25 - Olho roxo.

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Continuei deitada em cima dele por mais alguns minutos, depois eu me deitei ao seu lado e o abracei. A porta do quarto foi aberta e eu me sentei, encarando o rosto tranquilo de Bae Su-Ji.

── Vim conversar com você e entrar em detalhes no esquema que eu pensei. ── Ela diz, se aproximando da cama com os braços cruzados.

── A culpa é toda minha… ── Sussurro e olho para o lado, apertando a roupa de cama.

── Vai começar com isso de novo? A culpa não é sua e sim dele. ── Ergo meu olhar até ela novamente e franzi o cenho. ── Isso mesmo, a culpa não é sua.

── Como não? ── Minha voz saiu um pouco alterada. ── Ele ficou assim por minha causa.

── Garota, eu não vou repetir. ── Ela rolou os olhos para mim. ── Sério, você tem quantos anos? ── Seu tom de voz debochado me fez fechar a cara e engolir o choro. ── A culpa é unicamente dele. Ficar se martirizando por causa disso só vai deixar você mal e fará mal ao seu bebê. ── Ela me alfineta.

Abracei meu corpo e encaro Jungkook novamente por mais alguns segundos.

── Venha. ── Ela fala e me dá as costas.

Me levantei da cama e olhei uma última vez para ele, saindo do quarto em seguida. Su-Ji me esperava no corredor e eu sequei meu rosto com as mãos. Ela me conduziu até a cozinha e pediu para mim se sentar no banco. Su-Ji abre uma garrafa de vinho, enchendo uma taça e me servindo.

── Preciso que você me ajude com ele. ── Ela diz direta, pegando o maço de cigarro, acendendo um.

── Eu posso até ajudar. ── Digo, degustando um pouco daquele vinho. Não curtia muito mas eu tomava uma vez ou outra. E só irei tomar aquele gole para não me fazer mal. ── Me sinto culpada por…

── Já disse que você não tem culpa disso. ── Ela me corta e eu suspiro. ── Veja bem. ── Ela deu uma tragada no cigarro. ── Você está bem, não está? Ainda está grávida de outra pessoa. ── Ela se aproximou de mim, puxando bastante ar pelo nariz.

── Mas eu não fui ameaça! Não diretamente.

── E dai? Você deixaria de continuar seguindo sua vida por uma coisa dessas? ── Fiquei refletindo com suas palavras. Eu não parei minha vida quando eu fui estuprada, não parei quando tive Nancy e não parei quando eu e Jungkook nos afastamos. E não vou parar.

Respirei fundo mais uma vez e olhei para minha barriga, espalmando minha mão por ali. Queria que Jimin estivesse aqui, pois já sentia sua falta. Só queria sentir o calor do seu abraço agora. Ouvir coisas do boca dele. Sentir seu carinho.

── Então tira da sua cabeça que a culpa é sua, porquê não é. ── Ela reforça.

── Já entendi. ── Olhei na direção do quarto e suspirei. Eu sou muito paranóica... Culpa do meu passado.

── Bom… Eu já conversei muitas vezes com meu médico particular. Amanhã ele irá vir aqui, olhar novamente Jungkook. Foi ele quem sugeriu que eu procurasse por você imediatamente, pois com seu cheiro e calor pode o ajudar a voltar a si. ── Escutei tudo com muita atenção. Não é difícil nem complicado. Eu posso fazer isso. ── Só que sinto que você não poderá ficar vindo aqui todos os dias, então precisamos chegar num acordo.

── Ok. ── Foi a única coisa que saiu da minha boca.

── Desculpe estar te colocando nessa situação, mas eu não posso deixar ele morrer. ── Ela dá um gole generoso no vinho. ── Conto com você.

Tell me, what do you want? • JiminOnde histórias criam vida. Descubra agora