Kyung
Eu não conseguia acreditar que isso tudo realmente aconteceu. Por que ele teve que se tornar mais um babaca e me machucar? Por que?Eu estava muito agitada, possivelmente posso ter uma crise a qualquer momento, mas não queria que isso acontecesse aqui dentro do taxi. Meu corpo queimava de raiva, de desgosto. Desgosto de mim. Me sinto péssima!
Algumas vezes, o motorista me dava umas olhadas. Olhar de preocupação e curiosidade. Ele notou o meu estado, mas não ousou invadir meu espaço e ficou na dele. Até agradeço por isso, pois não queria ser má educada e o tratar mal. Mesmo precisando de alguém para conversar urgentemente. A todo momento, eu bufava ou suspirava pesado, arranhando o dorço de minha mão. Queria aliviar um pouco desse ódio que me consome por dentro.
Mais alguns minutos dentro daquele veículo, cheguei ao meu destino. Meu lar. Paguei a corrida e desejei uma ótima noite para o motorista, que agradeceu, dando um sorriso gentil e partiu em seguida. Visualizei o carro se afastar e me peguei presa novamente naquele sensação estranha sempre quando eu estava na rua. Olhei ao redor e não vi ninguém suspeito, mas eu tinha a leve sensação de estar sendo vigiada. Meu peito apertou de uma forma dolorosa e me veio novamente a vontade de chorar. O vento gelado acariciou meu rosto e eu respirei fundo, bem fundo, dando meia volta e entrando no prédio de classe média onde eu morava. Meu salário era bom para manter aquele apartamento, mas não pretendo ficar mais um dia se quer naquela empresa.
Estou decidida, eu irei partir.
Cumprimentei o segurança do prédio, que sorriu simpático para mim e caminhei até o elevador, apertando o botão do andar onde moro. Quando as portas de metal se abriram, eu entrei um pouco afobada e apertei freneticamente o botão para que a porta fechasse logo. Enquanto o elevador subia, eu tentava não pensar nessas coisas que andam atormentando minha vida desde o dia em que eu saí do orfanato.
As vezes sinto falta de lá... Por mas sufocante seja, eu sentia saudades de lá. Mesmo que seja chato as madres ficarem no seu pé o tempo todo, eu sentia. Uma coisa que eu me questionava quase toda hora era o por quê ninguém nunca se interessou por mim, nunca quis me adotar. Sim... Eu fui abandonada pelos meus Pais - se é que posso considerar - em um orfanato, bem clichê não? Mas é meu doloroso passado e eu não posso esquecer disso e fingir que nunca aconteceu. Não consigo. Estaria iludindo a mim própria!
Doía ver meus amiguinhos sendo levados para longe dali com seus novos Pais, sendo a única da rodinha a não ser adotada. Eu não tinha nenhum tipo de problema, nenhuma doença contagioso, muito menos dava trabalho. Então por quê? O que tinha de errado comigo? Aquilo me deixava angustiada, triste. Muitas das vezes, a Sra. Ji Woo me pegava chorando, me repreendendo por isso e me acolhendo em seus braços quentes e reconfortantes. Eu acabei considerando-a uma mãe, pois sempre cuidou de mim, sempre me deu mais atenção do que para outros. Lá, eu fui devidamente educada, estudei idiomas e aprendi a cozinhar, assim como também fazer as tarefas de casa diariamente. Eu me orgulho de quem sou hoje! Não dependo mais de ninguém, sou dona do meu próprio nariz. No entanto, minha vida virou de cabeça para baixo quando eu completei maior idade. Tive que sair de lá. Eu recebi apoio, claro. Já saí de lá com um trabalho fixo. Na época, não era grande coisa, mas o pouco que eu recebia dava pra me manter e pagar a minha estadia em um apartamento bem barato. Só consistia de dois pequenos cômodos. O banheiro era pequeno e a descarga estava ruim, o quarto também era uma sala e cozinha ao mesmo tempo. Eu fiquei muito feliz com tão pouco, fui melhorando as poucos até que subi de cargo na loja de roupas onde eu trabalhava e pude procurar algum outro lugar mais próximo ao trabalho.
Foi nesse meio tempo que eu conheci ele...
Lembro perfeitamente desse terrível dia. As cenas de 2 anos atrás ainda estavam frescas em minha memória, como se tivesse acontecido ontem. Eu era uma menina muito meiga, ainda sou, mas não como antes. Não via maldade em muita coisa. Jung Hoseok era seu nome. Quando nos conhecemos, era em uma noite onde eu estava indo para a balada com as colegas de trabalho. Tudo estava normal para mim, até então, mas aí ele apareceu do meu lado. Ficamos conversando um pouco e nos conhecendo melhor. Pela primeira vez na minha vida, eu consumi drogas. Acabei usando pelo fato de estar bêbada e por ter me sentido curiosa, o que me amaldiçoo muito por isso e hoje eu evito o máximo para preservar minha saúde mental. Eu ainda sinto os toques nada delicados em meu corpo, de como ele me invadiu. Doeu, doeu tanto que eu gritei.
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Tell me, what do you want? • Jimin
FanficA obra retrata sobre a vida pessoal de Park Jimin, um homem totalmente rígido e grosso, CEO de uma empresa de grande prodígio, e um alfa totalmente viciado em sexo. Ele sente uma forte atração por sua secretária e isso o deixa louco. Aliás, ela se...