58 - Visita

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A audiência era no dia seguinte e Kyung repassava, mais uma vez, todos os pontos com Jimin. O Park estava a "treinando", dando alguns conselhos e como se comportar. Seria a primeira vez participando de algo assim. Não era complicado, até, e ela absorveu tudo o que conseguiu.

── Caso ficar muito nervosa, olhe para mim. Sei que você consegue! ── Jimin acariciou a bochecha dela. Um carinho sutil que fez Kyung inclinar a cabeça para beijar a mão dele.

── Não sei o que eu faria sem você. ── Ela confessou com os olhos brilhando. A cada dia, ela se encantava mais ainda pelo Park.

Jimin sorriu largo e Kyung, por sua vez, se aconchegou naqueles braços fortes e quentes. Sentir o calor de seu corpo era um calmante para ela. O cheiro dele, a presença dele... Ela nunca se sentiu assim! Não com essa intensidade, com toda essa conexão. A ligação entre os dois é muito forte e ninguém jamais poderá negar isso, nem mesmo eles.

O Park à puxou mais um pouco para se deitar e beijou a testa dela em seguida. O que mais preocupava Jimin, é a questão do cio de Kyung. Ele sabia que o ciclo dela era intenso. Foi informado que já teve muitas recaídas emocionais e o desespero por um alívio era agoniante. Ele percebeu que ela anda muito manhosa e gostaria de dar à ela o que ela tanto quer, mas ele tinha na cabeça que ainda não era um momento bom, mesmo se controlando horrores. Por tudo que ela passou, ele sente que ela não está bem e espera que, com essa audiência batendo na porta, possa aliviar a tensão interna dela.

Já Kyung, ela via o quão cauteloso ele estava sendo. Como sempre. Às vezes até se perguntava o porquê dele ter algumas atitudes qual ela não estava familiarizada. Mas o entendia e não o cobrava. Ela ainda não estava preparada e iria aguentar um pouco mais. Realmente, esse assunto ainda mexe com ela e ela não quer estragar, machucar ou afastar Jimin dela por alguma tolice de sua parte. Por mas impulsiva que ela seja, por mas que pense demais e acabe agindo errado, ela realmente não quer estragar mais nada.

Nancy começou a chamar Kyung pela porta do quarto - que estava fechada. Kyung levantou rápido e Jimin a observou ainda deitado na cama. Assim que abriu a porta, deu de cara com uma flor desenhada em um papel. Uma flor bem colorida. Kyung sorriu, admirando o desenho de sua filha.

── Que lindo, filha. ── Ela se abaixou, ficando na altura da pequena. Nancy sorriu e entregou o desenho para Kyung e saiu correndo, atrás de sua avó. Não deu nem tempo de encorajar e continuar elogiando o que a filha havia feito e a pequena saiu correndo sem mais nem menos.

Kyung continuou admirando o desenho todo desajeitado, mas dava para ver que era uma flor.

── Olha... ── Kyung se levantou e foi até Jimin, sentindo seu peito explodir de amores. ── É a coisa mais perfeita que eu já vi.

Jimin pegou o papel e sorriu também. Ele olhou para Kyung e viu os olhos dela marejados e então se sentou na cama.

── Hey... ── Ele a puxou para mais perto. ── Não chora!

── Não estou chorando.

── Seus olhos dizem o contrário. ── Ela mordeu os lábios e Jimin a puxou para se sentar em seu colo.

── Eu amo minha filha, Jimin. Amo com todas as minhas forças e ver ela crescendo com saúde tendo uma mãe um tanto desequilibrada como eu, mexe comigo. Eu sou uma boa mãe?

── Primeiro, você não é desequilibrada. ── Jimin tentou, mas não foi convincente. ── Kyung, não pense dessa forma. Quer levar uns tapinhas? ── Mordeu levemente o braço dela e Kyung resmungou alto e ele começou a rir.

Jimin e esse seu jeito de tentar mudar o clima...

Kyung fez cara feia e deu um tapa nele. Ela não estava sendo dramática, apenas se sentia e pensava daquela forma. Sim, ela era um pouco desequilibrada emocionalmente, mas Kyung tem muito pontos fortes. Os dois começaram a se encarar e Kyung acariciou as bochechas dele, sendo atenciosa e observadora. Ela adorava aqueles três sinais na testa dele. Seus dedos deslizaram em torno do maxilar dele até o queixo levemente pontudo. Deslizou também nos fios escuros do cabelo dele, sentindo o quão sedoso eles estavam. Park Jimin ficava lindo com qualquer tipo de tonalidade, pensou ela. Jimin se deliciava com o carinho sem tirar os olhos dela. Kyung sentiu seu coração disparar e quando aproximou seu rosto ao dele, para enfim beija-lo, ela para ao ouvir sua mãe chamar.

Tell me, what do you want? • JiminOnde histórias criam vida. Descubra agora