Anteriormente em 'Meu presente, Seu futuro, Nosso passado': O cair da noite trouxe perigos para Aline, será que ela conseguirá sair dessa situaçao com vida?
Boa leitura =D
(Capitulos novos toda quarta feira)
25 de setembro de 2014.
A dor pungente provoca um soluço violento que fere minha garganta. Arrasto-me no chão, suja, desnorteada. O mundo gira sob meus pés e o vômito vem novamente, causando espasmos dolorosos no estômago à medida que o agarro com as mãos. Cuspo na tentativa de limpar a boca, mas é inútil. A imundice parece penetrar até a alma.
Ainda vejo vermelho. As luzes de emergência continuam ativadas. Com certeza uma espécie de jogo mental doentio. Encosto a cabeça contra a parede e respiro fundo só para engasgar com o fedor novamente, e então miro o ambiente.
Fui arrastada até outra parte da fábrica, onde painéis de plástico pendem do teto. Me lembra um açougue ou frigorífico. A temperatura está tão baixa que meus ossos doem. Mais dois ganchos na parede oposta, dessa vez sustentando corpos humanos inteiros.
Prendo a respiração. Provavelmente se trata das últimas duas vítimas.
A visão não me abala tanto quanto a última, minha mente traumatizada parece ter entrado em choque. No entanto, algo nos cadáveres parece errado, fora de lugar. A luminosidade vermelha não me permite descobrir o que é.
- Se divertindo com a cena?
Passos lentos. O plástico range e Joaquim surge. Trás consigo um facão enorme, preso à cintura.
O brilho metálico trás uma lembrança à tona. Minha faca. Procuro desesperadamente ao redor, mas sei que provavelmente a perdi quando apaguei. O homem entra no cômodo, revelando uma fração da passagem que se estende as suas costas. Capto uma enorme porta verde no limite da parede antes que o plástico leitoso retorne ao lugar.
Tenho que pensar rápido, mas o pulsar no meu crânio embaça qualquer tentativa de reflexão racional.
- Você deve estar se perguntando onde está a pele deles. - Joaquim diz. Indicando com a lâmina os pesos mortos pendurados.
Estão sem pele? Isso era o que estava distorcendo as imagens dos corpos na minha cabeça. Pelos céus. Viro o rosto, sem querer olhar. Talvez ele só esteja tentando me assustar. O homem parece se irritar com minha atitude, porque avança, agarrando o meu queixo entre as mãos. O hálito azedo, se misturando com todo o fedor do local.
Tusso. Os pulmões ardendo pelo odor fétido. Lembro da reportagem estúpida, de todo o motivo que me fez ir até aquele fim de mundo. Cristian. Juro que vou matá-lo se conseguir sair daqui. Além do medo, começo a sentir uma espécie de raiva primitiva.
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Desde Agora e Para Sempre | VOLUME 1 | Série "Tempo de Amar"
Lãng mạn"Dois tempos, duas vidas, um destino". Em 2014, no último ano na faculdade de Jornalismo, Aline enfrenta as dificuldades e responsabilidades da vida adulta, ao mesmo tempo que tenta estar presente para os amigos e família, além da relação conturbada...