CAPÍTULO 73

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Maria Fernanda

— O que rolou Nanda ? — Nayara me pergunta quando o Neguinho começa a dirigir.

— Aquela mulher ali, eu já conhecia ela, mas ela é insuportável e não sou obrigada a ficar escutando certas coisas ainda mais dela.

— Eu vi que você duas estavam se estapiando — Não respondo e fico só olhando pela janela escutando a música baixinha que tocava, Digão passou rasgando com o carro se amostrando.

Já estavamos na estrada e eu olhei pra trás no carro pra me situar, foi quando vi a bendita van de novo, franzi o cenho, estamos sendo seguindos ?

— Gente, essa van, aqui atrás vocês conhecem ? Estão com vocês ? — Nayara olha pelo retrovisor assim com Neguinho, ela olha pro Neguinho que volta a dirigir normalmente.

— Não sei, deve ser algum funcionário do Digão — Ele fala nem ligando pra o que eu disse.

— Estavam transando nessa van mais cedo, de acordo com a pessoa dentro era sexo grupal.

— O que ? — Nayara vira a cabeça pra trás pra me olhar e eu acabei pra ela — Jesus.

De longe escuto como se fosse um xiado e Neguinho ainda sério, ou pelo menos tentando. Estava meio vermelho...

— Tá tudo bem amor ? — Nayara pergunta pra ele, mas ele só acena, e da a seta no carro, olho pra trás vendo a van se afastar e entrar em outra pista.

Tentei olhar por dentro, os vidros de trás eram escuros mas o da frente eu consegui ver o motorista mas não conhecia, era um homem de bigode negro. Nunca tinha visto.

Passo a mão no meu rosto. Acho que estou tão estressada que estou vendo coisas ou pensando em besteira.

Quando Neguinho parou em frente a casa me despedi da Nayara novamente e segui com Neguinho pra dentro da casa. Entrei com tudo no quarto e vi Allana com o Davi brincando no  carrinho.

— Ah meus amores que saudades — vou até os dois, beijo a testa da Allana e sorrio pro Davi.

— Não ficou nem um dia longe de nós mulher — Allana fala rindo.

— Foi uma tortura ficar longe de vocês.

Eu não sou a mesma longe deles, eu sinto que de alguma forma meus filhos são a melhor parte de mim, se eu aguento e tento ser forte pra lutar e justamente por eles, é por querer que eles tenham vidas felizes e até longe dessa loucura toda que é essa vida de criminalidade.

Só quero que eles tenham escolhas e que vivem como os outros, tenham vidas comuns, e não que sentem medo de sair de casa e ser morto por ser mira de facção rival.

Meu medo sempre foi isso mesmo tendo com Léo mas lá eles poderiam ter mais segurança por ter quem os ama protegendo, nas agora somos só nós e eu não tenho poder pra nada.

E sei que preciso de ajuda pra poder sair daqui e só não sei como.

— Já vou indo Nanda, fica dentro quarto como o Digão mandou tá ? — Aceno pra ele.

— Obrigada Neguinho — Ele balança a cabeça.

— Ah seu dispor Alerquina — encarei ele que riu de lado e logo saiu do quarto.

— Alerquina ? Que isso mãe, tem vulgo agora é — Allana levanta da cama e vai até o banheiro, fico olhando aquela porta pensando o porquê ele me chamou daquilo.

Estou louca ? Só pode ser.

Alerquina ? Não há motivos para o apelido.

Alerquina...

Acaso ProibidoOnde histórias criam vida. Descubra agora