parte 18

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— Não foi a Cíntia, Amélia

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— Não foi a Cíntia, Amélia. Eu que mandei ela usar aquilo nas costas do meu pai. — Rafael gagueja, mentindo pessimamente.

— Porra, Rafael, pare de me defender! — reclamo com ele, e em seguida volto à olhar pra minha mãe, que nos observa furiosa. — Sim, fui eu. Eu odeio seu marido. O que vai fazer quanto à isso? — debocho.

— Você só sabe me dar desgosto, menina... — ela cobre o rosto com uma mão. — Luís é tão bom pra você, por quê fez aquilo? Agora as costas dele ardem.

— Bem feito. Eu não ligo pra ele, mãe. Não dou a mínima. A mínima! — deixo claro.

Estão me forçando à gostar do meu estuprador. Tem noção do que é isso?

— Tá vendo, Rafael? É por isso que você não deve se juntar à Cíntia. Ela é uma péssima influência pra todos nós, você devia se afas-

— Não mete o Rafael nisso. — me levanto sofá, encarando ela frente à frente. — Mãe, eu to... — começo a chorar. — em desespero...?! Eu me sinto sufocada aqui nessa casa. Se você pensa que tá me ajudando, não tem ideia do quanto é doloroso conviver com as pessoas que mais me fizeram mal. — sinto as mãos de Rafael entrelaçarem com as minhas, por trás de mim.

— O que nós fizemos pra você? — ela pergunta, imaginando que a resposta seja "nada".

Uma pena que não é.

— Seu marido...tentou me estuprar. Você me deixou sem comer no dia que eu fugi, me prendeu em casa, nem sequer parou pra ouvir o meu plano de vida. O Luís passou as mãos deles em mim. Ele sussurrou no meu ouvido... — caio em prantos. — coisas que faria comigo se eu me comportasse!

Ela me ouviu calada e com a mesma expressão de sempre: sem-expressão. Uau, algo diferente pra minha mãe. Grande merda.

— Ai, querida... — ela balança a cabeça e seus olhos se enchem de lágrimas também. — Você está delirando. Precisa de terapia.

— Quê? — Rafael e eu falamos ao mesmo tempo.

— Sim, eu preciso de terapia, mas é porque o seu marido-

— Chame ele de "padrasto" ou de "pai", pelo amor de Deus. — ela resmunga.

— Ele ia me estuprar...! Ele ia! — começo a me desesperar, ansiando para que ela acredite.

Quem delira aqui é ela. Eu preciso fugir de novo. Preciso de bebida, cigarros, qualquer coisa relaxante.

— Se você falar isso mais uma vez, eu vou ser obrigada a te bater. Não vai ser legal, Cíntia. — ela põe o dedo na minha cara.

— Amélia... — Rafael se põe na minha frente. — Posso ir no mercado, comprar uns iogurtes pra Cíntia tomar? Ela mal consegue comer, de tanto que delira. — sinto uma facada no peito quando ouço Rafael falar essas coisas.

— Você é um bom menino, Rafael. — minha mãe alisa o rosto do loiro e se retira em seguida.

Ele fica de frente pra mim, e eu respiro pesado.

— Seu idiota...! Acredita nela, agora?

— Claro que não. Isso é pra você ver que uma coisa bem planejada é melhor que brigas despreparadas. Vamos pedir ajuda, tá açaí? Vai ficar tudo bem. — ele acaricia meu pescoço e me beija na testa.

Abraço seu corpo e descarrego a tristeza que me habita.

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