Luana 💅🏻Entrei em casa correndo, quando senti o cheio de queimado na rua. A cozinha estava cheia de fumaça e eu não vi sinal da minha avó por nenhum lugar.
Desliguei a chama do fogão e fiquei encarando as panelas, tentando decifrar que tipo de comida era aquela antes de se tornar puro carvão.
Deixei a sacola com os remédios que eu tinha comprado encima da mesa. Era só genérico, a grana estava curta nos últimos meses.
Encontrei a minha avó deitada na cama dela, enquanto dormia e no mesmo momento eu senti minha garganta dar um nó.
Não era a primeira vez que ela esquecia a comida no fogo, e parecia que cada vez era um pouco pior.
Minha cabeça continuou a milhão durante toda a tarde, que foi o tempo exato em que eu levei pra arrumar aquela bagunça na cozinha.
Minha velhinha ainda dormia tranquila quando eu terminei.
Tomei um banho, e sai de casa, indo até a boca atrás do Terror.
LK me disse que ele estava na pracinha, e ainda rendeu piadinha perguntando se não rolava nada hoje... mas eu estava tão cansada que nem consegui me aproveitar da situação, deixando ele falar sozinho e caminhando sozinha até a pracinha.
Terror estava lá na quadra, brincando com o filho da Laís e do Neguinho.
Pedi pro Indio chamar ele, mas o Terror negou com a cabeça falando algo que eu não conseguia entender.
Eu resmunguei e entrei na quadra, recebendo xingamento dos caras que tiveram que parar o jogo.
Terror: Ta maluca?
Luana: Eu quero falar com você.
Terror: Luana, me erra, valeu? - pediu.
Luana: É sério, Terror!
Ele respirou fundo e saiu de dentro da quadra, indo até o barzinho que ficava ali. Estava só de bermuda e chuteira, sem camisa e soando muito.
Homem gostoso da porra.
Ele sentou na cadeira, mas eu continuei de pé, vendo o seu Fernando aparecer com a água que o Terror tinha pedido.
Luana: Não quero nada não, obrigada - debochei.
Terror: Eu nem te perguntei - me encarou - Anda, fala aí.
Luana: Tô precisando levantar um dinheiro aí.
Terror: E o que eu tenho com isso?
Luana: Tem alguma coisa que eu possa fazer? - perguntei, tentando controlar o desespero na voz - Sei lá... algum corre?
Terror: Nada pra tu - falou, tomando a água.
Vi o olhar dele se perder nas minhas costas, e dar um sorrisinho debochado. Me virei, encontrando a Laís a uma distância bastante considerável, ela estava abraçada com a filha e olhava na nossa direção, e pela cara eu sabia que ela estava em dúvida se me matava ou se matava o Terror.
Luana: Ela vai me matar - falei, cruzando os braços.
Terror: Ela vai me matar - repetiu, sorrindo e nem me olhava ainda.
Ele estava feliz porque ia ser morto pela maluca descontrolada?
Luana: Eca. O que vocês nessa garota?
Terror me encarou, fechando a cara e eu calei a boca na hora.
Terror: Anda na sombra, Luana - avisou - Achei que a gente já tinha trocado um papo maneiro sobre isso.
Luana: Não falei nada. Não vou falar nada.
Terror: Não faz mais do que a tua obrigação.
Luana: Ta. Mas pensa nisso. Se tiver qualquer serviço que possa me desenrolar uma grana maneira, tu me chama?
Terror: Não vou te prometer nada. Não quero dor de cabeça pro meu lado - falou, tomando mais um gole da água e dando mais uma olhava rápida na direção da princesa do pó.
Luana: Vocês estão juntos? - perguntei.
Terror: Te interessa no que? - eu dei de ombros - Então fica quieta e me poupa de ter que te ouvir cacarejando aí.
Luana: Engraçado, antes da Laís aparecer tu nunca reclamou.
Terror: Quer ficar sem cabelo? - me encarou serio. Eu fiquei quieta e neguei. Ele ficou de pé, aproximando o rosto de mim, e as minhas pernas fraquejaram com o tremor - Lava essa merda de boca antes de pensar em tocar no nome da minha mulher!
Terror saiu arrastando a cadeira, e me encarando puto demais. Eu resolvi controlar a minha boca antes que ele realmente me deixasse careca.
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Inabaláveis
Roman d'amourNa vida você só tem uma escolha. Lutar até o fim pelo certo e pelo que é seu, mesmo que custe a sua vida. Deixar se abalar nunca foi uma opção!