Capítulo 119

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Igor Rickli


Silêncio.

E silêncio.

E mais silêncio.

Abri os olhos vendo cacos de vidros em mim, o avião continuava inteiro, exceto pelas janelas que estavam totalmente destruídas. Meus olhos voaram para Dulce, ela continuava na mesma posição de impacto.

Soltei os cintos e num piscar estava em cima dela.

Igor: Dulce? - tirei alguns cacos de vidros de suas costas e cabelo - Dulce? Dulce por favor responde. - pedi desesperado tocando na nuca dela.

Respirei de alívio quando aos poucos ela foi levantando a cabeça, em seguida o corpo, ela olhou pra si mesma tocando na barriga, depois pra mim e para o avião.

O piloto tinha conseguido pousar sem nos matar. Graças a Deus!

Igor: Consegue falar? Está sentindo alguma dor, além desses cortes? - os braços dela estavam iguais os meus por causa dos vidros.

Dulce: Es..tou bem. - falou baixo.

Jéssica: Aiii..- apareceu tocando na cabeça e gemendo de dor - Vocês estão, bem? - se aproximou devagar.

Fiquei na frente dela e levei minhas mãos para onde ela tocava.

Igor: Bateu aonde?

Jéssica: No armário. Aiiiii - gemeu quando toquei no inchaço.

Igor: Não está sagrando, não sei se fico feliz ou preocupado. Bater a cabeça pode causar uma contusão séria, quando bateu a cabeça você  se lembra se desmaiou? Nem que seja por segundos? - perguntei sério.

Jéssica: Não desmaiei. - garantiu.

Igor: Qual é o seu nome?

Jéssica: Jéssica!

Igor: Quantos anos têm?

Jéssica: Vinte e seis.

Igor: Sua cor preferida?

Jéssica: Azul.

Igor: Sua comida preferida?

Jéssica: Feijoada.

Igor: Ok. - puxei a parte inferior dos olhos dela olhando com atenção a parte branca - Está enxergando bem? 

Jéssica: Sim.

Igor: Parece bem. Mas se sentir tontura ou sonolência precisa me falar. - pedi.

Jéssica: Tá bom.

Steven: Estão todos bem? - saiu da cabine com alguns cortes no rosto e mãos também.

Me aproximei dele.

Igor: Bateu a cabeça?

Steven: Não. Os vidros caíram tudo em mim. Mas estou bem.

Igor: Certo. Estamos bem. - voltei a ficar do lado da Dulce. 

Dulce: O quê aconteceu? - encarou o piloto. - Onde estamos? 

Steven: A peça principal do avião quebrou, o que é estranho porque fizeram a revisão dele antes de voarmos e estava tudo normal. Sem essa peça o avião nem liga, foi um milagre ter conseguido forçar uma parada brutal sem que o avião partisse ao meio e nós matasse. 

Igor: Você sabe onde estamos exatamente?

Do lado de fora do avião só conseguia enxergar mato.

Steven: Foi outro milagre ter conseguido pousar nessa lugar, sem pista e sem nada. Depois desses matos, tem uma estrada. Estamos numa das cidadezinhas de Nicarágua.

Almas Opostas (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora