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Eu mal cheguei em casa e minha mãe me forçou à comprar flores com ela. Provavelmente é uma desculpa pra me detonar sem que alguém importante veja.
— E essas...não. — ela sussurra sozinha, me guiando pelos corredores. — Essas aqui combinam com o seu uniforme da escola. — ela sorri pra mim e eu dou de ombros, segurando a cesta de compras cada vez mais forte. — Não vai falar nada, Cíntia? — ela pega duas rosas vermelhas e põe na cesta.
— O que quer que eu fale?
— "Desculpa mamãe, eu não vou mais te desobedecer- Ai, mamãe, compra uma bonequinha pra mim e vamos esquecer isso". — ela afina a voz.
Arregalo os olhos. O que ela quer?
— Desculpa. — digo sem importância.
— Quero com sinceridade.
— Impossível. — balanço a cabeça, querendo coça-la.
— Trabalharemos nisso ao longo do tempo. Mas tenha certeza de uma coisa, querida: não vou te deixar fugir de novo. E você tá proibida de falar com o Rafael. Levou ele pra um caminho que talvez não tenha volta. Ele também precisa de tratamento. O Luís vai resolver as coisas.
— Espancando ele? — provoco.
— Ele nunca espancaria alguém. — ela sorri como se eu tivesse contado uma piada.
Assim como ele nunca te trairia, né?
— Tá bom.
— "Tá bom, mãe". Tenha educação, menina. — ela corrige, do jeito dela.
— Tá bom. — repito. — Somos mãe e filha mesmo?
— O quê?
— Eu não fui adotada? Isso bem que podia acontecer, já que não nos parecemos em nada. — reflito.
Ainda bem.
— Não abra a boca pra falar essas tolices, Cíntia. Não foi pra isso que eu te criei. — ela repreende.
— Claro. — concordo. — Foi pra me torturar psicologicamente. Já entendi.
— Chega. Vamos embora. Me dê a cesta. — ela puxa a cesta das minhas mãos e esbarra em mim na hora de ir pro caixa.
Saímos em menos de dois minutos. Ela tem um carro agora. Agora já sabemos como o Luís se livrou do negócio da traição. É bem a cara dele, mesmo. Dela também. Uma vez me disse que mulheres dirigindo é engraçado de se imaginar.
Aparentemente ela deixou de lado esse pensamento pra curtir o carro zero que ganhou de presente. Ela dirigiu até o condomínio e fez perguntas sobre meu cabelo até chegarmos em casa.
— Sério, seu cabelo já era feio antes, rosa. Agora tá ridículo, garota. — ela gargalha, tirando a sacola de compras do banco de trás.
— Mais alguma coisa? — sugiro, tentando involuntariamente castigar à mim mesma.
— Você parece uma beterraba, querida. — ela finaliza. — Meu bem, você tá em casa! — ela solta o comentário ao entrarmos em casa e vermos Luís sentado no sofá, retirando os sapatos.
— Estou mais cansado do que nunca. — ele bufa.
— Quer uma massagem? — ela sugere, com a voz manhosa.
Que nojo.
— Você não é boa com massagens, Amélia. — ele ri.
— A Cíntia pode fazer. — minha mãe segura meu braço e me empurra pra frente.
Isso aqui é como ser um cavalo adestrado. Continua estranho e deveria ser ilegal.
— Você se importa, Cíntia? — o homem de cabelos grisalhos sorri maliciosamente pra mim, que tremo ao lembrar dos meus últimos momentos com ele.
— Sim. Muito. — digo na cara dele.
— Qual é? Por favor. Somos uma família de novo, vai ter que se acostumar. — ele diz e minha mãe concorda com a cabeça e um sorriso.