parte 20

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ponto de vista rafael

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ponto de vista rafael

— Foi o melhor à ser feito. — já é pelo menos a décima vez que essa garota diz isso desde ontem, quando a Cíntia foi embora.

— Cala a boca, Alessandra. Você estragou tudo! — bagunço meus cabelos enquanto ando de um lado pro outro na minha sala.

— Se você continuar falando comigo assim, eu te denuncio! — ela levanta do sofá e cruza os braços.

— Quer saber? Me deixa em paz. — abro a porta e gesticulo pra ela sair. — Tá esperando o quê? Vaza.

— Eu não vou à lugar nenhum. Agora temos algo que nos conectará pra sempre, Rafa. — ela volta a se sentar e passa a mão pela barriga.

Respiro fundo e fecho a porta com força. Vou até meu quarto aborrecido e me deito na cama. Após uns minutos olhando pro teto pensando em toda minha culpa, decido sair daqui. Pego um casaco, meu caderno de anotações e vou embora. Não pra sempre, quem me dera.

Talvez só por essa noite.

Caminho pelas ruas frias e acabo parando na porta daquela cafeteria. O lugar ainda está aberto. Me sento na calçada do estacionamento, e fico vendo as pessoas saírem, entrarem, depois saírem, e outras entrarem. Você é um idiota, Rafael.

— Moço? A gente já vai fechar. — uma garçonete chama minha atenção na hora de trancar os portões.

— Tá bom. — respondo, sentindo meu corpo tremer de frio.

— Vai ficar aí?

— Eu já vou. — meus dentes rangem ao dizer.

— Certo. — ela sorri antes de pegar sua bicicleta e sair pedalando.

— ...Cíntia. — respiro fundo pensando nela, minha voz rouca trêmula.

Pego meu caderno e revejo o desenho dela que fiz um tempo atrás. Uma lágrima cai no meio da página e eu xingo baixo por conta disso.

— Rafael? Ô, rapaz. Ei! — uma luz forte me acorda juntamente com a cutucada de alguém.

— Oi. — eu levanto rapidamente e percebo que dormi na porta da cafeteria. — Rubens? — noto a presença dele.

— Por que tá aqui? — ele pergunta.

— Eu...não importa. — torço o nariz, sentindo minhas costas doerem. — Tem algo bom pra me dizer?

— Eu encontrei o seu pai. — essa notícia me deixou mais surpreso do que imaginei que ficaria.

— Sério? — arregalo os olhos. — Eaí?

— Eu consegui prender ele num lugar que só eu conheço. Não foi fácil, acredite. — ele mostra a palma de sua mão, onde contém um grande corte. — A Cíntia vai me perdoar?

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