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— Eu não sei se eu gosto dele. — encaro Rafael, que mexe curiosamente nos enfeites de natal da recepção do hotel.
Reviro os olhos. Que crianção.
— Você não tem que gostar dele. — ele dá ênfase no "gostar" e presta atenção em mim, que troco o olhar entre ele e Calino, que reserva os quartos no balcão. — Aceitar que ele é assim tá de bom tamanho.
— Você sabe o que eu quis dizer. — mexo a cabeça. — A esposa literalmente acabou de morrer e ele não derramou uma lágrima sequer até agora. Pelo contrário, tá sorrindo e falando do clima.
— E daí? Quem se importa? Ele tá nos ajudando. O que custa ajudar ele também? — ele franze a testa, confiante.
— Você ao menos conhece esse cara? Não. Então não pode colocar ele dentro do seu carro e fazer o que bem entender. E nem pense em contar da gente pra ele. — levanto da poltrona.
— E se ele perguntar? — ele provoca.
— Você inventa qualquer coisa. — dou de ombros e me assusto quando percebo Calino se aproximar com duas chaves.
— Muito bem, aqui está a chave do quarto de vocês. Aluguei um dos melhores desse hotel. Espero um dia poder agradecer vocês por terem me dado carona numa época dessa. — ele toca no meu ombro e eu sorrio de leve.
— Que isso, mano, não foi nada. — Rafael diz casualmente.
Um silêncio se instala e isso me agonia. Pego a chave e desapareço da recepção. Subo as escadas – o hotel não tem elevador, já que é quase no meio do nada – e deito na cama do quarto que nos foi reservado. Cochilo um pouco e quando acordo, vejo Rafael desamarrando seu tênis ao meu lado.
— Seu tênis é melhor que o meu. — sussurro.
— Quer trocar? — ele estende.
— Eu to zoando, o seu é sujo demais. — dou risada. — Parece até que ficou esfregando ele na lama.
— Eu aproveitei minha liberdade como? Correndo. — ele dá ênfase, e eu gargalho.
— Nada melhor que isso, né? — descontraio, preguiçosa.
— Na verdade, tem algo melhor que isso, sim. — ele se coloca por cima de mim e aproxima nossos rostos.
— Isso é um hotel, cê sabe né? Tem mais gente ao redor.
— Não ligo pra essa gente. Só ligo pra você. — ele começa a fazer flexões, me dando beijos pelo rosto e me fazendo rir muito.
— Olha ele que romântico. — digo em meio aos "exercícios" do loiro.
— Eu não sei nada de romantismo. — ele revira os olhos.
— Eu te ensino, não se preocupe. — agarro seu pescoço e nós nos abraçamos.
Pouco tempo depois alguém bate na porta. Rafael levanta e vai atender. É o Calino.
— Vocês querem jantar? — ele pergunta, sorridente. — Tem um mini restaurante lá embaixo.
— A gente já vai. — Rafael diz, posteriormente tentando fechar a porta.
— Eu espero. — Calino bloqueia com o pé. — Enquanto a comida tá quente. — ele sorri de novo, e não tira o pé da frente da porta.