54 - Prisão.

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Jimin acordou mais cedo que o normal ao ouvir Nancy resmungar. Ele ficou observando a pequena, que despertou por alguns segundos mas voltou a dormir. Kyung estava aninhada ao seu peito, como se ali fosse o lugar mais seguro do mundo. E de fato, era.

Mesmo com os olhos grudando de sono ainda, Jimin observou o rosto sereno de Kyung por longos minutos. Até mesmo perdeu o sono. Ele olhou para a janela e percebeu que o céu não havia clareado. Ainda era madrugada, concluiu. Novamente, ele voltou a olhar para o rosto de Kyung e sorriu, beijando sutilmente a testa dela e a abraçando.

── Assim você me acostuma mal. ── Kyung sussurrou bem baixinho.

── Eu te acordei? ── Jimin perguntou. Kyung negou com a cabeça e abraçou a cintura dele.

── Se você não estivesse aqui, eu iria surtar por achar que ainda estou dentro daquele quarto. Iria surtar por achar que tudo isso é um sonho e que ainda continuo lá. Mas você está aqui, então não é um sonho.

Jimin sorriu que nem um idiota e a apertou mais um pouquinho entre seus braços. Mas ainda sim, ficava preocupado com essas coisas. Kyung ainda se encontrava muito frágil e qualquer momento poderia se quebrar de vez a ponto de não ter mais volta e ele tinha muito, mas muito medo disso.

Minutos se passaram e nenhum dos dois conseguiram pegar no sono novamente. Apenas ficaram abraçados, ouvindo suas respirações e aproveitando do calor um do outro. O cheiro dele era bom demais e Kyung amava. Se Jimin não tivesse ali, ela iria acordar desesperada, como acorda quando dorme sozinha com Nancy. Mas sempre que vê a pequena e o lugar onde ela está, ela se acalma depois de alguns minutos.

── Quer fazer algo? ── Kyung levantou a cabeça e olhou para cima, encarando o rosto de Jimin. ── Perdi o sono, então... Podemos ver filme. ── Explicou-se antes que ele pensasse em alguma besteira, fazendo Jimin rir.

── Por quê não? ── Kyung sorriu e Jimin roubou um beijo dela.

Ambos se levantaram e seguiram até a sala. O cabelo de Kyung estava bagunçado de uma maneira que fazia Jimin rir, por achar fofo. Ele sentia falta até disso. Sentia falta de acordar todas as manhãs com ela aninhada ao seu corpo, de principalmente vê-la grogue de sono e toda desarrumada.

Kyung se jogou no sofá, sentindo seu corpo pesado ainda e pegou o controle da grande TV que havia ali. Não a espanta mais as coisas caras e de ótima qualidade que Jimin tem, aliás, ele é o CEO mais cobiçado e ganha muito dinheiro, então era óbvio que ele teria uma vida digna de rei, enquanto ela era bem humilde.

── Quer ver o quê? ── Jimin se senta ao seu lado e ela forma um bico nos lábios.

── Eu realmente não sei. ── Suspirou, indecisa, analisando com atenção ao conteúdo na TV.

Jimin não tirou os olhos dela a nenhum momento e isso estava deixando ela sem jeito. Tentava não olhar para ele e focar apenas na TV, mas era uma missão difícil, já que Park Jimin exalava uma certa sedução quando quer ser notado. E era quase que impossível não olhar de volta.

── Kyung. ── Chamou por ela, que apenas respondeu um ''hm''. ── Você se tornou tudo aquilo que preciso. ── O rosto dela imediatamente esquentou, o olhando no mesmo instante. ── Você acredita em mim quando eu falo essas coisas? ── Kyung engoliu a seco.

O olhar dele era intenso e carregado de sentimentos fortes. Sim, ela acreditava. Kyung é o tipo de pessoa que não demonstrava tanto assim seus sentimentos, mas isso está mudando. Desde pequena, ela guardava as coisas pra si, tentava se virar sozinha. Ela era sozinha e isso a deixou forte. Mas todos nós temos nossos limites e ela está bem na beirada. Porém, tudo passou a mudar depois que Jisoo apareceu, que Nancy nasceu, que Mi-seon apareceu. Jeon Jungkook também. Querendo ou não, Jungkook a fez ver algumas coisas com outros olhos e o relacionamento deles dois a fez evoluir, a fez amadurecer e ser mais forte ainda mesmo que no final de tudo não tenha dado tão certo como ela esperava. Ele fez parte de sua vida, mesmo que tenha sido por um período de tempo. Sua mãe surgiu também, lhe trazendo as melhores sensações que já se imaginou tendo ao lado de uma mãe. Tudo mudou de uma maneira que ela não imaginava. Agora era ele... Ele que vem se esforçando para mante-la perto, independente da situação. Ele quem deu o melhor que tinha de si para ela, que ofereceu sua mão, acalentou-a com seu calor. Não imaginava que no final de tudo, iria estar com ele. Logo com ele. Que grande ironia, não? Ela sempre se pegava pensando em tudo, desde o começo até este atual momento. A vida é uma caixinha de surpresas, não?

Tell me, what do you want? • JiminOnde histórias criam vida. Descubra agora