parte 1

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NESSES ANOS QUE se passaram eu aprendi como seria importante acreditar em mim mesma

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NESSES ANOS QUE se passaram eu aprendi como seria importante acreditar em mim mesma. Lembro como se fosse ontem. Gostaria de poder dizer que aqueles momentos desgastantes não passam de memórias, mas se eu fizesse, estaria mentindo. Todo dia eu revivo aquilo. Toda hora passa na minha mente como um filme que não tem fim.

Tive que me tornar independente sem nem ao menos completar meus dezoito anos. Tive ajuda, é claro, mas a parte difícil tinha que sobrar pra mim. O que deveria ser o fim de tudo aconteceu quando eu saí da casa da minha mãe. Mas o que eu não gostei foi que junto comigo vieram diversos problemas psicológicos.

Madalena, a mãe da Rayane, me ajudou. Ela disse que eu poderia me livrar dos estudos mais rápido se fizesse um supletivo, e foi o que eu fiz. Dediquei minha vida naqueles meses estudando, pensando em cálculos e tentando ignorar meus pensamentos negativos.

Quando vi o resultado da prova, me animei. Eu havia passado com nota máxima. Depois dali, as portas começaram a se abrir pra Cíntia sonhadora que morava dentro de mim. Eu podia não enxerga-la ou senti-la, mas sabia que ela estava ali.

Comecei um curso de fotografia e estudei bastante. Meus professores ficaram surpresos ao saber que eu almejava aquilo desde sempre. Com muita persistência, conselhos motivacionais vindos de Rayane, Karine e outras pessoas, eu terminei o curso e já me sentia pronta pra começar à fotografar.

Enquanto as portas da fotografia não se abriam pra mim, fiz umas pontas aqui e acolá. Até que fiz a minha primeira sessão profissional com um casal de noivos.

Receber meu primeiro salário foi como ter um orgasmo de tão satisfatório.

Agora vamos para a parte que não estava dando certo de qualquer jeito. Meu relacionamento com o loiro. Rafael e eu estávamos confusos, isso era evidente. Eu muito concentrada na minha profissão, ele querendo me levar pra viajar o mundo e assim nós esqueceríamos de tudo o que houve.

Só que eu não estava pronta. Queria conquistar meu lugar ali, queria me sentir alguém. A relação começou a esfriar e nós fomos nos falando cada vez menos, até que eu tomei à frente e decidi terminar.

Aquilo me doeu muito. Eu amava aquele cara. Gostaria de passar todos os meus momentos com ele. Mas como os clássicos clichês dizem: se fosse pra acontecer, nos reencontraríamos um dia.

Crises de pânico, ansiedade altíssima, choro repentino, fiquei com um frio na barriga tenebroso quando Rayane e eu fomos visitar nosso apartamento. Não queria morar sozinha logo de primeira, afinal eu mal sabia cuidar de uma casa, ou fritar um ovo sequer.

Madalena achou melhor assim também. Deu tão certo que até hoje eu moro com minha amiga. Nos mudamos umas três vezes ao todo por conta do aumento do aluguel, mas é difícil eu me sentir cem por cento confortável com os ambientes.

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