Capítulo 18

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Dulce Maria

O dia no trabalho durou horrores. Eu não conseguia parar de pensar em como eu fui covarde e não entrei naquele quarto para agradecer corretamente e a pergunta de Vivian não saia da minha mente, "Vai pelo menos voltar mais tarde?" Droga, é claro que eu queria ir, mas não sei se conseguiria entrar no quarto.

Esse era o problema.

Atendi todos os clientes de forma meia avoada e lenta. Coisa que chamou atenção das minhas colegas de caixa, mas ela já sabiam do que tinha acontecido comigo, já que Maite fez questão de contar para todo mundo.

Jonathan não parava de me olhar desde que cheguei. Seus olhos demonstrava certa preocupação. Que acreditei.

Na hora do almoço, fui para sala dos funcionários onde tinha poucos já que para almoçarmos tínhamos que trocar de "turno" para os caixas continuarem funcionando durante o almoço.

Maite estava me esperando com a mão nas costas e fazendo careta. Os outros estavam calados ou assistindo a única pequena TV da sala. Franzi o cenho.

Dulce: Tudo bem? 

Maite: Hoje carreguei umas caixas muito pesadas - suspirou cansada.

Dulce: Deveria ter deixado para os caras...- comentei pegando um prato e começando a me servir - Na minha bolsa deve ter algum remédio para dor.

Maite: Esqueceu que uma das minhas funções aqui é carregar caixa também? Estava comprindo com o meu dever. - fez a mesma coisa que eu ao meu lado.

Dulce: Só não vai se matar, tá? - pedi.

Maite: Falando em matar, eu quero te matar - negou - Como não entrou no quarto? Já pensou que Christopher pode ter ficado chateado? Afinal ele deu a vida dele por você, poderia ter morrido e a mulher por quem ele fez isso nem ao menos foi agradecer - falou séria.

Respirei fundo indo sentar no sofá mais distante dos outros. Normalmente eu sento com eles, mas Maite pelo visto não vai parar de falar nisso e eu quero privacidade para conversarmos.

Dulce: É claro que já pensei nisso. - falei quando ela sentou ao meu lado - E eu vou sim mais tarde com ele, vou pedir para sair mais cedo hoje. Preciso olhar nos olhos dele e agradecer.

Maite assentiu.

Maite: E eu vou poder tirar uma foto dele? - pediu com os olhos brilhando.

Dulce: Acho melhor eu ir sozinha May eu não quero assustar o cara - zoei.

Ela revirou os olhos.

Maite: Não teve graça. 

Dulce: Pra mim teve - ri.

Almoçamos e aproveitamos mais vinte minutos do nosso almoço. Voltamos para nossas funções e eu já estava um pouco normal, as horas passaram se arrastando e quando deu duas horas antes de bater meu horário fui até minha chefe Natacha pedir para sair.

Mais uma vez seu perfume forte quase me matou, depois de me dar um abraço depois de saber que estou bem, ela me liberou mais cedo. Peguei minhas coisas e dei um tchau para Maite.

Ela tinha uma cara de brava por não ir comigo, mas ela entendia o verdadeiro motivo de não leva-la. Eu precisava fazer isso sozinha. Apenas eu. E só. Jonathan estava entrando quando eu saí do supermercado, quase nos batemos.

Jonathan: Cuidado. - murmurou.

Dulce: Cuidado você. - agarrei a alça da minha bolsa - Licença.

Ele me segurou no pulso.

Jonathan: Espera. Fiquei sabendo de ontem, queria saber se está bem?

Puxei meu braço.

Almas Opostas (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora