5 - Desespero e Pânico.

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Obriguei-me a abrir os olhos ao ouvir meu celular tocando no criado mudo. Eu não tinha noção da hora e o celular não parava de tocar, o que me deixou um pouco irritada. Abri apenas um olho, me sentindo um pouco enjoada por ter bebido um pouco demais ontem. Olhei para Nancy, que ainda dormia e cocei meus olhos. Virei minha cabeça para o lado quando o celular parou de tocar. Bocejei e me estiquei na cama, pegando meu celular que no mesmo instante voltou a tocar.

Era Lee Taemin, meu amigo.

Ele foi um dos meus amiguinhos que foram adotados quando eu ainda era criança. Fomos criados juntos. Pisquei algumas vezes e atendi a ligação, me obrigando a me levantar da cama e ir para o banheiro molhar o rosto e escovar os dentes.

── Kyung? Você está bem?

── Sim... ── Minha voz saiu rouca, pelo simples fato de ter acabado de acordar. ── Por quê pergunta?

── Ontem a Bae me ligou e nos encontramos. Ela comentou o que aconteceu...

── Ah... ── Peguei minha escova e coloquei uma pequena quantidade de pasta de dente, começando a escova-los logo em seguida. ── Tá tudo bem.

── Tudo mesmo? ── Ele perguntou, estava preocupado.

── Sim. ── Cuspi dentro da pia e bochechei minha boca com um pouco de água. ── Não precisa se preocupar.

── Claro que vou me preocupar! Você é como se fosse uma irmã mais nova. Não quero que nada ruim te aconteça.

"Se você soubesse o que eu passei assim que sai do orfanato, você teria pena e me daria umas palmadas."

Tentei segurar o riso soprado ao pensar comigo mesma.

── É sério, eu estou bem. Foi até bom isso ter acontecido, que aí eu já me livro de coisas desnecessárias da minha vida.

── Tudo bem então.... Desculpe te ligar tão cedo assim, é que eu realmente estava preocupado. Ainda estou, mas confio em você. Depois eu te ligo ou mando mensagem, estou indo trabalhar agora.

── Beleza, depois a gente se fala. Até mais e tenha um ótimo dia. ── Espio Nancy ainda adormecida na cama.

Encerro a chamada e acabo por lembrar que tenho que resolver a questão de pedir demissão. Suspirei cansada e amarrei meus cabelos em um coque alto, saindo do meu quarto e indo até a cozinha. Peguei alguns potes que estavam dentro da geladeira e agradeci mentalmente a Ajuhmma por sempre deixar meu café da manhã pronto pro dia seguinte. Só precisaria esquentar.

Esquentei tudo o que eu peguei no microondas e voltei para o quarto ao ouvir Nancy resmungar. Toda dia de manhã, ela acordava um pouco enjoada, fazia manha e não se desgrudava de mim. Peguei ela e a levei até o banheiro, escovando seus dentes com cuidado enquanto ela me encarava com cara de sono ainda. Passei a mão úmida por seu rosto e limpei a pouca remela no canta dos olhos. Feito isso, voltei a cozinha com ela em meu colo e tratei de coloca-la na cadeirinha. Fiz algo reforçado para ela poder comer e ajeitei tudo na pequena mesa redonda que tinha na sala. Peguei Nancy no colo novamente e fui até a sala, me sentando no chão e ajeitando a roupa da minha menininha. Ao mesmo tempo que eu comia, eu a alimentava com pequenos pedaços de legumes cozidos.

Eu amava essa calmaria, essa paz que eu tinha logo de manhã, sem estresse e preocupações desnecessárias. Após alguns minutos ajudando a Nancy a comer, escuto a barulho da porta se destrancando e o corpo pequeno e cheinho da Ajuhmma passar pela a porta. Ela tinha algumas sacolas em mãos. Assim que me viu, ela deu um sorriso acolhedor em minha direção e calçou as pantufas para não ficar descalça, perambulando pela casa.

Tell me, what do you want? • JiminOnde histórias criam vida. Descubra agora