Capítulo 58

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Terror ☠️

Cheguei perto da minha garota mais uma vez, porque tava só de longe vendo o quanto ela tava ficando cansada de pular naquela cama elástica.

Terror: Deu, dona Vitória. Sai daí.

Vitória: Ah, paiê - fez aquela carinha desgraçada de cachorrinho abandonado e eu neguei com a cabeça, puxando ela pelo braço - Nem um pouquinho?

Terror: Tu já tá toda cansada ai, daqui a pouco tá passando mal. Espera mais um dez, depois tu volta - fiquei encarando ela preocupado, enquanto ela colocava a sapatilha no pé de novo.

Vitória: Minha mãe chegou? 

Terror: Ta se arrumando no quarto - respondi e ela bateu palminhas, animada.

Vitória terminou de calçar o sapato e foi correr atrás da amiguinha, que brincava junto com ela.

Eu me afastei, indo até a mesa onde meus irmãos estavam sentados, só comendo e tomando uma cervejinha.

VH: Ta na beca, hein papai - apontou com a cabeça pra mim.

Eu dei uma voltinha, fazendo charme.

Terror: Ocasião especial né, filhote.

VH: Vou cortar tua cabeça fora, tu tá ligado, né? - ameaçou e eu mandei um joinha pra ele.

Acendi o meu cigarro de boa, vendo a festa rolar ali na maior paz e tranquilidade. Só faltava a aniversariante.

Pedro: Pai!

Ouvi o grito do meu moleque e na hora já me virei pra entrada da garagem, achando que ele tava me chamando... mas na verdade ele tinha gritado pelo Flávio, que tinha um sorrisão estampado na cara.

Eu apertei os olhos e fiquei de pé na hora, chegando perto do Pedrinho. Vi que os meus manos se levantaram também, vindo atrás de mim.

Neguinho se abaixou e o Pedro correu pra abraçar ele. Vitória fez o mesmo, e eu só continuei ali, parado encarando a cena.

Neguinho: Maior saudade que eu tava de vocês! Vim fazer uma surpresa, gostaram?

Vitória: Simm! - agarrou o pescoço dele mais uma vez, em um abraço apertado.

Pedro: Não some mais não, Pai. A gente ficou com saudade.

Neguinho: Prometo que vou tentar, meu garoto. Tem certas coisas que não dá pra controlar - falou, me encarando pela primeira vez.

Pedro: É aniversário da minha mãe hoje. E você tá aqui. E o meu pai Terror tá aqui também. A nossa família toda tá junta!

Vitória sorriu abertamente pra mim, e eu retribui fraquinho pra ela.

Ouvi o barulho do salto batendo contra o piso e eu nem precisei virar de costas pra saber que era a Laís se aproximando.

Ela caminhou até que ficasse do meu lado, mas não me olhou, assim como eu também não olhava pra ela. A gente só conseguia encarar o Neguinho, que devolvia o olhar pra minha mulher.

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