo por Lara, medo pelas pessoas que eu amo e medo porque pela segunda vez eu me vejo sem saída, mas agora parece muito pior.
A primeira vez que me vi assim foi quando conheci Russel, no começo eu repudiava aquela mansão, eu repudiava o tatuado, eu o odiava, mas depois por incrível que pareça eu comecei a me acostumar com a sua presença, com seu ar de homem inabalável e talvez isso me fez ter a sensação de estar segura com ele em um certo momento, mesmo que tenha durado até eu descobrir toda a sua tramoia.
Mas agora... eu me sinto desprotegida, exposta a qualquer um que queira meu mal. E o pior de tudo é saber que ele não irá ariscar tudo para me tirar daqui.
A Bratva é sempre em primeiro.
Uma lágrima escorre pelo meu rosto e sorrio sem humor.
Escuto o barulho de uma porta sendo aberta e um dos brutamontes agarra meu braço me puxando novamente, engulo me seco e continuo andando sem dizer nada. Ele me força a sentar em uma cadeira e logo depois tira a venda do meu rosto, de primeiro momento demoro para acostumar com a claridade, mas logo depois observo ao redor, parece uma sala de interrogatório, mas com um ar de porão ao algo do tipo.
Havia uma mesa na minha frente e um vidro preto, que provavelmente é outra sala.
O homem que me trouxe havia saído e eu estou sozinha aqui, talvez eu esteja sendo observada através desse vidro.
Depois de alguns minutos a porta é aberta novamente, mas eu não faço a mínima ideia de quem seja essa homem. Ele é mais velho, cheio de tatuagens, seu cabelo branco está penteado para trás, tem vários anéis no dedo, assim como Russel...seu terno sob medida já diz tudo, ele está por trás disso.
Ele me observa de baixo para cima e solta um sorriso cínico.
- Então voce é Saori Kimura - Eu também o observo por inteiro tentando me lembrar se eu já o vi, mas nada vem em mente até que eu observo seus olhos azuis, os mesmos de...
- Muito prazer, Ivo Rurik- diz com meio sorriso.
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Arregalo os olhos encarando sua íris azul, iguais ao de Russel.
Engulo em seco ainda sem entender que circo é esse.
- Vejo que está perdida- diz dando a volta por trás de mim- Bom...meus filhos não são muito de falar do pai. Aqueles desgraçados ingratos. Respiro fundo.
- O que eu estou fazendo aqui? – pergunto baixo.
- Você meu anjo- ele se aproxima do meu ouvido- Entrou para família errada.
Fecho meus olhos tentando segurar meu choro.
- Por isso você é minha isca- meus olhos estão cheio de lágrimas, mas mesmo assim eu o encaro com cenho franzido- Não tem um jeito bonito de falar isso, mas para ser mais especifico, eu quero acabar com meus filhos.
O encaro ainda sem acreditar no que estou ouvindo.
- Eu os criei como máquinas, eu os criei para serem os melhores, mas depois eles tentaram me matar, Russel principalmente, a primeira tentativa foi quando ele tinha dezesseis anos- ele sorri sem humor. As lágrimas caiam incontrolavelmente, minha mente não sabia o que pensar nesse momento- Eles conseguiram me tirar do posto de chefe, eles tiraram meu poder, minha riqueza, aqueles filhos da puta me tiraram tudo!
- Máquinas? – sussurro.
- Máquinas mortíferas – completa- Agora chega de papo, vamos fazer o que interessa. Aliás... meu colega gostou muito da sua amiga.
- O que? – pergunto enquanto sinto meu corpo gelar, a tontura me atinge e minha respiração acelera- O que aconteceu com a Lara? – pergunto temendo a resposta.
- Melhor do que ouvir é ver com seus próprios olhos, certo? – Ele caminha até a porta e manda trazerem algo.
Vejo dois homens trazendo uma Tv em cima de uma bancada com rodinhas, as imagens que aparecem na televisão é das câmeras que Richard tinha dito. Eu conseguia ver todos os cômodos da minha casa.
Engulo em seco quando ele aciona os vídeos, aparece eu sendo arrastada por esses desgraçados e logo depois as imagens voltam para Lara caída no chão do corredor, outro homem volta e observa seu corpo.
Ivo fecha a porta e um dos homens que trouxe a televisão começa a me gravar também.
- O que é isso tudo? – pergunto temerosa.
- Olhe para tv- diz com cara de poucos amigos.
Eu voltei a olhar e nesse momento o homem rasga a blusa de Lara que ainda estava desacordada, as lágrimas caem em abundância agora, meu corpo treme e eu não consigo me mover.
- Não- sussurro enquanto vejo ele arrastando seu corpo para o quarto novamente- Não...Chega eu não quero ver!
- Isso é o que vai acontecer com você se não colaborar- sussurra em meu ouvido.
- Chega- grito fechando os olhos e virando o rosto.
- Olha! – diz empurrando meu ombro- Olha agora! – ele segura meu rosto com força e quando eu menos espero Ivo soca minha barriga me fazendo perder o ar por alguns segundos.
Ele fica de frente para mim e arrasta a cadeira em que eu estava em direção a parede, tento cobrir minha barriga com os braços na intenção de proteger o bebê enquanto recupero minha respiração.
- Eu achei que Russel fosse mais esperto- diz com um sorriso- Aquele moleque burro, fez o favor de engravidar uma Japonesa, acho que isso foi para me irritar.
Encaro seu rosto novamente e eu só consigo ver o ódio transparecer em seu olhar, esse cara me odeia com todas as forças. Ele aproxima seu rosto do meu e eu engulo em seco.
- Eu não vou ter a porra de um neto mestiço- diz cuspindo no meu rosto em seguida.
A ânsia volta com força, eu não consigo parar de chorar, isso é humilhante.
- Uma jornalista enxerida que depois decidiu dar o golpe da barriga- diz ácido- Você não passa de uma puta nojenta garota- ele segura meu rosto novamente -Vamos ver se aquele bastardo se importa mesmo com você ao ponto de me enfrentar cara a cara, caso ao contrário, eu te deixo nessa sala com dez dos meus soldados e quem sabe Deus tenha piedade de você.
Fecho meus olhos na esperança de acordar desse pesadelo, tento criar um cenário apenas com lembranças boas com a minha família, mas assim que abro os olhos o rosto dele está aqui, bem na minha frente para me assombrar.
- Hora de dormir- em questão de segundos sinto um murro vindo de encontro com meu rosto, e a última coisa que eu sinto é meu corpo indo direto para o chão.
❣❣
😣
O que acharam do capítulo??
(Apesar das circunstâncias não podemos negar que Ivo Rurik é um pedaço de mal caminho)
