Dulce Maria
Acordei na mesma posição em que dormi, agarrada em Ucker. Olhei para a janela do quarto e o sol estava lá fora como se ontem a noite não tivesse acontecido um dilúvio. Tentei me afastar de Christopher, mas seus braços me prendiam muito bem à ele.
Devagar consegui sair de seus braços, mas ao me afastar, ele se virou murmurando alguma coisa e me prendeu de novo, mas dessa vez com mais força ainda.
Isso é sério?
Precisei de alguns minutos para sair da cama sem acorda-lo e quando consegui fui direto para o banheiro. Fiz minha higiene e fiquei encarando o espelho me lembrando de suas palavras ontem.
Não pude deixar de notar o sorriso que se formou em meus lábios.
Voltei para o quarto e ele continuava dormindo, por isso, fiquei o encarando e perguntando como alguém pode ser tão bonito desse jeito? Deveria ser crime nascer tão bonito assim.
Christopher se mexeu e aos poucos foi abrindo os olhos. Sorri.
Dulce: Bom dia.
Ucker: Bom dia. Está me olhando tem quanto tempo? - murmurou.
Dulce: Tempo suficiente para saber que você baba - zoei.
Ucker me encarou na hora.
Ucker: Eu não babo engraçadinha. - me puxou para cima dele - Já você ronca.
Dulce: Mentira! Quem ronca é você.
Ucker: Não. É você. - riu
Revirei os olhos.
Dulce: Vou usar sua cozinha. - avisei.
Ucker: Vai cozinhar?
Dulce: Vou preparar um bom café da manhã pra você. - sorri de lado. - Quem sabe assim, para de comer porcaria.
Ucker: Não é porcaria. - defendeu.
Dulce: Não é não. - ironizei.
Tentei me afastar de seus braços mas ele me prendeu com mais força. Ri.
Dulce: O que foi? Eu preciso fazer o café e o seu curativo. - lembrei.
Ucker: Você acordou mais cedo e escovou os dentes como nos filmes, né? - cheirou minha boca.
Dulce: Mas é claro. A vida real é bem diferente da novela que as pessoas já acordam maquiadas, de brinco e com um hálito de menta - tampei sua boca enquanto me afastava dele - Diferente de você que deve ter algum bicho morto nessa boca - provoquei.
Ucker arregalou os olhos.
Rindo sai do quarto.
Entrei na cozinha já atacando os armários e a geladeira. O que tinha dava para fazer algumas coisas. Preparei o café, um suco de laranja, omelete de queijo e presunto, tinha goma de tapioca e pão de queijo congelado.
Preparei tudo em poucos minutos, e quando coloquei os pães de queijo para assar, meu corpo foi para baixo e uma boca tomou a minha em um beijo desesperado. Ucker me beijou como se o mundo fosse acabar naquela hora.
Quando o ar faltou ele me afastou.
Ucker: E..ai? - respira fundo - Tem algum bicho morto na minha boca agora?
Não pisquei analisando sua fala.
Mas acabei rindo.
Dulce: Agora melhorou..um pouco. - provoquei de novo - Acreditou foi? - segurei em seus ombros.
Ucker: Você é bem sincera. Não estou acostumado à isso - deu de ombros.
Me afastei para colocar o café na xícara e Ucker sentou na cadeira olhando a mesa e já atacando o omete. Sentei de frente para ele me servindo.
Dulce: Pois se acostume. Está acostumado com bajuladores te exaltando e dizendo o que você quer ouvir, não é? - não deixei ele responder - Principalmente as mulheres, mas eu não sou assim Ucker. - avisei.
Ucker: Eu sei. E essa acho que foi a qualidade que mais gostei de você. - sorriu. - Não vai ficar dizendo o quanto eu sou incrível e blábláblá esperando alguma coisa em troca disso.
Sorri.
Dulce: É. - peguei minha xícara de café - E aliás, você não tinha nenhum bicho morto na boca. Bobinho. - ri.
Ucker: Eu sei. - falou metido.
Revirei os olhos.
Dulce: Depois do café eu já vou para casa - avisei, precisava falar com Maite e fazer algumas coisas.
Ucker: Como assim vai pra casa? Não vai passar o dia aqui? - me olhou intrigado.
Dulce: Não. Eu preciso fazer umas coisas
Ucker: Pensei que tínhamos combinado de sair com Edgar e Vivian. - cruzou os braços - Essas coisas são importantes?
Dulce: Não. Mas mesmo se eu ficasse não tenho roupa. - fui direta.
Andar pelo apartamento do jeito que estou durante o dia todo não é legal. Mas pela forma que olhava para mim, era legal sim ficar com aquilo.
Ucker: Maite pode trazer roupa pra você? - perguntou - Ela traz e se quiser fica com a gente também. - convidou.
Dulce: Não quer ficar sozinho comigo?
Ele riu.
Ucker: Claro que quero. Mas eu quero a sua companhia. Estando com outras pessoas ou não, só quero você perto de mim hoje. - murmurou.
Ahhh
Como ele era fofo.
Dulce: Vou ligar pra ela. - deixei a xícara de volta na mesa e sai do cozinha.
"Manda ela trazer roupa para esse final de semana todo" ele gritou.
Ele quer que eu fique o final de semana todo? Meu Deus, não é rápido demais?
Neguei com a cabeça.
Ele era bem apressadinho.
E tive uma leve impressão que ele era sim para tudo.
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Almas Opostas (Concluída)
Romance1°temporada Christopher Alexander Uckermann é o multimilíonário mais cobiçado de toda Europa e América Latina. E em uma de suas muitas viagens à negócio acaba parando no Brasil por um tempo. Dulce Maria Espinosa é uma mulher de vinte anos e atendent...