Voltando para casa

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Sakura Pov

Não, eu definitivamente não queria ir para Makurazaki, ficar duas semanas sem ver o Kakashi me deixava triste e ele não ia ter nem a companhia do Obito ou de nenhum outro integrante da nossa família. Os Uchiha's irão para Tóquio, Temari e Shikamaru irão para Aira e eu e a Ino íamos para casa, será que ainda posso chamar assim? Afinal, me sentia mais em casa aqui na República do que jamais me senti na mansão Haruno.

— 'Tá tudo bem, Saky? — Virei para a porta e vi a loira segurando a sua mala.

— Sim.

— Quem você quer enganar? — Ela revirou os olhos e deu alguns passos em minha direção. Sentei na cama e soltei o ar. — São só duas semanas, daqui a pouco estamos de volta.

— Não queria deixar o Kakashi tanto tempo sozinho. — Abaixei a cabeça.

— Relaxa, vai passar rapidinho.

— Se ele acordar, Ino? — A encarei preocupada.

— Aí a gente volta correndo para cá, não se preocupe. — Ela apoiou a mão em meu ombro. — Termine sua mala e vamos, ainda temos que deixar Obito e Itachi no aeroporto.

Depois de fazer a minha mala, a coloquei no chão, levantei o puxador e a arrastei pelo piso de madeira, ao sair do ambiente, vi a porta do quarto do Kakashi aberta. Senti o gosto amargo tomar minha boca e engoli em seco, dei dois passos para frente e vi tudo do jeito que ele deixou, nada fora do lugar.

O Hatake é metódico com as coisas, os objetos nos seus devidos lugares, os livros por ordem alfabética em sua estante e a cama, sempre arrumada. Encarei a foto impressa de nós três preso com um alfinete no pequeno quadro de cortiça acima de sua mesa. Sorri e fechei os olhos em seguida sentindo uma lágrima solitária deixar meu olho direito.

— Sakura! Precisamos ir, se não vamos perder o vôo. — Escutei a voz do Obito. Respirei fundo, fechei a porta e fui a passos lentos em direção a escada, passei levemente a mão em minha bochecha secando minha pele e desci encontrando todos a minha espera.

— Estou aqui. — Curvei os lábios.

— Por favor, se cuidem na estrada. — Temari disse me abraçando.

— Vocês também. — Abracei Shikamaru após me afastar da Tema e cada um fez o mesmo com o casal. Ficamos nos olhando por alguns segundos.

— A que se foda! — Ino exclamou. — Venham aqui. — Ela nos puxou para um abraço em grupo, que é entre risos e reclamações.

— Agora vamos logo antes que a gente tenha que comprar outra passagem! — Itachi disse indo em direção a garagem.

Colocamos todas as malas no carro e partimos em direção ao aeroporto, parei na vaga do estacionamento e desci do carro me recostando na lataria. Cruzei os braços e suspirei, Obito me olhou de canto e veio até mim me abraçando em seguida.

— Eu sei que está preocupada, todos estamos. — Ele acariciou meu rosto. — Vai ficar tudo bem cerejinha. — O Uchiha selou nossos lábios de forma terna. — Eu te amo.

— Também te amo, Obito. — O abracei novamente e o apertei forte. — Boa viagem, quando chegar me avise.

— Você também, cuidado na estrada. — Ele deixou um beijo em minha testa. Fomos em direção a Itachi e Ino que também estavam se despedindo do outro lado do automóvel.

— Cuidado em Tóquio, não vão encher a cara e arrumar problemas. — Soltei um riso sapeca.

— Pode deixar, Senhorita Haruno. — Itachi fez continência e eu desfiro um tapa em seu braço. — Ai, eu nem fiz nada. — Gargalhamos e abracei o Uchiha mais novo. — Se cuidem.

Acenamos enquanto eles entravam no aeroporto, olhei para a Ino que sorriu para mim e entramos no carro. — Abre esse teto solar e aumenta o som. — A loira disse animada me fazendo rir e balançar a cabeça em negativo.


[...]


Deixei a Ino na mansão dos Yamanaka e segui para casa, enfim, depois de quase um ano entraria pela porta da minha casa novamente. Tirei a minha bagagem do porta malas, abri a grande porta de madeira e fui recebida pela nossa governanta, Chiyo.

— Bem vinda, Senhorita Haruno. — Ela pegou a minha mala e chamou uma das empregadas para levar até meu quarto. — Quer almoçar?

— Sim, estou com muita fome, Chiyo, obrigada. — Sorri para ela.

— Vou pedir para colocarem a mesa.

— Não, imagina. Eu como na cozinha.

— Como desejar. — Fomos em direção a cozinha.

— Cadê meus pais? — perguntei para ela.

— Estão na empresa, ainda não chegaram.

Seria muita ingenuidade minha esperar que meus pais estivessem em casa, felizes por que sua filha estava de volta depois de longos meses. Almocei e em seguida subi para o meu quarto à espera da ligação do Obito. Me sentei no colchão e admirei todo o grande cômodo, levantei e fui até o closet onde ainda tinha muitas das minhas roupas, principalmente os vestidos das festas que dávamos e sapatos exageradamente caros. Passei a mão pelos vários tecidos, estampas e cores, abri a gaveta e vi várias lingeries — vou levar vocês comigo — passei a mão nas rendas e logo ouvi meu celular tocar me fazendo correr para atender.

— Obito

— Oi cerejinha, acabei de chegar na casa do meu pai

— Sakura! você deveria ter vindo. — Escutei a voz de Shisui ao fundo.

— Sai daqui. — Obito berrou com o irmão e eu soltei uma risada.

— Diga que da próxima vez eu vou. — Me joguei na cama. — A viagem foi tranquila?

Sim, meu pai queria nos levar para almoçar fora, mas estou cansado e Itachi queria ir logo ver o Sasuke. Pelo que entendi ele está morando com os pais de novo.

— Isso é ruim?

Bom, talvez seja, vou descobrir amanhã quando for jantar na casa do Tio Fugaku.

— Por favor, me avise. — Ele confirmou com um murmuro.

Preciso desligar, se cuide viu? Amo você.

— Você também.

Depois que desliguei o telefone, sorri em saber que chegaram bem em Tóquio, mas o que me deixou intrigada foi essa questão do Sasuke estar morando com os pais. Esperava que o Obito descobrisse algo logo, talvez o Ita deva ter ligado para a Ino e falado algo. Peguei meu celular para falar com a loira e vi que tinha uma mensagem dela.

Ino: Vem para cá Saky, Hina e o Naruto estão vindo.

Meus pais ainda não chegaram, Ino

Meu telefone começou a tocar e para minha felicidade era a minha mãe.

— Mãe!

Oi filha, fez boa viagem?

— Sim! Que horas vocês chegam?

É sobre isso querida, vamos ter uma reunião agora a tarde. Não sei que horas voltaremos, talvez para o jantar. — Respirei fundo, mordendo o lábio.

— Tudo bem, mamãe. Espero vocês a noite.

— Até mais tarde, querida.

Como sempre, eu sou deixada de lado, sou a segunda opção. O trabalho deles é mais importante que sua própria filha. — Que se foda. — Peguei meu celular para escrever uma mensagem para Ino.

Ino, vou tomar banho, chego já.

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