"Dois tempos, duas vidas, um destino".
Em 2014, no último ano na faculdade de Jornalismo, Aline enfrenta as dificuldades e responsabilidades da vida adulta, ao mesmo tempo que tenta estar presente para os amigos e família, além da relação conturbada...
Anteriormente em 'Desde agora e para sempre': Marcos foi com o filho numa feira de artesanato e lá encontrou Verônica. Com dificuldades para encontrar oficio como fotógrafo, ele cedeu as vontades do pai e decidiu trabalhar na empresa da família.
Obs: O capitulo a seguir tem um salto temporal de 1 mês em relação ao anterior de Marcos.
(Capitulo novo toda quarta feira)
Boa leitura :D
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15 de junho de 2032.
Estaciono na vaga destinada a mim, em meio a automóveis importados. Ajeito o paletó marrom e agilizo até o prédio administrativo da Bragança têxtil.
A fábrica foi fundada por meu avô paterno, em meados de 1933, iniciando com uma pequena produção num espaço no bairro Cabula, no centro de Salvador. De acordo com os relatos de Tomás, seu pai sempre teve uma certa intuição para o mundo dos negócios. Antes de se tornar um empresário de sucesso, o homem vendia produtos para escritório, conseguindo frequentemente ser o funcionário mais rentável para a empresa onde trabalhava.
Com a experiência profissional e a personalidade sonhadora, Alfredo Ferreira Bragança iniciou seu pequeno negócio voltado para o setor de tecidos, visando atingir um mercado fora da Bahia, e em dois anos, o local da primeira sede já era pequeno para a quantidade de funcionários e demanda de produção.
A partir daí, as coisas só cresceram, resultando na compra desse terreno onde atualmente se encontra a gigantesca nova sede da empresa.
- Bom dia, Matilda. – cumprimento a senhora atrás da mesa.
- Bom dia, Marcos. – sorri, voltando a digitar.
Adentro a sala que foi da minha irmã, tirando o paletó e depositando na cadeira, depois pego o tablet na segunda gaveta da mesa. Ao sair, encosto o dedo no ponto eletrônico, onde é registrada a frequência dos funcionários desse prédio, seguindo para um dos grandes galpões de produção.
Já paramentado com máscara, percorro a extensão quase toda do local, observando enquanto as barulhentas máquinas produzem os diferentes tipos de tecido.
Subo as escadas e adentro a sala do chefe de produção. Ao fechar a porta, o som externo é quase totalmente abafado pelos vidros grossos, é como se a confecção acontecesse a metros de distância.
- Bom dia, Firmino.
- Bom dia, senhor. – devolve.
O homem de cabelos lisos e grisalhos procura algo entre os papéis espalhados na mesa, agarrando um deles.
- Entrega isso ao seu Afonso, por favor, diz que já conferi o estoque que chegou hoje. – estende o papel.
