Capítulo 44

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Luana 💅🏻

Entrei em casa correndo, quando senti o cheio de queimado na rua. A cozinha estava cheia de fumaça e eu não vi sinal da minha avó por nenhum lugar.

Desliguei a chama do fogão e fiquei encarando as panelas, tentando decifrar que tipo de comida era aquela antes de se tornar puro carvão.

Deixei a sacola com os remédios que eu tinha comprado encima da mesa. Era só genérico, a grana estava curta nos últimos meses.

Encontrei a minha avó deitada na cama dela, enquanto dormia e no mesmo momento eu senti minha garganta dar um nó.

Não era a primeira vez que ela esquecia a comida no fogo, e parecia que cada vez era um pouco pior.

Minha cabeça continuou a milhão durante toda a tarde, que foi o tempo exato em que eu levei pra arrumar aquela bagunça na cozinha.

Minha velhinha ainda dormia tranquila quando eu terminei.

Tomei um banho, e sai de casa, indo até a boca atrás do Terror.

LK me disse que ele estava na pracinha, e ainda rendeu piadinha perguntando se não rolava nada hoje... mas eu estava tão cansada que nem consegui me aproveitar da situação, deixando ele falar sozinho e caminhando sozinha até a pracinha.

Terror estava lá na quadra, brincando com o filho da Laís e do Neguinho.

Pedi pro Indio chamar ele, mas o Terror negou com a cabeça falando algo que eu não conseguia entender.

Eu resmunguei e entrei na quadra, recebendo xingamento dos caras que tiveram que parar o jogo.

Terror: Ta maluca?

Luana: Eu quero falar com você.

Terror: Luana, me erra, valeu? - pediu.

Luana: É sério, Terror!

Ele respirou fundo e saiu de dentro da quadra, indo até o barzinho que ficava ali. Estava só de bermuda e chuteira, sem camisa e soando muito.

Homem gostoso da porra.

Ele sentou na cadeira, mas eu continuei de pé, vendo o seu Fernando aparecer com a água que o Terror tinha pedido.

Luana: Não quero nada não, obrigada - debochei.

Terror: Eu nem te perguntei - me encarou - Anda, fala aí.

Luana: Tô precisando levantar um dinheiro aí.

Terror: E o que eu tenho com isso?

Luana: Tem alguma coisa que eu possa fazer? - perguntei, tentando controlar o desespero na voz - Sei lá... algum corre?

Terror: Nada pra tu - falou, tomando a água.

Vi o olhar dele se perder nas minhas costas, e dar um sorrisinho debochado. Me virei, encontrando a Laís a uma distância bastante considerável, ela estava abraçada com a filha e olhava na nossa direção, e pela cara eu sabia que ela estava em dúvida se me matava ou se matava o Terror.

Luana: Ela vai me matar - falei, cruzando os braços.

Terror: Ela vai me matar - repetiu, sorrindo e nem me olhava ainda.

Ele estava feliz porque ia ser morto pela maluca descontrolada?

Luana: Eca. O que vocês nessa garota?

Terror me encarou, fechando a cara e eu calei a boca na hora.

Terror: Anda na sombra, Luana - avisou - Achei que a gente já tinha trocado um papo maneiro sobre isso.

Luana: Não falei nada. Não vou falar nada.

Terror: Não faz mais do que a tua obrigação.

Luana: Ta. Mas pensa nisso. Se tiver qualquer serviço que possa me desenrolar uma grana maneira, tu me chama?

Terror: Não vou te prometer nada. Não quero dor de cabeça pro meu lado - falou, tomando mais um gole da água e dando mais uma olhava rápida na direção da princesa do pó.

Luana: Vocês estão juntos? - perguntei.

Terror: Te interessa no que? - eu dei de ombros - Então fica quieta e me poupa de ter que te ouvir cacarejando aí.

Luana: Engraçado, antes da Laís aparecer tu nunca reclamou.

Terror: Quer ficar sem cabelo? - me encarou serio. Eu fiquei quieta e neguei. Ele ficou de pé, aproximando o rosto de mim, e as minhas pernas fraquejaram com o tremor - Lava essa merda de boca antes de pensar em tocar no nome da minha mulher!

Terror saiu arrastando a cadeira, e me encarando puto demais. Eu resolvi controlar a minha boca antes que ele realmente me deixasse careca.

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