Capítulo 08

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Laís ❤️‍🔥

Neguinho buscou as crianças três horas depois do combinado, o que já foi o suficiente pra me deixar bem puta com ele, mas não queria estragar a felicidade dos meus filhos, então dei uma segurada no ódio e preferi não brigar.

Meu pai chamou o Vitor pra conversar, e pelo o que eu entendi o assunto era bem sério, e não deixou o meu irmão muito satisfeito. Eu não fiz questão de perguntar, porque não quis deixá-lo ainda mais nervoso. Depois de quase uma hora dos dois sozinhos na sala de estar eu percebi que a conversa tinha acabado com o Vitor saindo furioso de casa.

Perguntei se o meu pai precisava de algo, mas ele alegou que só queria descansar um pouco. Então aproveitei pra sair de casa também, e dar uma volta pelo morro e por fim iria conhecer minha nova casinha.

DG perguntou se eu queria que alguém me acompanhasse, mas não achei necessário.

As pessoas ali não me reconheciam, fazia muito tempo que eu não pisava no morro, então poucas delas sabiam que o meu pai tinha uma filha. Tudo não passava de fofoca. E aparentemente nós estávamos dando mais motivos para falarem, porque enquanto eu caminhava podia ouvir vários cochichos e olhares dos fifis de plantão.

Índio: Laizinha, Laizinha! - gritou.

Virei para olhar na direção da pracinha, onde alguns meninos da idade do meu filho jogavam futebol. E onde o Índio estava em pé do lado de duas meninas. Acenei pra ele, que me chamou com o dedo.

Pensei antes de ir. Eu era completamente antissocial.

Mas resolvi dar uma chance.

As meninas tinham a cara fechada pra mim, e deviam ter um ou dois anos a menos que eu.

Laís: E aí, cê tá bem? - ele abraçou meu ombro e eu bati na sua mão, afastando - Quer dar motivo pro povo falar, Índio?

Índio: O povo já fala, gata.

Eu ri.

Laís: Não tem que trabalhar não? - cruzei os braços.

Índio: Tenho, patroa. Calminha aí! - riu nervoso - Filha do DG mermo, né?!

- Você é filha do DG? - uma das meninas perguntou, com os olhos esbugalhados.

Laís: Até onde eu sei, sou sim - respondi com um sorrisinho, sem querer ser grosseira.

- Irmã do Vitor?

Meu sorriso sumiu. Só a família chamava o meu irmão pelo nome, e não pelo vulgo.

Laís: Você é a...?

- Maria Eduarda. Mas pode me chamar de Duda.

Assenti.

Laís: Sou irmã do VH sim! - respondi, com grosseiria. Acho que a bonitinha percebeu o meu olhar nada amigável e ficou olhando para as próprias unhas - E você? Como é o seu nome?

- Satisfação, meu nome é Bruna. Sou irmã do Zé Ruela aí - apontou com a cabeça pro Índio - E da Duda também.

Laís: Ah, vocês três são irmãos? - eles assentiram.

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