Capítulo 50

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Laís ❤️‍🔥

Tava rolando o maior clima chato entre o Guilherme e eu. Tinha certeza que ele estava me escondendo alguma coisa, mas não me falava, parecia preferir fugir. Desde o dia em que fomos para a praia com as crianças eu tinha o visto um dia só, porque ele tinha ido lá em casa ver os meus filhos e coincidiu com o horário que eu estava chegando do trabalho, mas foi só ele me ver que já inventou que tinha algo pra fazer.

Eu liguei pro Vitor, dizendo que a gente podia fugir pra Ibiza, porque eu não queria mais quebrar a cara com homem de novo, mas ele também não me ajudou... e ficou bem claro que ele sabia do que se tratava, mas também não falava nada.

Era sábado de manhã, e mesmo que eu tivesse que ir trabalhar, não pude sair porque a Vitória amanheceu com febre. Eu não estava tão preocupada pois sabia que era emocional.

O combinado era que na sexta-feira o Flávio os buscaria na escola, e depois disso as crianças voltariam para casa somente no sábado a noite, para aproveitar o dia com o pai. Mas ele tinha simplesmente sumido.

Eu havia mandado mensagem na quinta-feira, porque o Pedrinho ficou super frustrado de não ter conseguido falar com ele quando tentou, e também para confirmar sobre o fim de semana que ele havia prometido aos filhos. Não tive retorno, mas resolvi dar um voto de confiança e acreditar que pelo menos ele apareceria, como prometido.

O resultado foi: Ele não apareceu. Pedro ficou muito bravo e agressivo, reclamando que isso sempre acontecia, que o Flávio nunca fazia o prometido. Por muito tempo eu quis que ele percebesse isso, e parasse de se orgulhar do cara que tinha trocado a nossa família por dinheiro e mulher, mas eu estava completamente arrependida de um dia ter desejado isso.

Ver o Pedrinho agir com tanta raiva e decepção me cortava o coração, e fazia com que eu me sentisse da mesma forma que ele.

E ao mesmo tempo, ter que me dividir entre ele e a Tóya, que chorou a noite inteira com febre, pedindo para que eu ligasse para o pai, porque ela estava com saudade e só queria saber dele, era muito exaustivo e fazia com que eu me sentisse a pior mãe do mundo.

Pedro: Ele ligou? - perguntou, tomando um um pouco do Nescau que eu tinha colocado encima da mesa pra ele.

Enxuguei a minha mão no pano de louça, e neguei com a cabeça.

Laís: Ele vai ligar. Ele sempre liga.

Pedro: Acho que dessa vez eu não quero, mãe. Igual você.

Laís: Filho, eu podia me separar do teu pai... mas você não pode trocar de pai.

Pedro: Eu tenho o VH, tenho o Terror, tenho meus amigos - deu de ombros.

Laís: Quando ele ligar, vocês conversam melhor. Acho que vai ter uma boa explicação pra ele ter sumido assim, tá bom?

Ele não me respondeu, e começou a comer o pão dele. Pedi que deixasse a sujeira na pia depois, e fui até a sala, onde a Tóya estava deitada, assistindo desenho, ainda de pijama... assim como eu estava.

Laís: Ta se sentindo melhor, amor? - perguntei, deitando do lado dela.

Vitória agarrou o meu pescoço com os seus bracinhos, e se aconchegou no meu abraço.

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