Capítulo 17

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Dulce Maria


Eu não consegui dormir muito, quando Zô finalmente chegou em casa e se deitou ao nosso lado, nos abraçando em seguida, eu já estava acordada e fiquei olhando o teto até o despertador começar tocar naquela manhã.

Levantei primeiro que as duas, e fiz o café de ambas, não estava afim de tomar café ou de comer algo, mesmo que fosse pão de queijo, tomei um banho demorado e me arrumei no quarto.

Com a luz ligada às dondocas acordaram.

Dulce: Finalmente. - abotuei minha blusa, a farda do supermercado.

Maite: Ah...- gemeu se virando - Me deixar dormir mais um pouco. Por favor. - pediu.

Zoraida: Eu também. - murmurou com a cara entre os travesseiros.

Dulce: Já são seis e meia meninas. - avisei saindo do quarto e entrando no de Maite. 

Abri seu guarda-roupa e perguei a minha corrente da romanel. Coloquei no pescoço e sai do quarto. Zoraida estava sentada no sofá igual um zumbi, segurando sua toalha nos ombros.

E Maite no banho. 

Me sentei ao seu lado no sofá. Ouvindo o barulho forte de água caindo, que vinha do banheiro.

Zoraida me olhou e sorriu.

Zoraida: Eu não sou extamente linda quando acordo. - murmurou.

Seus olhos desviaram dos meus como se estivesse envergonhada. Sua cabeça se inclinou um pouco quando fez isso.

E eu acabei vendo uma marca no seu pescoço. Uma mordida.

Suspirei amarrando meu cabelo. 

Dulce: Como anda o seu lance com Eddy?

Zoraida: Bem, por quê? - sorriu.

Dulce: Eu imagino que realmente esteja muito bem. - toquei na marca de mordida - Não sou a melhor pessoa para indicar isso, mas...- respirei fundo - Estão usando camisinha, né? - ergui uma sobrancelha.

Ela riu.

Zoraida: Estamos sim.- murmurou.

Dulce: O que foi? - estranhei sua postura.

Zoraida: O quê? - franziu o cenho.

Dulce: Está escondendo algo, só não sei o que é.- a olhei de lado.

Zoraida negou com a cabeça.

Zoraida: Estou não Dul. - suspirou - É que eu amo o Eddy, sabe? E não suportaria perdê-lo.- murmurou - Mas eu também quero muito que ele seja feliz.

Dulce: Ele te ama. E a felicidade dele está ao seu lado. Por que isso agora? Heim? - toquei em seu ombro - Por que não trás ele aqui? Fica aqui com ele? 

Zoraida: Eu...eu...- negou com a cabeça - Acho que tenho medo.- sussurrou.

Dulce: De quê?

Zoraida: De perde-lo como perdi os meus pais. - fechou os olhos - Foi tudo tão de repente. Tão rápido. Sempre ri desses ditados clichês de que " sua vida poderia mudar em um segundo" Achava a maior babaquice, mais ai descobri que era real, o que falavam. Sua vida pode sim muda em plenos meros segundos.

Dulce: Já conversamos sobre isso. - toquei em seu ombro.

Zoraida: Eu sei. Mas não consigo parar de pensar nisso. Que se trazer mais o Eddy para minha vida, mais eu vou sofrer.

Toquei em suas mãos.

Dulce: Zô, você não pode passar a vida toda, achando que o destino vai tirar mais alguém de você. Aquilo foi um acidente, foi inevitável. Mas você está aqui. Está viva, comigo e com a May. E com Eddy. 

Almas Opostas (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora