"Dois tempos, duas vidas, um destino".
Em 2014, no último ano na faculdade de Jornalismo, Aline enfrenta as dificuldades e responsabilidades da vida adulta, ao mesmo tempo que tenta estar presente para os amigos e família, além da relação conturbada...
Anteriormente em 'Desde Agora e Para Sempre': Novas pistas aparecem para completar a investigação de Aline. Mesmo com os problemas recentes e variações de humor, Aline e Verônica levam Dolores para participar do concurso 'Garota do bairro'.
Boa leitura =D
(Capitulos novos toda quarta feira)
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19 de julho de 2014.
Tento esperar por Verônica, mas realmente está demorando uma eternidade, então decido trazer algo para as duas comer, ou pelo menos para a mais velha. Chamo a atenção de Dolores, fazendo um gesto na minha barriga e então apontando para fora da tenda. Um olhar e um firme movimento de cabeça deixam claro o que pensa sobre me acompanhar. Respiro fundo, não é o dia de insistir.
Tenho uma espécie de fita de identificação ao redor do pulso, a qual assegura que mais tarde possa retornar para junto das competidoras. No momento, tento driblar as pessoas ao redor da estrutura de lona branca e seguir para frente do palco, onde toda a comoção está acontecendo.
O calor "ataca" sem piedade. Sinto a parte posterior da blusa já úmida, e a franja começa a grudar na têmpora. Mas não perco tempo reclamando, Salvador sempre foi quente, e tive meses para aprender a suportar a temperatura.
Praguejo quando alguém pisa em meu pé. Não pela dor, mas quando olho um dos meus tênis favoritos mal posso acreditar. Está marrom. Como um tênis vermelho pode ficar marrom em questão de minutos?
A poeira no ar está seriamente intensificada pela movimentação dos presentes. Pessoas dançam e pulam ao som da estimada banda. Um homem e uma mulher se revezam no vocal da música, ela empinando a bunda e ele fingindo dar tapas.
Crianças gritam e correm, e os camelôs não param quietos, tentando vender seus produtos. A poeira não poderia ficar baixa com o rebuliço ao meu redor. Afasto do evento, descendo uma rua, em direção ao cais. O mar me agracia com seu azul brilhante, e barcos à vela que ondulam com a brisa. É refrescante.
Ando pela rua que, apesar de cheia, está incrivelmente mais silenciosa que o ambiente anterior. Sinto uma enorme satisfação ao entrar na sorveteria. Não poderia deixar de passar ali. Talvez até consiga convencer Dolores a tomar uma bola de sorvete depois do evento.
Escolho uma mistura exótica e bem regional. Sorvete de umbu e biribiri. O Primeiro tem uma coloração pouco esverdeada, tendendo para o branco leitoso, e é bem refrescante. Já a bola de biribiri é de um amarelo forte, assim como o gosto. Não deixa de ser agradável, mas é definitivamente um pouco mais azedo.
O sorvete é tão gigantesco que me encontro cheia no final da casquinha. Não sei se é certo almoçar tal coisa, mas acho que agora é tarde.
Na volta faço questão de comprar dois cachorros quentes e duas águas de coco em garrafinhas para a viagem. Se Dolores não quiser a comida dela, eu mesma faço questão de devorar tudo depois.
