Capitulo Seis - Aline

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Anteriormente em 'Meu presente, Seu futuro, Nosso passado': O cair da noite trouxe perigos para Aline, será que ela conseguirá sair dessa situaçao com vida?

Boa leitura =D

(Capitulos novos toda quarta feira)


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25 de setembro de 2014.

A dor pungente provoca um soluço violento que fere minha garganta. Arrasto-me no chão, suja, desnorteada. O mundo gira sob meus pés e o vômito vem novamente, causando espasmos dolorosos no estômago à medida que o agarro com as mãos. Cuspo na tentativa de limpar a boca, mas é inútil. A imundice parece penetrar até a alma.

Ainda vejo vermelho. As luzes de emergência continuam ativadas. Com certeza uma espécie de jogo mental doentio. Encosto a cabeça contra a parede e respiro fundo só para engasgar com o fedor novamente, e então miro o ambiente.

Fui arrastada até outra parte da fábrica, onde painéis de plástico pendem do teto. Me lembra um açougue ou frigorífico. A temperatura está tão baixa que meus ossos doem. Mais dois ganchos na parede oposta, dessa vez sustentando corpos humanos inteiros.

Prendo a respiração. Provavelmente se trata das últimas duas vítimas.

A visão não me abala tanto quanto a última, minha mente traumatizada parece ter entrado em choque. No entanto, algo nos cadáveres parece errado, fora de lugar. A luminosidade vermelha não me permite descobrir o que é.

- Se divertindo com a cena?

Passos lentos. O plástico range e Joaquim surge. Trás consigo um facão enorme, preso à cintura.

O brilho metálico trás uma lembrança à tona. Minha faca. Procuro desesperadamente ao redor, mas sei que provavelmente a perdi quando apaguei. O homem entra no cômodo, revelando uma fração da passagem que se estende as suas costas. Capto uma enorme porta verde no limite da parede antes que o plástico leitoso retorne ao lugar.

Tenho que pensar rápido, mas o pulsar no meu crânio embaça qualquer tentativa de reflexão racional.

- Você deve estar se perguntando onde está a pele deles. - Joaquim diz. Indicando com a lâmina os pesos mortos pendurados.

Estão sem pele? Isso era o que estava distorcendo as imagens dos corpos na minha cabeça. Pelos céus. Viro o rosto, sem querer olhar. Talvez ele só esteja tentando me assustar. O homem parece se irritar com minha atitude, porque avança, agarrando o meu queixo entre as mãos. O hálito azedo, se misturando com todo o fedor do local.

Tusso. Os pulmões ardendo pelo odor fétido. Lembro da reportagem estúpida, de todo o motivo que me fez ir até aquele fim de mundo. Cristian. Juro que vou matá-lo se conseguir sair daqui. Além do medo, começo a sentir uma espécie de raiva primitiva.

Desde Agora e Para Sempre | VOLUME 1 | Série "Tempo de Amar"Onde histórias criam vida. Descubra agora