Volte para nós

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Sakura pov

Quando ouvi da Doutora Senju que poderíamos ver o Kakashi meu coração bateu mais forte, o que me fez levantar rapidamente, e saber que Obito poderia ir vê-lo também me deixou ainda mais feliz, afinal, eles sofreram o acidente juntos e ele não o viu até agora. Apesar da Tsunade ter falado que poderiam ir três de cada vez, Itachi disse para irmos nós dois na frente.

Eu e o Obito seguíamos a enfermeira a nossa frente até o quarto em que o Kakashi estava, ela abriu a porta e nos deixou passar. Empurrei a cadeira de rodas onde o Uchiha estava sentado para dentro do quarto e já nos primeiros passos pude ver o Hatake, meus olhos encheram de lágrimas ao vê-lo em tal estado, parecia que eu estava dentro do meu pior pesadelo do qual eu não conseguia acordar.

— Como vocês são muitos a vê-lo, vocês têm apenas alguns minutos, ok? — A enfermeira disse antes de fechar a porta de madeira branca.

Ajeitei a cadeira de rodas do Obito próximo a cama e ao lado da cadeira que tinha, me sentando na mesma em seguida, suspirei tentando manter a calma e senti a mão do Obito estacionar em minha coxa me fazendo um afago ao mesmo tempo que me olhava de forma carinhosa. Mordi o lábio e coloquei a minha mão por cima da dele fechando os olhos em seguida.

— Vamos Kakashi, volte para nós. — Abri os olhos um pouco surpresa e vi ele falando direcionado para o prateado. — Já ouvi dizer que as vezes que estão em coma podem ouvir. — Ele olhou para mim sorrindo de forma esperançosa e eu retribuí curvando levemente meus lábios. "Ele tem razão, dependendo da gravidade do coma do Kakashi ele pode nos ouvir."

— Sim, é verdade. — Ele voltou o olhar para o Hatake.

— Cara, eu e a Sakura estamos sentindo falta da nossa outra metade, você concordou em ficar com a gente e sei que você não é de quebrar suas promessas. — Eu sorria e chorava ao mesmo tempo presenciando a naturalidade com a qual ele falava. — Se você fugir do nosso relacionamento a Sakura vai ficar irritada e você sabe como a Sakura é quando ela fica irritada, por favor, não me faça enfrentá-la sozinho. — Dei um tapa no braço dele. — 'Ai. — Obito acariciou o local. — 'Tá vendo? Ela já começou. — Ele me abraçou beijando o topo da minha cabeça.

— Volte 'pra gente, Kakashi. — Levei a minha mão até a do prateado a apertando de leve. — Por favor... — Eu já soluçava e minha voz embargava com o choro. — Não... nos deixe... — Obito me abraçava forte e apertei seus braços em reflexo. — Eu não... Obito... — Escondi meu rosto em seu peito.

— Vai ficar tudo bem, ele vai acordar, ele vai... — Senti ele afagar meus cabelos e parecia que faltava um pedaço de mim, a falta de outro par de braços ao nosso redor me fazia sentir um enorme vazio.

[...]

Eu mal podia acreditar que já tinha passado uma semana, Naruto, Hinata e Sasuke estavam indo embora e por mais que eles tenham ficado por mais tempo do que o planejado para nos dar apoio por causa do acidente, eu queria que a gente estivesse todos juntos nesse momento tão difícil, contudo, as aulas começavam semana que vem, então eles precisavam voltar. Estávamos na varanda esperando o uber do Sasuke para levá-lo até o aeroporto e a carona do Naruto e da Hinata. "Por certo é aquele velho estranho que deixou eles aqui em uma kombi mais estranha ainda." Sacudi a cabeça rindo com meus pensamentos.

— É esse. Meu uber chegou. — Sasuke levantou do banco de madeira pegando sua mala de rodinhas em seguida. — Não fiquem tristes, eu volto no fim do ano.

— Convencido. — Rolei os olhos.

— Mamãe não vai gostar disso. — Itachi avisou.

— Nem que eu tenha que brigar com a mamãe para passar o Natal aqui, irmão. — Ele disse determinado encarando Itachi e todos rimos nos abraçando, logo o Uchiha caçula entrou no carro e acenamos uma última vez.

Vi o senhor de cabelos brancos estacionar a kombi na frente da casa buzinando algumas vezes gritando em alto e bom som pelo Naruto que gritava de volta dizendo que já ia. Nos despedimos do casal que entrou na kombi e acenamos até eles sumirem no fim da rua, me virei para Itachi e sorri animada.

— Sim, vamos buscar o Obito agora. — Ele sorriu com humor e eu entrei no carro dele.

— Daqui a pouco estamos de volta. — O Uchiha avisou ao restante dos moradores da República entrando em seguida do lado do motorista.

Obito iria ficar na república, ele morando sozinho não ia dar certo, apesar de ter recebido alta ele ainda precisava ficar de repouso e seguir as orientações médicas. Quanto a mim, eu estava melhorando a cada dia, a doutora Senju tem sido um anjo na nossa vida, ela até me deu o número pessoal dela e sempre me avisava sobre toda e qualquer mudança no quadro do Kakashi. De acordo com a Tsunade, o prateado tem evoluído, tem respondido a alguns estímulos, mesmo que seja avanços mínimos, em um coma qualquer evolução é algo para ficar animado.

Chegamos no hospital e fomos direto para o quarto do Uchiha, quando entrei no quarto o vi em pé ao lado da cama já arrumado nos esperando, fui em sua direção e dei um abraço seguido de um beijo que foi mais demorado do que eu tinha percebido. Itachi pigarreia nos chamando atenção e nós pedimos desculpa sorrindo sem graça.

— Querem ver o Kakashi antes de ir? — Obito questionou olhando para mim e eu confirmei com a cabeça.

Nós três chegamos ao quarto do prateado, andei até ele devagar e dei um beijo em sua testa, afaguei seus cabelos e desci a mão até sua bochecha acariciando-a, me inclinei sobre ele. — Eu volto amanhã — sussurrei em seu ouvido.

Seguimos para o carro e em alguns minutos Itachi estacionou na garagem da Folha, entramos em casa sendo recebidos por Shikamaru, Temari e Ino que abraçaram Obito animados.

— Seja bem-vindo à sua casa temporária. — Ino sorriu.

— Como está se sentindo? — Shikamaru perguntou.

— Bem, agora que estou com vocês, me sinto melhor. — Obito curvou os lábios e eu sorri o fitando.

— Eu tentei fazer um bolo, não garanto muita coisa — Temari ri debochando —, mas pelo menos podemos tomar um café. — Seguimos ela até a cozinha sentando à mesa em seguida.

— Obrigado por me receberem. — O Uchiha mais velho agradeceu. — Não quero dar trabalho para vocês.

— Mas é claro que não vai dar trabalho, vai ficar comigo no meu quarto e vai ser mimado todos os dias. — Dei um selinho nele o fazendo sorrir.

— Eu preciso tomar um banho. Quero tirar esse cheiro de hospital. — Obito levantou e olhou para mim. — Me ajuda com o curativo?

— Claro! — Levantei e fomos andando em direção a escada.

— Sem indecência que ele não pode fazer esforço. — Escutei a voz da Temari soando irônica e revirei os olhos levantando o dedo do meio para ela.

Depois do Obito ter tomado banho e eu ter refeito seu curativo, deitamos na cama, ele enrolava uma mecha do meu cabelo em seus dedos enquanto eu, deitada em seu peito fazia carinho em seu pescoço. Me sentia menos aflita com ele ao meu lado, contudo, ainda sentia que faltava uma parte da minha felicidade, que eu esperava que estivesse presente logo, de preferência deitado junto com a gente naquela cama.

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