parte 17

191 18 3
                                    

EU COMPREI UM BOLO CONFEITADO

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

EU COMPREI UM BOLO CONFEITADO. Ele é coberto por chantilly cor-de-rosa e tem várias cerejas nas bordas. Tão lindo e tão gostoso, que dá vontade de chamá-lo de Rafael. Rayane trouxe um recado de Karine, dizendo que ela adiou a viagem pro Rio e quer passar esse tempo restante conosco.

Na mesma hora liguei pra ela e a convidei pra dormir aqui. Karine aceitou e disse que já ia arrumar sua mala.

— Não coma tudo, Cíntia. Eu também quero! — Rayane reclama enquanto varre o chão da sala na maior pressa.

— Tá bom, tá bom. — lambo meu dedo cheio de chantilly e suspiro sentindo o açúcar.

Em pouco tempo ela larga a vassoura e se senta ao meu lado com um prato. Rayane parte o bolo e come segurando seu pedaço na mão. Dou risada ao ver a boca dela toda suja.

— Que foi? Nunca se sujou, sua chata? — ela revira os olhos e segura o riso.

— Me deixa. — empurro seu ombro de leve e ela levanta a mão pra fazer o mesmo, só que na mesma hora a campainha toca. — Deve ser a Karine.

Corro pra atender e ao abrir a porta, vejo minha velha melhor amiga com uma mochila nas costas e um sorriso enorme no rosto. A gente se abraça antes que uma de nós diga alguma coisa.

— Que saudade! Rayane! — ela entra pra abraçar Rayane e eu coloco sua bolsa no sofá.

— Eaí, modelete? — Rayane sorri com o cumprimento das duas.

— Bolo? Eu quero. — Karine diz reparando nessa divindade cor-de-rosa pela metade na mesa.

— Eu pego um prato pra você. — vou até a cozinha e faço isso.

Começamos a comer — ou continuar — enquanto fofocamos sobre coisas bobas. Estou me sentindo tão feliz e relaxada, que mal me dei conta de que o loiro ainda não apareceu. Volto à lembrar do que ele disse. "Você confia em mim?". O que ele pode estar planejando pro próprio pai?

— Tudo bem, Cíntia? — as meninas perguntam, Rayane toca no meu ombro.

— Tudo. Só tava pensando no Rafael. Se ele tá bem. — tento disfarçar minha insana preocupação.

— Vocês são meu sonho de relacionamento. Se amam tanto. Queria ter algo assim. — Karine comenta, fazendo uma cara emocionada. — Posso dizer com orgulho que acompanhei essa história de amor. Pelo menos uma parte, já que-

— Já que foi embora e abandonou as amigas. — Rayane interrompe ela, completando (ou não) a frase. — Brincadeira, gente. Era o seu sonho. Eu faria o mesmo. Tanto é que agora você trabalha com isso.

— É. — Karine dá um sorriso sem jeito.

— Eu tive uma ideia. — digo empolgada. — Vamo tirar umas fotos pra relembrar esse momento?

— Ah, mas eu tô horrorosa. — Karine começa a arrumar seu cabelo.

— Para com isso, você tá linda. Mas é bom a gente se arrumar um pouco antes, né? Quero estrear meus brilhos novos. — Rayane diz.

Karine abre o estojo de sombras e corretivos que trouxe na mala, e Rayane e eu pegamos nossos materiais. Nos enfeitamos ouvindo música durante umas duas horas. A empolgação foi tanta que quase esquecemos de tirar as fotos.

— Aqui, outra, venham. — digo movendo meu celular. — Eu só espero que sobre espaço no armazenamento.

— Assim é meio chato. E se tirarmos com sua câmera? — Karine propõe.

— Gostei. — Rayane concorda.

— Boa ideia, depois eu salvo num pendrive e mando pra vocês. — sorrio assentindo.

Tiramos mais inúmeras fotos, fazendo poses engraçadas, outras "sedutoras", outras com caretas. Sem dúvidas a melhor tarde que tive em meses. Depois de vermos os resultados no meu notebook, deixamos no sofá e colocamos um filme de terror pra rodar na televisão.

O celular de Karine toca e ela demora um pouco pra atender.

— Desculpa, gente. — ela diz pegando o aparelho debaixo das cobertas, Rayane pausa o filme enquanto isso. — Oi. Não, eu vou dormir na casa de uma amiga hoje. Tem certeza? Mas eu...Tá, tá bom. Já entendi. Tchau. — ela desliga.

— O que foi? — pergunto.

— Meu agente disse que a viagem vai ter que ser amanhã. Não posso adiar mais. — ela diz, desanimada.

— Você quer mesmo ir? — Rayane pergunta.

— Claro que ela quer, Rayane. — respondo por Karine.

— Bom, pelo menos a gente pôde passar um tempo juntas antes de eu ir. Até porque não sei quando vou voltar. — ela se inclina pra me abraçar e eu retribuo.

— Tenho muito orgulho de você. Espero que se divirta muito lá, tá? Por mim. Por nós. Pelo seu sonho. — eu digo sentindo um aperto no coração, e ela sorri docilmente.

— Ai, gente, eu vou chorar. — Rayane faz um som de choro de criança, e nós rimos.

— Para! — Karine gargalha.

— Não paro, não paro, não paro! — Rayane começa a fazer cócegas nela, e eu rio como nunca ri antes.

inside [r.l]Onde histórias criam vida. Descubra agora