Capítulo 20

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Terror ☠️

Me arrumei todo lindão e cheiroso pro baile. Tínhamos conseguido um show de uns MCs e o baile ia estar gostosinho demais. Eu tava animado pra caramba, mas achava que o mano VH estava mais.

Ia começar umas dez da noite, mas eu só ia pra lá com os mano quando fosse umas onze e pouco, quase meia noite. Era quando os shows iam começar.

O esquenta ia ser na casa do DG. Depois de me arrumar eu dispiei pra lá. Quem abriu a porta pra mim foi o Índio, e ele já tava mais pra lá do que pra cá, bebendo pra caralho. O mano me puxou pra área da piscina e era onde os outros estavam.

DG estava sentado no canto, conversando com os netos que já estavam de pijama. Rolei os olhos em volta, encontrando o VH jogando sinuca com com o Nando e o Junin.

Cheguei perto do DG e a filha da Laís correu na minha direção.

Vitória: Oi, tio! - ela abraçou a minha perna e eu fiz um carinho na cabeça dela, meio sem jeito.

A última vez que ela tinha me visto era porque o pai estava doidão querendo matar o VH.

Terror: E aí, garota - ela me largou, mas me puxou pela mão. Fiz um toque com o DG e com o menorzinho que estava sentado do lado do avô - E aí, velhote.

DG: Animadão pro primeiro baile da vida de rei?

Terror: Ainda, papai. Nasci pra isso - falei e ele riu - Tu fica reclamando que tá velho pra vários bagulho mas pra baile tu tá no pique né.

A Vitória sentou do meu lado, e ficou mexendo no meu relógio. A menorzinha era maneira. Nem parecia ser filha de quem era. Até porque era bonita, e o pai era um bicho... mas aí lembrei a mãe era a Laís... a garota tinha que dar graças a Deus!

Pedro: Minha mãe disse que eu não vou poder ir - resmungou.

Terror: Cadê a tua mãe?

Pedro: Ta se arrumando, eu acho - falou - Ae, tio. Se tu é o dono do baile, deixa criança entrar?

Eu cocei a cabeça.

Terror: Ah, menor. Acho uma boa não. Lá tá cheio dos bagulho que criança não gosta, vai ser chatão - ele fez um bico - Mas assim, domingo vai ter churrasco e a gente pegou vários brinquedo maneiro para crianças!

Vitória: Eba! - ela encostou a cabeça no meu braço, e continuou brincando com o meu relógio.

Encarei o VH, lá do outro lado, mas ele nem tinha percebido que eu tinha chego. E tava encarando alguma coisa nas minhas costas, puto e bolado. O Junin e o Nando também estavam parados olhando. Olhei para os outros manos, mas estavam focados demais bebendo e fumando.

Virei pra ver o que estava acontecendo, e dei de cara com a Laís em pé. Se eu não tivesse sentado, era eu que ia cair.

Eu já tinha falado que o que essa mina tem de chata e mimada ela tinha de beleza?

Porra, babei na cara dura, só encarando aquele corpo que parecia uma obra de arte.

Ela estreitou os olhos, me encarando, e jogou o cabelo por cima dos ombros. Papo reto, o que ela tinha de mais bonito depois da bunda era aquele maldito cabelo preto enorme. Ela estava com um vestido curto e todo branco, mas ele era todo cortado e deixava várias partes do corpo expostas. O cabelo era pretão, e a maquiagem escura. Tinha nem o que falar. Tava mais bonita do que o normal.

Minha garganta trancou, e eu engoli seco. Aquela porra tava me irritando, já era a segunda vez que eu sentia esse nó quando tava perto dessa pilantra.

Pedro: Ah mãe, não vai - resmungou - Por favor.

Ela vai sim. Se fode ai, menor - respondi mentalmente.

A Vitória ouviu a voz da mãe, e soltou o meu pulso, correndo pro colo da Laís, que segurou ela, puxando o vestido pra baixo.

Laís: Vocês acham que vão ficar bem?

Pedro: Não.

Vitória: Não. Quero dormir com você.

DG: Vocês são dramáticos igual o velho do avô de vocês.

Eu ri e a Laís também.

Laís: Então eu não vou.

Terror: Vai sim, qual foi? - me meti na conversa - Teu irmão precisa de ti lá.

Laís: e meus filhos precisam de mim aqui.

Terror: Uma noite, Laís. Para de ser chata! - ela me mostrou a língua e eu neguei - Os molequinho vão se comportar, né?

Vitória: Só se você me der um relógio igual o seu, tio. Mas eu quero rosa!

Pedro: É. E eu quero um PS5!

Terror: Qual foi, seus pilantra, cês tão aprendendo isso com a mãe de vocês?

A Laís me bateu, com um soco no ombro, enquanto segurava a Vitória com um braço só.

Terror: Ta Ta! Eu dou. Mas hoje, e amanhã, vocês vão ficar com a Tiazinha que é mó gente boa, jaé?

Pedro: Jaé.

A Laís fuzilou ele com o olhar.

Laís: Fala direito, Pedro Antônio. E bora sumir, que tá na hora!

Eles abraçaram o avô e fizeram um toque comigo, antes de subir pro segundo andar com a mãe. Evitei de olhar muito, o DG tava perto demais e eu gostava da minha cabeça grudada no meu pescoço.

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