parte 11

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— Vocês querem a conta? — a garçonete pergunta, meio desconfiada

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— Vocês querem a conta? — a garçonete pergunta, meio desconfiada.

— Não sei. Aham. — Rafael debocha, de boca cheia.

— A gente mal começou à comer. — respondo.

— Aqui funciona assim. — ela sorri, forçada, e nós rimos, chegando até a cuspir na comida.

— Foi mal, então. Sim, queremos a conta. — Rafael finalmente engole a comida.

Olhei pra ele vagamente. Parar pra reparar na beleza das pessoas é algo que eu devia fazer com mais frequência. Rafael é muito bonito.

— Só um momento, por favor. — a garçonete se vira e sai andando.

— A gente tem dinheiro? — sussurro.

— Claro que temos. — ele engole seco.

— Tá, bonzão. — brinco. — Quanto?

— ...Dez reais? — ele segura a risada.

— Legal, isso não deve pagar nem um pirulito hoje em dia. — me encosto na cadeira e cruzo os braços.

— É só dizer que pensamos que a comida vinha com desconto. Muito simples.

— Desconto? Cai das nuvens, Rafael! A gente vai se dar mal, isso sim. E se fugirmos? — sugiro.

— To com preguiça de dirigir com pressa. — ele resmunga.

— Eu dirijo.

— E você sabe dirigir? — ele provoca.

— Você me ensina. — reviro os olhos, convencida.

— Ah, sim, com certeza vai dar tempo de te ensinar à dirigir e ainda fugir da polícia, né?

— Então vão mandar a gente lavar louça? Isso acontece nos filmes. — pergunto, prática.

— Sei lá. A gente não tá num filme. Mas também não estamos longe de uma realidade fictícia. — ele reflete.

— "Realidade fictícia", what the fuck? — dou risada.

A garçonete volta com papel e caneta nas mãos. Rafael assente e ela coloca o papel em cima da mesa. Me aproximo pra ver, e quase pulo da cadeira com o susto de ver esse preço.

— Cem reais? — engasgo.

— Cinquenta pra cada prato.

— Ah, jura? — Rafael diz, sarcástico.

— A gente não trouxe isso tudo. Não vai dar pra pagar certinho. — balanço o papel.

— Quanto trouxeram? — ela pergunta.

— Um, zero. Dez reais. — Rafael grunhe.

— Dez reais?! — ela exclama, chamando a atenção das outras mesas. — Isso não ajuda em nada!

— E o que quer que a gente faça?! — pergunto, indignada.

— Não sei, mas não posso permitir que saiam daqui enquanto não paguem de alguma forma. — ela ajeita a postura.

— A gente pode lavar a louça? — Rafael levanta as sobrancelhas, e eu arregalo os olhos pra ele.

— Sim. — ela responde após uma pausa.

Isso definitivamente é uma realidade fictícia.

— Então...Agora? — sugiro. — Queremos ir embora logo.

— Me acompanhem. — ela se vira e sinaliza.

Nós levantamos e fomos guiados até a cozinha, que por sinal é bem grande. Sem duvidas bem maior que a parte onde a clientela fica. Isso não faz tanto sentido, mas mesmo assim é chocante.

— Vocês tem uma hora pra lavar e enxugar essa pilha de pratos aqui. — ela aponta para dois aventais e em seguida para os pratos.

Coloco o avental em mim e ajudo Rafael à amarrar o dele. Isso só me dá lembranças da minha mãe, que fazia questão de robotizar todo mundo na hora das refeições. Quanta coisa ruim passamos naquela casa, não gosto nem de tocar no assunto.

— Eu lavo, você enxuga. — falo com o loiro.

— E por quê? — ele questiona, quando a garçonete sai da cozinha e nos deixa pra "trabalhar".

— Eu prefiro. — faço uma careta, e ele entorta a cabeça. — Vai logo, pra terminar rápido.

— Pode deixar, chefe. — ele se adianta.

— Gostei. Me chame de "chefe" à partir de agora. — começo a lavar o primeiro prato.

— Exibida. — ele murmura.

— Chato. — murmuro de volta.

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