Capítulo 112

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Dulce Maria

Dia Seguinte..

O carro parou em frente ao enorme casarão. Fitei a fachada escura me lembrando de cada momento em que vivi ali dos treze anos aos dezoito. Foram muitas alegrias e tristezas, ser órfã não era uma coisa muito legal de ser, na verdade, não tinha nada de legal, mas cresci ao lado das melhores pessoas do mundo.

Desci do carro e Christopher segurou na minha mão.

Christopher: Então, foi aqui que cresceu?

Dulce: Vim pra cá aos treze anos, então, sim. - sorri - Faz tempo que não venho visita-los. Acho que irá gostar.

Christopher: Com você ao meu lado, eu gosto de qualquer coisa. 

Apertei a mão dele antes de caminhar até à porta e tocar a campainha.

Xxx: Dulce! - sorriu - Quanto tempo querida! - se afastou para que entrassemos.

Dulce: Muito tempo mesmo. - entrei olhando ao redor da sala - Onde estão todos, Maria? - a encarei.

Maria: Uns estão na aula de educação física e outros de informática. Dona Sofia está em reunião na sala dela.

Dulce: Certo. Esse é meu noivo Christopher. - o apresentei - E amor, ela é a Maria, ela cuida de tudo por aqui, da casa, das crianças.

Christopher: É um prazer.

Maria: O prazer é meu querido. - sorriu - Meu Deus! Menina...irá casar mesmo. - olhou para o meu anel.

Dulce: Vou sim. Em breve os convites chegarão aqui. - sorri.

Maria: Eu vi na TV muitas fotos suas e da menina Zoraida, mês passado ela esteve aqui com o namorado. Dona Sofia ficou muito feliz em vê-la.

Dulce: Zoraida está ficando bem famosa. E eu estava com saudades tanto de você como da tia Sofia. - abracei a mulher de cinquenta anos.

Maria: Também estava querida. Você e as meninas Maite e Zoraida fazem falta para essa pobre velha.

Dulce: Já que tia Sofia está em reunião, posso mostrar o orfanato pra ele?

Maria: Não precisa nem perguntar menina. Fique a vontade. - sorriu. - Mas não vou poder acompanhar vocês, preciso ajudar a preparar o almoço.

Dulce: Tudo bem.

Maria: O senhor aceita alguma coisa para beber? Comer?

Christopher: Não. Mas obrigado! - sorriu.

Maria: Ok. Qualquer coisa pode ir lá na cozinha. - tocou no meu ombro e se afastou. 

Christopher: Aqui é enorme. - olhou ao redor.

Estávamos apenas na primeira sala.

Dulce: Sim. É muito grande. Tem mais de trinta quartos, mas poucas crianças agora, são vinte crianças, cinco adolescentes e....alguns bebês.

Christopher: Vinte crianças?

Dulce: Acha muito? Quando eu era pequena tinha quarenta e cinco crianças por aqui. - respirei fundo.

Christopher: Nossa. Eu nem sei o que dizer. Mas aqui parece mesmo um bom orfanato. - olhou para uma estante com diversas fotos de crianças.

Dulce: São fotos em campeonatos, aniversários, natais, ano novo. - sorri - Tia Sofia faz questão de comemorar e tirar fotos. Ela recebe verba do estado para continuar com o lugar, coisas básicas como alimentação saudável para as crianças,  higiene, roupas, material escolar, mas com o dinheiro que recebe com doação ela faz questão de comemorar todos os aniversários de todas as crianças e o que sobra, ela sempre arruma um jeito de leva-lás para passear.

Almas Opostas (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora