Capítulo 20

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Dulce Maria

Zoraida me acordou seis horas da manhã, eu estava com sono muito sono na verdade, mas não podia me dar o luxo de dormir até um pouquinho mais tarde, levantei e tomei um banho com água gelada como de costume.

O sono foi para bem longe.

Me arrumei colocando a farda e coloquei um pó na cara.  Maite me esperava tomando o café e olhando uma revista, Zoraida já tinha saído. Sentei ao lado da minha irmãzinha e me servi de apenas um café preto.

Maite: Zoraida mal deixou que eu visse o Eddy - falou com certa magoa.

Dulce: Você sabe como ela é gatinha. Logo esse medo bobo dela para e vamos conhece-lo melhor. Eu já gosto dele por faze-la feliz - sorri tomando meu café.

Maite: É. - deixou a revista de lado e se olhou no pequeno espelho de maquiagem ajeitando a franja - Vai no horário do almoço comprar o celular?

Dulce: Sim. Sua dor nas costas melhorou? - deixei a caneca de lado.

Maite: Aham...- respondeu - Seu remédio ajudou muito - sorriu - Vamos?

Dulce: Vamos! - peguei minha bolsa.

Trancamos o apartamento e quando estávamos saindo do prédio, alguns vizinhos olhavam torto para nós duas, May e eu apenas nos encaramos.

Dona Lolla era fogo.

O ônibus não demorou para passar e quando chegamos no supermercado vi Jonathan chegar em uma moto. Passei por ele ignorando sua existência, senti seus olhares em mim. 

Maite: Vai perdoa-lo um dia? - falou quando entramos no supermercado.

Dulce: É claro que vou. Não é bom guardar mágoa para sempre, mas por agora é difícil perdoa-lo - neguei.

Maite: Entendo. Mas você mesma disse que não amava ele como pensou. - entramos em nosso setor.

Dulce: Sim. Eu achei que o amasse, mas mesmo assim não muda o que ele fez, Jonathan me enganou, fingiu me amar apenas para me levar pra cama, e independente do meu sentimento por ele, nenhuma garota merece ser tratada dessa forma - falei baixo.

Maite: Tudo bem. Ele é um cachorro mesmo, não merece seu perdão. E ainda fica pra cima e pra baixo com aquela vagabunda - fez cara de nojo.

Acabei rindo.

Nos despedimos e cada um foi para sua obrigação. Abri o meu caixa e como ainda era cedo, pude ficar mais aliviada porque não tinha muitas pessoas. A manhã começou a ficar tumultuada quando minha chefe anunciou uma promoção na entrada do supermercado.

Aí a coisa pesou.

A manhã toda foi corrida e intensa.

Os brasileiros não podem perder uma promoção, seja qual for. Quando deu o horário do meu almoço, ou melhor, vinte minutos antes, pedi para trocar de "turno" e fui até a sala da Natacha.

Bati na porta e quando ela autorizou entrei na sala da chefe.

Natacha: Oi Dulce - sorriu - Algum problema? Precisa de algo?

Dulce: Preciso de algo sim.

Ela indicou a cadeira e eu sentei.

Natacha: Fale.

Dulce: Eu preciso sair mais cedo daqui por alguns dias. Posso recompensar com horas extras quando acabar, mas preciso muito sair bem mais cedo. - pedi.

Natacha: Algum problema? Está bem de saúde? - perguntou preocupada.

Dulce: Minha saúde está ótima. É que o homem que me salvou precisa de alguém para ficar com ele por algum tempo até tirar os pontos. E como ele salvou minha vida...

Almas Opostas (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora