Capítulo 17

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Terror ☠️

Entrei na salinha, encontrando as quatro sentadas no sofá que tinha ali. Laís estava mexendo nos cabelos, Luana nas unhas, Duda estava batendo os pés e a Bruna conversava com o Nando, que estava ali sentado no chão ao lado das crianças.

Elas correram pra abraçar o VH quando viram ele.

Laís sorriu fraquinho vendo a cena e eu engoli seco, sentindo um nó na garganta do nada.

A Duda estava branca, igual a um fantasma, e eu fiquei com vontade de rir. Todo mundo sabia que ela era doida pra pegar o VH, mas ele não queria. Garota era novinha mas representava legal, não entendia o porque dessa cisma dele de não fazer a felicidade da menina.

Luana sorriu pra mim, e eu fiz careta. Interesseira do cão.

A Bruna, minha parceirinha de uns corre, não estava nem aí pra nada.

O VH disse que ia levar as crianças pra verem o avô, e a Laís concordou. Eles saíram. O Nando continuou, mas se colocou de pé, perto da porta. Eu me encostei na mesa e cruzei os braços, encarando as garotas.

Terror: Quem vai começar a falar? - perguntei. Luana, Laís e Bruna começaram a falar um monte de coisa ao mesmo tempo e nem dava pra diferenciar nada - Porra, deu! Tu aí.

Duda: É Duda, Terror. É Duda!

Terror: Tu é a única que não abriu o bico. Fala aí.

Ela olhou pra Bruna, e depois olhou pra mim.

Duda: A gente estava caminhando pro parquinho, e as crianças tinham comprado sorvete. O Pedro fez que ia pegar a Vitória e ela se assustou e correu, esbarrou na perna da Luana e sujou tudo de sorvete - contou - A Vitória pediu desculpas, a Laís também, e a Luana veio cheia de moral, falando merda pra cima de todo mundo, inclusive das crianças.

Luana: Ai, você só conta o seu lado da história, né?

Laís: Só tem um lado da história, se manca!

Bruna: Alguém falou com você, loira de farmácia?

Terror: Eu mandei alguém além da garota ali falar? - perguntei, puto e bolado.

Mulher era dor de cabeça. Quatro mulheres juntas então, eu não precisava nem comentar.

Laís: O nome dela é Duda. Você não entendeu ainda?

Terror: Não me estressa, Laís - avisei e ela sorriu com deboche.

Luana: Você vai deixar essa fulana falar assim com você, vida? - fiz careta.

Terror: Luana, tu perdeu a noção?!

Bruna: Ah, ela tava metendo maior banca, dizendo que ia ser a futura patroa do morro quando você assumisse.

Neguei com a cabeça.

Terror: Só no teu sonho, mandada - respirei fundo - Ae, já me irritei pra caralho com vocês em cinco minutos, sumam da minha frente e se eu souber se mais algum vacilo vocês vão ser cobradas!

Elas se levantaram juntas e todas iam saindo da sala ao mesmo tempo, quando o mano Nando abriu a porta.

Terror: Laís - todas elas me olharam - Você fica.

As garotas saíram. O Nando saiu junto. Laís sentou na cadeira que tinha ali, atrás da mesa, no lugar que era meu, e colocou as pernas pra cima.

Laís: Controla o seu love da próxima vez, tá? - neguei com a cabeça e ela riu.

Terror: Controla tu o teu pitbull - o sorriso sumiu do rosto dela - Nenguinho declarou guerra. A gente não tá mais junto nessa.

Ela assentiu.

Laís: Ta. E o que eu tenho a ver?

Terror: Cuida dos teus filhos, e não quero saber dele pisando aqui no morro. Seja lá por qual motivo.

Laís: Tudo bem.

Terror: Só isso?

Laís: Não vou implorar pra você não matar o Flávio. Eu não tô nem aí pra ele. Ficou muito claro pra mim hoje, se não fosse o Vitor naquela cama, ele teria matado o cara, e podia ter me matado também. Eu só não quero os meus filhos envolvidos.

Terror: Quando o DG me deu o comando eu prometi pra ele que ia proteger ele e a família dele, mesmo que contra a vontade, se ligou? - ela concordou - Eu vou cumprir com a minha palavra.

Laís: Obrigada, Terror.

Eu funguei o ar, me apoiando na mesa.

Terror: Guilherme.

Ela sorriu sem mostrar os dentes e fez um X com os dedos na frente da boca. Mostrando que ia ficar calada.

Terror: Bora, te deixo na casa do DG.

Saímos da salinha, e todos os fofoqueiros pararam pra olhar. Inclusive a Bruna e a Duda que estavam ali.

Terror: Qual foi, ninguém trabalha não?

Eles pararam de nos olhar e voltaram para os seus afazeres. A Bruna sussurrou alguma coisa no ouvido da Duda que riu e o Nando continuou olhando, parecia que tava viajando.

Subi na moto e estendi minha mão pra ajudar a Laís a subir. Dessa vez ela aceitou. Eu ri, e ela nem me bateu. Liguei a moto e a gente subiu no sapatinho pra casa do DG.

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