"Dois tempos, duas vidas, um destino".
Em 2014, no último ano na faculdade de Jornalismo, Aline enfrenta as dificuldades e responsabilidades da vida adulta, ao mesmo tempo que tenta estar presente para os amigos e família, além da relação conturbada...
Anteriormente em 'Desde Agora e Para Sempre': Aline suspeita que João está aprontando algo, enquanto isso, uma conversa com Dolores aproxima as duas.
Boa leitura =D
(Capitulos novos toda quarta feira)
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10de janeiro de 2014.
Bato na porta de João Victor.
- São quase três da tarde e você ainda não comeu - seguro a refeição recém-aquecida em uma das mãos. - Sem falar que tem uma pilha considerável de louça te esperando.
Sua resposta é destrancar a porta depois de alguns instantes de silêncio.
Empurro a madeira com o pé e entro no quarto. Meu irmão já está se sentando novamente em frente ao notebook. Vou até lá e deposito o prato na mesa, ao seu lado.
- Obrigado. - agradece enquanto sento na cama.
Percebo que joga alguma coisa e não aparenta mal humor, o que faz com que eu me pergunte o motivo de não ter decido para comer.
Ele leva uma garfada generosa até a boca e aponta para mim.
- Seu cabelo fica bonito assim.
Meu coque ainda está preso no alto da cabeça. Pisco um olho para ele.
- Eu sei.
- Convencida. – ri.
O barulho repentino de portas batendo nos faz virar a cabeça subitamente para a janela em frente ao computador, a qual proporciona uma vista ampla para os fundos da casa e para o caminho de pedras que leva até a estrada.
Verônica e papai estão descendo do carro.
Olho o horário, achando estranho.
- Chegaram cedo. - comento.
- Sim.
O olhar de João Victor se mantém fixo na janela, ou mais precisamente, nas pessoas que se aproximam da casa.
Fica em silêncio por um tempo.
- Já se sente parte da família? - solta de supetão.
Antes de conseguir me controlar, engasgo com uma risada irônica.
João não me reprime, sei que aceita meus sentimentos e isso me faz ter vontade de apertá-lo em meus braços.
- Você parece mais familiarizado do que eu.
- É. - sorri, voltando sua atenção para o prato de comida.
- Também acho. Sinto falta dela.
Se refere a nossa mãe.
A última frase me surpreende e sinto como se alguém tivesse me esbofeteado. Por um momento, fico sem palavras.
