Capítulo 29

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Terror ☠️

Eu me sentia orgulhoso por algumas paradas que já tinha feito na vida. Mas ver a criançada correndo, as tiazinha conversando, os crias jogando e a mulherada papeando, tinha me deixado com um sorrisão de orelha a orelha. O que nem era comum.

VH tava todo todo. Falando pra caralho no ouvido da Laís.

O menorzinho dela chegou perto da gente, na quadra, perguntando se podia jogar também.

Junin: Tu pode, cara. Teu tio que não pode, maior perna de pau.

Pedro: Eu acho também - falou, olhando pro VH que tinha dado paz pra irmã e vindo em nossa direção.

Terror: Deixa ele ouvir tu falando isso.

Pedro: Pô, Tio. Ele nunca mais me leva pra dar rolê de moto escondido... fala nada não - pediu.

Eu ri e o Junin também.

Junin: Ah, mano, tua mulher mete muita marra e na real não manda em nada - disse depois de bater no meu peito.

Eu encarei ele, fechando a cara.

Terror: Tá doido? Sou cachorro solto, caraí.

Indio: Ele é sim - debochou e eu encarei ele, sério. Ele jogou as mãos pro ar, se rendendo - Foi o Junin que começou, demite ele, não eu.

VH: Que que as piranha tão fofocando? - perguntou, enquanto colocava as duas mãos no ombro do Pedro e sacudia o menor que começou a gargalhar, tentando se soltar do braço do tio.

Junin: Tamo falando da gostosa da tua irmã - provocou.

Era normal os caras gastarem o Vitor assim. Sempre foi. E isso sempre deixava ele putão, mesmo antes da Laís voltar pro morro.

Eu nem liguei porque a gente sempre zoava, mesmo antes de conhecer ela.

Eu ria pra caralho e ainda botava pilha. Até porque foi assim que a gente se conheceu... apanhando porque o mano foi defender a bandida lá.

O Vitor fechou a cara pra ele, e eu ri. Mas quem deu um chute na perna no Junin foi o Pedro.

Pedro: Ou, tio. Não fala assim da minha mãe que eu te mato hein!

O Junin arregalou os olhos e ficou gastando o garoto, dizendo que ia ser padrasto dele, e o Vitor botando a maior pilha pro Pedrinho bater no maluco.

O Indio só ria e comemorava mais a cada soco que o Junin ganhava.

VH: Esse garoto é o meu maior orgulho, papo reto! - falou colocando o Pedro sentado encima dos ombros.

Indio: Bora jogar, porra. Vocês só enrolam!

A gente fez os bagulho de juntar os menor e dividir o times e depois o jogo começou. VH tinha ficado de um lado, e eu de outro, e claro que o pai aqui tava ganhando sem muito esforço né.

O Pedrinho e os outros menorzinho tinham ficado no canto da quadrinha, porque depois que a gente acabasse a partida, eles iam começar a deles, pra ser justo e porque os caras jogavam na agressividade mermo. Com os pequenos ia dar ruim.

Laís tava lá sentada numa mesinha marolando com a Duda e com a Bruna. Eu nem tinha falado com nenhuma delas ainda.

Quando o jogo tava quase terminando eu vi a doida da Luana chegando perto da mesa das garotas, e já previ que ia dar treta.

Fiquei olhando os bagulho, sem nem me lembrar que tava no meio de um jogo.

A bandida da Laís tava botando maior marra, com o peito estufado e o sorriso debochado na cara. A Luana estava de costas pra mim, então eu não conseguia ver ou entender o que ela tava falando.

Junin: Qual foi, Terror? - me empurrou - Presta atenção no jogo, caralho.

Terror: Vai se foder - empurrei ele de volta, saindo da quadra e fazendo sinal pra um dos moleques me substituírem.

A mesa que elas estavam sentadas estava um pouco longe, então tentei apressar o passo quando eu vi a Bruna puxando o cabelo da Luana, e a Laís levantando da mesa e saindo pra longe.

Nem tinha entendido nada.

Mas já cheguei na mesa gritando com as três. Maria Eduarda só pagava o pato pelo erro das outras, mas era a única que eu queria escutar falar alguma coisa.

Terror: Que que tá rolando aqui? - bati na mão da Bruna pra ela soltar o cabelo da Luana e ela fez, me olhando cheia de ódio - Anda Maria, tô esperando tu falar.

Duda: Por que eu? - eu fiz cara feia pra ela - Ah, que saco! Eu nem falei nada dessa vez.

Bruna: Vaza daqui antes que eu quebre a tua cara, vagabunda - gritou.

Terror: Postura, Bruna. Te liga nos bagulho, pô!

Junin e o VH já estavam do nosso lado.

Olhei em volta procurando a Laís e não vi nem sinal da maluca.

Luana: Eu também não fiz nada demais... só dei um recado - falou, na maior inocência.

O Vitor segurou o braço da Luana com força, apertando sem dó.

VH: E tu é quem pra ficar dando recado pra Laís, hein? - gritou na cara dela que choramingou.

Luana: Me solta, VH. Tá me machucando!

Eu me aproximei da Luana, olhando bem no fundo do olho dela.

Terror: Que recado, Luana?

Luana: Acredita em mim, Terror. Eu tava entrando no morro quando o Neguinho me parou, pedindo pra chamar a filha da Laís, porque queria falar com ela! Ela é filha dele também, não é? - falou, se tremendo todinha de medo - Cara, eu só vim avisar a Laís que o Neguinho estava lá embaixo chamando a garota.

O VH puxou o cabelo da Luana com força e tirou a pistola da cintura, colocando na cabeça dela. A garota apertou os olhos com força.

VH: Eu juro por Deus, que vou acabar com a tua raça, piranha!

Eu joguei a cabeça pra trás e respirei fundo antes de meter bala na filha da puta ali mesmo.

Eu tinha falado pra todo mundo, pro morro todo, que o Cantagalo não era mais aliado ao PPG, e ela vem meter essa na minha cara?

Só podia ser brincadeira.

Se o VH quisesse matar a garota ali mesmo, ele ia matar, e eu não ia impedir. Porque vazei dali no mesmo segundo, indo atrás da Laís e da Vitória.

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