Capítulo 47

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Terror ☠️

Tinham pegado o Neguinho em uma missão. O cara tava assaltando uma joalheria, junto com uns irmão, quando os gambé chegaram. O Formiga estava junto, mas tinha conseguido escapar e era ele que estava me deixando ciente de todos os bagulhos.

VH só ouvia, sentando no sofá e encarando o chão.

A gente tinha duas metas com isso. Não deixar o faturamento do Cantagalo cair, assim como não deixar a gestão nas mãos de qualquer um. O morro ainda era do Neguinho, mas era nossa responsabilidade enquanto a gente não conseguisse fazer a liberdade cantar. E a segunda meta era justamente essa, tentar tirar o cuzão de lá o mais rápido possível.

Terror: E o advogado? - perguntei pro VH.

VH: Ele tá lá tentando resolver. Mas já foi negado. O Neguinho vai ser transferido amanhã de manhã - murmurou - Aí, Formiga. Vai pra casa, irmão. Fica mec. Amanhã eu vou pro Cantagalo pra resolver o que tiver que resolver!

Formiga: Valeu, meu parceiro. Mas a gente ainda tem umas paradas pra alinhar.

Terror: Não é mais problema teu a partir de agora, Formiga. Pode ir, pô.

Ele me olhou boladão, mas se despediu com um toque e saiu.

Eu me joguei do lado do Vitor, no sofá.

VH: Deixa que amanhã eu broto lá e vejo o que tem que ser resolvido.

Terror: Tu tá bem pra isso? - perguntei, encarando ele - Se não tiver, eu assumo!

VH: Tô bem, irmão. Relaxa!

Terror: Jaé, então. Vou ficar na linha com o advogado, quando a gente souber pra onde o Neguinho vai ser transferido a gente da os pulo.

VH: Quer tentar fuga?

Terror: Não sei ainda, do jeito certo o cara não sai.

VH: Papo reto - concordou.

Terror: A gente tem que ter contato com o Neguinho pra ontem, pra saber o que tá rolando e o que a gente pode fazer pra tirar o cara de lá - respirei fundo, sentindo o cansaço bater - Vou pedir pra Luana entrar lá com os bagulho, no dia da visita. Ela tá precisando de uma grana, e a gente tá precisando de alguém com a ficha limpa.

VH: Laís vai saber disso?  - eu desviei o olhar, encarando a parede.

Terror: Ela vai acabar sabendo. Mas eu não tava afim de contar não.

VH: Quer que eu conte? - eu neguei com a cabeça.

A mão tava coçando pra acender um verdinho e relaxar, mas eu sabia que isso podia atentar o irmão, então me controlei.

Terror: Quando eu achar que é a hora eu mando o papo.

O Vitor se despediu e saiu, mas eu continuei por mais um tempo ali, só viajando nos bagulho que eu ia ter que resolver.

Por mim o Neguinho podia ficar longe, não fazia diferença, mas tava ciente dos tratamento dentro da cela e nem bicho merecia aquilo.

Além de tudo eu conseguia imaginar a neurose que ia bater na cabeça da dona de ter que lidar com as cria sentindo a falta do pai.

Meu celular tocou, e eu atendi a chamada depois de ver o nome da Laís na tela.

Laís: Guilherme?

Terror: Hum.

Laís: Onde você está?

Terror: Tô trabalhando. Resolvendo uns caô.

Ela ficou quieta por um tempo, e depois respirou fundo.

Laís: Está tudo bem? Saísse daqui todo estranho.

Terror: Ta tudo dez, Laís.

Laís: As crianças falaram alguma coisa que você não gostou? Ou eu?

Terror: Relaxa, nega. Tá tudo dez!

Laís: Hum. Então tá. Vai vir pra cá hoje?

Terror: Melhor não. Sei nem que horas saio daqui. Falo contigo amanhã, jaé?

Laís: Uhum. Tchau! - murmurou.

Desliguei a chamada e já fui atrás do meu cigarro e do isqueiro pra tentar aliviar a mente.

Tava pilhadão com as parada que eu ia ter que resolver. Mas de todas elas, lidar com a Vitória, o Pedro e a Laís, seria a missão mais difícil de todas.

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