Capítulo 52

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Terror ☠️

As crianças ficaram do lado de fora da salinha, brincando com o Nando e com o LK. Eu e o VH entramos pra conversar com a Luana, que roía as unhas e estava mais branca que um fantasma.

VH: Ih, já vi que deu merda hein - falou enquanto sentava na cadeira de frente pra doida - Da o teu papo.

Luana: Eu entreguei a sacola pro Neguinho. Como vocês pediram.

Terror: E isso muda a minha vida no que mesmo? - perguntei me aproximando, com os braços cruzados na frente do peito.

Luana: Ele me deixou nervosa, cara. Ficou perguntando várias coisas sobre a Laís e as crianças e eu nem sabia responder. Ele também ficou me olhando com aquela cara de quem conseguia ler a minha alma!

Vi o Vitor me encarar, e eu ri sem humor nenhum, tava prevendo a bomba.

Terror: Direto no ponto que me interessa, Luana.

Ela assentiu, me olhando.

Luana: Ele queria que eu falasse tudo. E eu disse "se eu falar o Terror me mata". O Neguinho pediu pra eu escolher morrer na tua mão ou na dele, me ofereceu dinheiro, e eu saí correndo - penso a minha cabeça pro lado, pensando nas coisas que ela tinha me falado, e se eu devia ou não acreditar nela - Terror, eu não quero morrer. Nem posso na verdade. Tem gente que depende de mim!

VH: Muito papo e pouca ação - resmungou, atraindo nossa atenção - E ninguém aqui confia em tu também, garota.

Luana: Mas eu juro - vi o olho dela encher de lágrima - Sério, eu não falei nada e nem quero falar!Quero ficar de fora dessa, mas quero ficar viva. E se tiver que escolher entre ficar do lado de vocês, ou do lado do Neguinho, é claro que eu vou escolher o lado de vocês!

Terror: VH mandou o papo aí. Ninguém confia em ti, maluca.

Luana: Mas devia, porque eu tô falando a verdade. Neguinho pode não ter tirado informação nenhuma de mim, mas vai saber pela boca de alguém e eu sei que ele vai aprontar.

VH: Ele vai é querer te matar - apontou com a cabeça pra mim e eu dei de ombros.

Terror: Deixa peitar pra ver, pô.

Luana: Eu estou te dando todas as informações que eu sei, Terror. Juro que não falei nada demais - deu de ombros - Só que meio que saiu sem querer que a Laís estava com outra pessoa, e depois saiu o teu nome e ai eu acho que ele associou uma coisa com a outra.

Terror: Sem querer? - gritei - Tu tá de tiração comigo né?

Eu tava pouco me fodendo pro Neguinho. Uma hora ou outra ele ia saber, e já tava demorando.

Mas era bem o que a Luana tinha falado, era certo que ele ia aprontar alguma.

Luana: É, cara. Ele veio todo chatão, com um papo de "minha mulher", eu mandei ele superar, né?

VH: Meteu essa? - perguntou, prendendo o riso.

Luana: Juro que foi sem querer. Eu fico nervosa e aí falo demais, me desculpa! - ela negou com a cabeça, esperando que eu falasse alguma coisa, mas continuei quieto, só imaginando quais seriam os próximos passos do Neguinho - Eu posso ir?

Terror: Acerta com ela aí - pedi pro VH, e sai da salinha.

Pedi pro Nando dar uma olhada nos menorzinho por mais um tempo, porque eu tinha que ligar pro Neguinho.

Tirei o celular do bolso, discando o número do aparelho que a Luana tinha entregado pra ele hoje.

Neguinho: Alô?

Terror: E aí, Neguinho. Terror na voz.

Ouvi ele respirar fundo, e já preparei a minha mente pra ter que lidar com as patifarias daquele sujeito.

Neguinho: Fala, xará. Como tá a minha situação aí fora?

Terror: Tudo negado. Sem caô, bagulho tá feio. E aí dentro?

Neguinho: Tudo mec. Tem uns fodido aqui que rende umas regalia quando a gente abre a carteira.

Terror: E o que tu quer? Fugir agora? - perguntei.

Neguinho: Cedo demais, né. Deixa a poeira baixar um pouco, os cana já tão tentando subir pra pacificar o tempo todo, se eu sair agora vai ser foda. Bora esperar mais um dez e depois a gente monta o esquema.

Terror: Ainda.

Neguinho: Mas manda o filho da puta do advogado continuar tentando. Ele é pago pra isso.

Ele tava calminho demais, tranquilo demais. Eu não era burro. Sabia que já tava aprontando, e resolvi só render corda pro filho da puta de enforcar.

Terror: Jaé.

Neguinho: Se precisar de algum bagulho falo contigo ou com o VH. O Formiga é meu braço direito lá no morro, qualquer b.o ele pode me passar também.

Terror: Uhum. Falou! - desligou a chamada e voltei pra boca.

Luana não estava mais ali e o VH estava conversando com o Nando.

VH: E aí?

Dei de ombros.

Terror: Maior paz - VH me encarou com deboche e eu concordei - Olho aberto, irmão.

VH: Quer que eu fique com os pivete pra tu ir falar com a Laís?

Terror: Tu da essa moral?

VH: Claro, pô. Vai lá.

Terror: Valeu - olhei para crianças - Ô, já volto hein. Vou lá falar com a mãe de vocês, mas como ela tá cansadona eu deixo vocês ficarem com o tio.

Aqueles pique né filho. Pai é responsável. Agrada a mulher e agrada os menor.

Vitória: Terrorzinho, você é o melhor e eu amo você! - correu pra me abraçar.

Agarrei aquela garota no colo e beijei o cabelo cheiroso dela.

Terror: Também te amo, princesa Totoya - falei baixinho no ouvido dela, que riu.

Pedro: Eu só gosto de ti, cara - falou, todo estranhão - Amor só de mãe, né?

Larguei a Vitória no chão, e olhei pro VH que ria do lado do Nando.

Terror: Isso é coisa tua - apontei pro VH - Para de ensinar coisa errada pro meu cria, ou!

VH: Escuta o feio aí, não, Pedrinho. O Dindo que sabe das parada - piscou e o menor riu.

Eu fiz um toque com os menor e vazei pra casa da dona.

Já tinha passado da hora da gente se entender.

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Estou muito feliz com o pessoal que está chegando.
Mas eu gosto de comentário também, viu gente?! Kkk
Me chamem, vamos ser amigasss! 🥰

Obrigada pelo apoio!

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