𝑺𝒕𝒊𝒍𝒍 𝑳𝒆𝒂𝒓𝒏𝒊𝒏𝒈▪︎𝑽𝒊𝒏𝒏𝒊𝒆 𝑯𝒂𝒄𝒌𝒆𝒓

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Vinnie Hacker

Eu estou sentado no meio da cama da minha fadinha. A mesma está deitada no meio das minhas pernas com a botija de água a chorar.

Evve: Tu és um insensível!

Eu já não aguento isto.

Vinnie: Tu é que és sensível de mais.

Evve: Chama-se ter coração!

Revirei os olhos.

Evve: Olha o cãozinho! Ele é tão fofo!

Nós não queríamos ver mais séries então ela pos num canal chamado Nacional Geographic e está a dar The Incredibel Doctor Pol.
Só não esperava que ela fosse chorar a ver um parto de ovelha e um parto de uma cadela.

Evve: Coitadinha!

Vinnie: Eles estão a ajudá-la.

Evve: Eles estão a magoar a vaquinha!

Sabem uma criança de cinco anos?! Pois, a Evve não está muito diferente neste momento.
E ainda está a comer chocolates.

Vinnie: Tu ficas sempre assim quando estás com o período?

Evve: Assim como?

Logo após isso soluçou.

Vinnie: Tão chorona e sensível!

Evve: Tu és estúpido e eu odeio-te!

Disse e escondeu a cabeça no meu braço.
Não pude evitar rir da sua cara.

Vinnie: Desculpa fadinha.

Dei um beijo na testa da mesma e ela sorriu.
A sua bipolaridade fez-me rir.

Evve: Para de te rir de mim!

Dei-lhe um beijo no topo da cabeça e ela aninhou-se ainda mais no meio das minhas pernas, para dormir.

Vinnie: Queres dormir?

Evve: Contigo a falar fica difícil!

Puxei a mesma para o meu lado e deitei a sua cabeça no meu peito.

Vinnie: Boa noite.

Ela murmurou alguma coisa que eu não percebi.
Era incrível como ela havia me mudado.
Sim, eu havia mudado um pouco. Mudado por ela.

Mas será que essa mudança era suficiente para ela?!

Mesmo que eu quisesse algo, ela não queria depois do incidente de hoje. Eu magoei-a, não da mesma maneira que a magoara num passado nada distante, menos de uma semana.

Levantei-me da cama da mesma sem a acordar e fui até ao andar de baixo onde estava a minha mochila. Tirei de lá um cigarro e fui até á cozinha onde a janela estava aberta.

Debrucei-me sobre a bancada e acendi o objeto que se encontrava entre os meus dedos.
Após duas tragadas senti alguém tirar-lo da minha mão.

Evve: Devias estar lá em cima a dormir comigo! Não aqui a fazer asneiras!

Vinnie: Eu não fiz asneiras.

Evve: Estavas a fumar.

A mesma atirou com o cigarro para dentro do lava-louça e ligou a torneira.

Evve: Porquê?

Vinnie: O que?

Evve: Eu sei que só fumas quando estás irritado, preocupado ou confuso.

Vinnie: Uma mistura dos três.

A loira levou as mãos até ao meu rosto e, depois de erguer os calcanhares do chão ficando em pontinhas dos pés, colou as nossas testas.

Evve: Fala comigo.

Eu soltei o ar que estava preso nos meus pulmões.

Vinnie: São quatro da manhã. Temos que ir dormir. Amanhã falamos.

Afastei-me dela com o intuito de irmos para o quarto mas ela parou na sala e sentou-se no sofá em posição de índio.

Evve: Eu não vou até falares comigo.

Vinnie: Então ficamos aqui os dois.

Sentei-me ao seu lado e ela descansou a cabeça no meu ombro.

Vinnie: Vamos subir.

Evve: Não quero. Quero que fales comigo. É agora que tens que expressar melhor o que sentes.

Vinnie: Mas eu já disse, é uma mistura de frustação, preocupação e confusão.

Evve: E porque é que te sentes assim?!

Vinnie: O meu psicólogo foi esta tarde antes de vir ter contigo! Mas obrigado na mesma!

Evve: Eu não estou a tentar ser a tua psicóloga! Estou a tentar fazer o meu papel como...seja lá aquilo que eu for para ti!

Ela fez uma pausa á procura das palavras.

Vinnie: O problema está aí!

Evve: Aí a onde?!

Vinnie: Aquilo que nós somos! Eu estou assim por não saber o que somos e eu odeio-me neste momento por tu estares certa! Eu já não me conheço!

Ela abraçou-me e eu encostei a cabeça no peito dela.

Evve: Vai tudo estar menos confuso amanhã, quando tivermos uma conversa calma. Depois de umas horas de sono.

Peguei na minha fadinha ao colo e subi as escadas até ao segundo piso, enquanto a mesma gargalhava.

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