Capítulo 47

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Dulce Maria

Acordei bem cedo, como de costume, fiz o café e esperei minhas irmãs acordarem, assim que elas saíram do quarto já foram perguntando se eu estava melhor. Respondi que sim e que antes de ir para o trabalho ia tentar falar com Christopher. Provavelmente hoje ia chegar mais tarde do trabalho já que ia repor as horas que sai mais cedo nessas duas semanas.

Zoraida: Tá bom. Cuidado! - pediu. - Ahh, acha que o Eddy pode dormir hoje aqui?

Dulce: Por que está me perguntando? - soltei um sorrisinho.

Zoraida: Porque não quero que sinta que ele esteja invadindo o seu espaço. - girou as mão indicando a nossa pequena sala.

Dulce: Claro que não vou me sentir assim. Pelo contrário. Já conversamos sobre isso. Precisa deixar que ele entre ainda mais na sua vida. Além de bonito, ele faz muito bem a você.

Zora sorriu.

Maite: Estou pronta. Vamos? - saiu do quarto.

Dulce: Vamos! Tchau Zora. - me despedi.

Maite e eu não pegamos o mesmo ônibus, ela foi direto para o trabalho e eu fui para o prédio de Christopher para tentar falar com ele. Mas como eu esperava não consegui, então, escrevi um bilhete para ele e pedi para o seu Nicolau, o porteiro, entregar para mim. Fui para o trabalho torcendo para que ele ao menos considerasse o que pedi no bilhete.

A manhã passou agitada, o que me distraiu. Na hora do almoço comentei com a Maite sobre o que o Christopher tinha feito por mim em relação a faculdade e então, notei que se ela passase na prova que ela tinha feito para entrar nessa mesma faculdade e eu também, iamos estudar ´´juntas´´.

Maite: Aíii graças a Deus, se eu passar vou ter você lá comigo. - ficou feliz.

Dulce: Isso se eu passar Mai. - ressaltei.

Maite: É inteligente Dul, claro que vai. Já eu...

Dulce: Também é inteligente. Quando sai o resultado?

Maite: Quarta-Feira. Estou ansiosa.

Dulce: Eu também. - olhei meu celular e suspirei.

Maite: Calma. - pediu.

Dulce: Vou voltar para o caixa. - levantei - Ahh, antes de ir para casa vou na dona Clarice.

Maite: Tá bom. 

A tarde passou lenta, nenhuma mensagem de Christopher, nem meu ex idiota me pertubou também. Mai saiu às 18:00 e eu às 20:30. Peguei o ônibus em direção ao bairro da dona Clarice e como na maioria das vezes fui em pé e amassada. A padaria estava fechando quando entrei, dois funcionários estavam arrumando tudo antes de fechar. Dona Clarice escrevia algo num caderno no balcão, quando me viu me encarou sem expressão.

Me aproximei devagar.

Dulce: Sei que a senhora não quer me ouvir e...

Clarice: Já sei de tudo. - falou séria. - Pablo me contou tudo.

Fiquei surpresa.

Dulce: Ele..falou..tudo?

Clarice: Que ele inventou esse namoro de mentira para...continuar fingindo que gosta de mulher - fez uma careta - Eu só posso ter sido muito ruim na vida passada para ter esse castigo horrível. Meu filho, meu sangue, meu único filho é gay. - falou com nojo.

Dulce: Não é a pior coisa do mundo dona Clarice.

Clarice: Como não? - me olhou idignada - Um homem beijando outro homem? Tendo relações com outro homem? - quase cuspiu no chão - Isso é abominável Dulce. Está na biblía. - se benzeu.

Almas Opostas (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora