parte 12

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— Que horas o Luís volta? — sigo Rafael pelas escadas, assim que entramos em casa

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— Que horas o Luís volta? — sigo Rafael pelas escadas, assim que entramos em casa.

— Sei lá. — ele diz, preguiçoso, e tentando me despistar.

— Pensa direito, Rafael. É importante! — aumento o tom de voz, quando cruzamos o corredor.

— Importante? Vai à merda, Cíntia! — ele levanta um braço, resmungando.

— Para de ser um delinquente só por um minuto! — resmungo de volta, antes de parar um segundo quando vejo ele entrar no banheiro. — Sua língua não vai cair se você passar uma informação. — entro no estreito banheiro, não dando muita abertura pra fechar a porta.

— Para de me perseguir, porra! — ele exclama, e eu rio com sua voz falhada e estressada. — Tá me sufocando...

— Desculpa? — levanto uma sobrancelha, confusa. — Mas eu te ajudei com esse machucado na testa, então você tá me devendo um favor. — sorrio, convencida.

— Você me ajudou porque quis. E se ainda quer saber o motivo do meu pai ter me batido, sinto muito, mas é inútil. — ele sorri, debochado.

— Você já esqueceu que eu posso piorar ainda mais a situação com o seu pai, maconheirinho? — debocho.

— Foda-se isso! Em quem você acha que vão acreditar? — ele revira os olhos.

— Em mim, óbvio. — dou de ombros. — O seu pai não tem mais paciência pra você, Rafael. Na próxima ele te mata... — brinco.

— É mais fácil a sua mãe matar ele. — ele pensa alto, mas fica sério quando percebe a minha desconfiança.

— Por que? — junto as sobrancelhas.

— Por que, o que? — ele também junta as sobrancelhas, disfarçando.

— Você entendeu. — sorrio, cínica.

— Entendi o que? — ele se finge de sonso.

— Que ódio, garoto! Eu não quero ser a última à saber das merdas da minha própria família! — distribuo tapas em seus ombros, e ele tenta me parar, me segurando pelos braços.

— Cíntia... — ele sussurra, mas é interrompido por um barulho vindo lá de baixo.

Arregalo os olhos, perplexa. Não demorou muito pra Rafael perceber que a minha mãe havia chegado. Era tudo o que ele mais queria agora: uma oportunidade pra me tirar do caminho.

— Para, Cíntia! Sai daqui! Você não para de me perseguir, caralho! Que merda! — ele me larga bruscamente, e começa a gritar e dar algumas batidas na parede.

— Rafael? Cíntia? O que tá acontecendo aí?! — ouço a voz abafada da minha mãe vindo cada vez mais perto.

Não demora muito pra ela subir as escadas e num instante chegar no banheiro. Rafael continuou sua ceninha, enquanto eu permaneci perplexa e tentando encontrar argumentos pra justificar o que pareceu. E mais uma vez, fiz merda.

— Cíntia! Você não tem limites, né? O que eu preciso fazer pra você tomar juízo e respeitar a sua família?! — ela me puxa pelo braço e me leva até o meu quarto.

— Mãe, eu não to perseguindo o Rafael e muito menos desrespeitando a minha família! Se é que isso aqui pode ser chamado de "família", né? — exclamo, enquanto esfrego meu braço rapidamente.

— Isso é por causa do seu castigo, né? Eu te proíbo de sair de casa, e você tem que arrumar um jeito de complicar ainda mais as coisas! — ela passa as unhas em seu cabelo oleoso, e eu engulo seco com a cena.

— Mas eu-

— Cala a boca! Cala essa boca! Você não tem o direito de falar mais besteira pra sua própria mãe! Se você quer disputar comigo, Cíntia...tudo bem. Vai ficar sem o celular. Sem o celular e sem a televisão. — ela normaliza seu tom de voz, e antes que eu pudesse falar qualquer coisa, sai do quarto fazendo muito barulho com seus sapatos de couro.

Porra. Porra. Porra. Porra!!!!!!!

Nada dá certo. Nada. Absolutamente...nada. Bom, pelo menos ela não se deu conta que eu valorizo mais a minha câmera do que meu celular. E mesmo que desse, ela nunca encontraria a minha preciosa por aqui.

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