República da Folha - Reescrevendo

Descobertas

Itachi Pov

Claro que isso ia dar merda, meu coração estava acelerado e Shisui seguiu me encarando esperando alguma resposta do lado de fora, mas apenas mais duas batidas são proferidas. Minha respiração tornou-se ainda mais ofegante, eu estava entrando em pânico, olhava o nosso estado, estávamos praticamente nus, com os lábios vermelhos, suados e duros. "Merda!"

— Está ocupado. — Shisui respondeu.

— Primo, você viu o Ita? — respirei um pouco aliviado de ser o Sasuke. Shisui me olhou com um sorriso sacana.

— Não, Sasuke, não o vi.

— Vou procurá-lo, não demore. Mamãe vai servir o jantar em breve. — Escutamos os passos se afastando da porta e o moreno tirou a mão da minha boca para então continuar me beijando, porém eu o empurro.

— Você tá louco? Quase fomos...

— Mas não fomos. — Ele me interrompeu. — Agora se acalme que eu quero terminar o que começamos, quero ver você gozar 'pra mim, Itachi. — Shisui sussurrou em meu ouvido.

— Definitivamente, não. — Subi as minhas calças e fechei o zíper. Ele se afastou dando de ombros e se recompôs. Dei as costas e coloquei a mão na fechadura, quem eu quero enganar, quero terminar isso tanto quanto ele. O encarei e sorri de canto. — Talvez depois. — Saí do banheiro subindo depressa para o meu quarto em seguida. Entrei no banheiro e lavei o rosto, me encarei no espelho acima da pia e percebi minha camisa amassada e com alguns pingos de suor, fui até meu quarto e abri o guarda-roupa atrás de outra camisa, peguei uma qualquer e comecei a fechar os botões.

— Ita, onde você 'tava? — Engoli em seco virando para a porta vendo o Sasuke.

— Eu... eu derramei bebida na minha camisa, vim trocar.

— Mamãe está esperando você para colocar o jantar, vamos logo. — Ele virou e saiu do quarto me fazendo soltar o ar aliviado.

Desci a escada e fui para a sala de jantar onde estavam quase todos da família já sentados em seus lugares e óbvio que o meu lugar tinha que ser ao lado do Shisui, pelo menos o Obito está sentado do meu lado esquerdo. O jantar foi servido e estávamos todos comendo quando de repente meu pai bateu o garfo levemente na taça chamando a atenção de todos.

— Bom, primeiramente gostaria de agradecer por todos estarem aqui reunidos, é sempre bom poder ter toda a nossa família no mesmo jantar. — Ele pigarreou. — Eu quero anunciar a abertura do nosso novo escritório de advocacia em Osaka. — Fiquei olhando confuso. "Esse jantar foi para isso então? Isso não explica o porquê do Sasuke estar morando com eles novamente. — E bom, precisamos de um responsável para tomar conta da empresa. — Meu pai olhou diretamente para o Sasuke que levantou e sorriu. — Sasuke Uchiha, meu filho, vai assumir a nova filial.

Eu estou completamente extasiado, olhei para o Obito que estava tão surpreso quanto eu, sorri e todos nós batemos palmas. Então tudo estava bem mesmo, meu pai aceitou meu irmão e não só isso, o abraçou como herdeiro do império Uchiha e eu só conseguia estar pulando de alegria por dentro. Era isso que o Sasuke queria, ser reconhecido, ser parte da empresa Uchiha e ele conseguiu. Meus olhos encontraram os do Sasuke e sibilo — Estou orgulhoso de você. — Sorri largo e ele retribui.

Após o jantar eu, Shisui e Obito fomos para o jardim, estávamos felizes em saber que o Sasuke tinha recebido o seu lugar no império dos Uchiha's, todos nós sabíamos o quanto ele se dedicava e queria isso. Meu irmão estava recebendo as parabenizações de todos lá dentro e tudo que consigo fazer é sorrir em saber que o nosso pai finalmente deu a ele o que tanto almejou. Vejo ele saindo da casa em nossa direção.

— Vem cá me dar um abraço! — Sasuke sorriu e o abracei. — Agora nos conte tudo. — O puxei para longe dos nossos primos.

— Bom, eu acabei não só me assumindo como disse tudo que estava engasgado a anos. — Fiquei boquiaberto, meu irmão nunca confrontou o nosso pai. — Chorei muito, Ita, como nunca.

— Queria ter estado aqui. — Acariciei seu ombro.

— Era uma coisa que eu precisava fazer sozinho, irmão. — Concordei balançando a cabeça. — Nosso pai acabou entendendo tudo, disse que nunca foi a intenção dele nos comparar e me colocar para baixo. Ele queria que eu fosse um homem forte.

— Ele não precisava te tratar com desdém para te tornar forte. — Vinquei as sobrancelhas.

— Eu sei, mas entendi o lado dele. No fim, deu tudo certo e na verdade, ele já estava esperando eu me formar para me mandar para a filial em Osaka.

— Então, quer dizer que ele já tinha planejado isso? — Fiquei surpreso.

— Sim! — Ele sorriu animado.

— Precisamos comemorar isso no estilo República da Folha! — Cutuquei ele com o cotovelo. — O que acha?

— Mal posso esperar.

Parece que o nosso pai nunca duvidou da capacidade do meu irmão e isso me deixou tão satisfeito. Sasuke sempre foi dedicado em tudo que fez, o sonho dele sempre foi ser um ótimo advogado, além de querer ter o seu lugar na empresa da família e acreditava que ele seria um dos melhores. Quando a festa acabou subimos para o quarto e passamos horas conversando sobre os planos que ele tinha de fazer mestrado na universidade de Osaka, de como ele planejava viver sendo ele mesmo e do quanto ele ansiava por um recomeço.

Os dias passaram rápido, já era no dia seguinte que íamos voltar para Kagoshima e minha mãe não ficou nada feliz em saber que nenhum dos seus dois filhos passaria o natal com a família, mas entendeu que é um momento delicado devido ao Kakashi ainda estar em coma e que nós da Folha, precisamos estar juntos. Sasuke realmente queria estar com a gente e ele deixou claro que não abriria mão disso. Ele disse para mim que se sentia no dever de estar ao lado da Sakura em um momento tão delicado, isso me fez ver o quanto meu irmão amadureceu com tudo que aconteceu e a Haruno teve um grande papel nisso.

Eu entendia que ele queira estar presente, além de querer se redimir com ela, Sasuke quer melhorar o seu relacionamento com todos nós e isso me deixou tão feliz. Não sei quando poderei vê-lo de novo, já que agora ele vai assumir a empresa em Osaka, pelo menos é mais perto de Kagoshima do que Tóquio. Tenho certeza que esse natal vai ser especial, afinal, é o primeiro fim de ano juntos, estávamos precisando de uma boa energia na Folha e achava que o Natal e Ano novo poderiam trazer um afago aos nossos corações depois de tantos meses.