Capítulo 09

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Terror ☠️

Sai da salinha na moral, pronto pra ir até a casa do DG e perguntar que porra ele tava fazendo da vida dele, mas não adiantou. Laís se meteu na minha frente e me estressou pra caralho.

Se pá até tinha descontado os b.o encima da garota, mas não marolei muito nessas ideia. Tinha outros lance pra resolver.

DG tava fumando quando eu cheguei. A casa que antes era cercada pelos moleque, pra não deixar ninguém chegar perto, não tinha um fazendo a segurança ao redor.

Entrei sem nem bater, dando de cara com o mano na varanda. Cruzei os braços, encarando ele.

DG: E aí, filhote.

Terror: Que mané filhote. Tu faz as merda e depois quer amolar o cara. Tá achando que eu tô de palhaçada, DG?

Ele riu, me deixando ainda mais puto.

DG: Tu acha que eu tô de palhaçada, Terror?

Terror: Acho sim, porra! Qual é mano, vai se entregar?

Ele deu de ombros.

DG: Não quero, mas se for preciso sim. Por isso eu tô querendo que tu e o Vitor assumam o comando do morro o mais rápido possível.

Terror: Pra que? Pra se entregar pros verme sem medo?

DG: Viu quem morreu no último confronto? Dona Maria, mano. A senhorinha que cuidava de uma pá de gente aqui do morro. Não quero mais esses porco invadindo e matando inocente só porque tão me caçando, caraí.

Neguei, sentando na cadeira do lado dele.

Terror: Não, mano. Tu não vai sair do comando, e tu não vai se entregar! - apontei - Esses merda vai continuar invadindo contigo, comigo, com o VH, e até com o Messi no comando do morro!

DG: Não vou me entregar - garantiu, soltando a fumaça pela boca - Mas do comando eu já saí. O morro é teu, porra!

Neguei mais uma vez com a cabeça, e ele bateu com a mão no meu ombro.

DG: A minha cara já tá fixada, fio. Já foi, tem nem pra onde correr. Agora quero aproveitar com a minha família enquanto eu posso.

Terror: Ae Ae, sem esses teus drama, jaé?

DG: Bandido só tem dois caminhos, Guilherme. Cadeia ou terra. E eu já tô cansado pra caralho. É mais de vinte anos nessa vida, irmão. Eu tô te dando essa porra, como dei pro Vitor, porque confio em vocês mais do que confio em mim, tá ligado? Mas se continuarem com essa putariazinha de não querer assumir agora, tranquilo, eu passo pra outro.

Terror: Não fode - bufei, ajeitando o boné.

É claro que eu queria. Porra, queria pra caralho! Mas não era tão fácil assim assumir o bagulho do dia pra noite é uma porrada de responsabilidade cair no colo.

DG: Eu posso contar com tu, ou não posso?

Ele ficou me encarando, esperando que eu dissesse alguma coisa, mas na minha cabeça passava vários bagulho que ia mudar daqui pra frente. E se esse morro fosse ser meu, eu tava pouco me fodendo pro DG querer se entregar, se fosse preciso eu trancava o velho dentro do quarto e não deixava sair nunca mais.

Terror: Esse bagulho aí, de tu querer se entregar "se precisar" tem alguma parada a ver com as fotos que tu recebeu da Laís e dos pivete?

Silêncio.

Eu tive a minha resposta com silêncio.

DG: É teu, ou não é?

Terror: É meu! - fiquei de pé na frente dele - É meu e é do meu jeito, falou?! Vou mandar os cara continuar com a proteção que tu tinha aqui, no teu canto, e se tu tentar fazer alguma merda eu vou ficar sabendo antes de tu conseguir.

DG riu, mas eu ainda tava boladão com tanto bagulho na cabeça.

DG: Já tá metendo marra que nem chefe. Gosto assim!

Eu até poderia abraçar ele, agradecer por isso e por tudo, mas não dava. Ainda não dava. Era muito bagulho pra resolver e ele ainda ficava com esses mistérios. Eu ia descobrir o que o DG tava aprontando, e mais do que isso, ia pegar o filho da puta que tava enviando as ameaças.

Ainda tinha o meu irmão. VH era mais cabeça fraca do que eu, quando se tratava do pai dele. Não podia deixar que isso abalasse o meu mano. Ele sabia o que podia acontecer com o DG se caísse na mão dos cana. Todo mundo sabia. Essa porra não tava fazendo o menor sentido.

Meti o pé da casa dele, mandando uma mensagem pra Luana. Foda-se, tava nem vendo. Precisava relaxar e a garota dava a foda mais maneirinha daquele morro. Demorou nem cinco minutos pra ela me esperar na salinha.

E foi nesse pique que eu passei o restante do dia, até a madrugada chegar. Bebendo, fumando e fodendo pra caralho... e mesmo assim parecia que continuava tudo errado.

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Luana | 22 anos.

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