Um ano depois...VH 🌪
VH: Deixa eu te assumir, vida?
Duda: Não - respondeu sorrindo, e deu um beijo na ponta do meu nariz.
Eu rolei os olhos e bufei altão.
Maria Eduarda se levantou da minha cama, terminado de calçar o tênis.
VH: Por que não? - perguntei, ainda deitado, enquanto ela se olhava no espelho do meu quarto - É pra ficar pegando os playboyzinho da tua faculdade né?
Duda: Eu não quero, VH. Gosto do que a gente tem assim, sem compromisso.
VH: Vitor - respondi boladão, odiava quando ela me chamava pelo vulgo - Sem compromisso é o caralho, qualquer dia vou meter uma aliança no teu dedo e tu não vai nem ver.
Ela riu, e passou a mão nos cabelos, ajeitando da forma que queria.
Garota tava me fazendo de otario a uns dez meses.
Eu tava de quatro por ela, isso era um fato. Tinha nem o que discutir. Não queria nenhuma outra além dela, e tava doido pra colocar no meu nome, mas a filha da puta batia o pé que não tava no momento pra isso, porque tinha a faculdade de pedagogia que ela tinha conseguido entrar, e tava dando a vida pra isso.
Mas a gente sempre tava junto, em qualquer lugar e em qualquer momento. Não entendi a graça de não assumir a gente de vez.
Me levantei da cama abracei o corpo dela por trás, olhando pro nosso reflexo no espelho.
Maria sorriu fraquinho depois de eu deixar um beijo no pescoço dela.
VH: Se eu te pegar dando mole pra algum playboy eu corto teu cabelo e mato o desgraçado.
Duda: Você me fala isso todos os dias - me empurrou - Chato!
VH: É pra tu ficar ligada.
Duda: Não quero que você me assuma porque nem tenho tempo pra um namoro, e você é emocionado, já quer saber de casar. Não quero saber de outro homem, só quero organizar a minha vida primeiro.
VH: Mas tu já não sai daqui mermo.
Duda: E dai? Tá reclamando?
VH: Eu não, vida. Tá doida? Se tu quiser a casa é tua, eu até saio.
Ela soltou uma gargalhada gostosa e eu apertei a bunda dela.
Duda: Eu não saio daqui, mas eu não tenho responsabilidade nenhuma de vir pra cá. É diferente. E eu sou nova ainda, Vitor, relaxa um pouco.
Eu dei de ombros e voltei a me jogar na cama.
VH: Problema teu, né. Eu vou falar isso todos os dias da minha vida até tu aceitar.
Duda: Juro que eu penso no seu caso se você me levar pra aula hoje - choramingou.
Eu neguei com a cabeça, e fiquei de pé em um pulo, indo pegar a chave da minha moto.
Nem me iludi, porque ela fazia chantagem comigo todo dia, sempre que queria alguma coisa.
Levei a minha gata pra faculdade dela, e depois voltei pro morro, indo direto pra boca. O dia hoje ia ser tenso.
Era o dia da fuga do Neguinho.
Ele ia ser transferido pra outra penitenciária, e a gente ia fazer a troca no caminho.
Eu não ia botar a minha cara por ele. Nem eu e nem o Terror. Mas era a gente que tava comandando a operação.
Neguinho ficou maior tempão na cela, fez uma caralhada de coisa pra tentar separar a Laís do Terror, então nem eu e nem eles estávamos tão felizes assim com essa fuga... mas o cara ainda era nosso aliado.
E pra ajudar era aniversário da minha irmã, e ia ter a maior festa surpresa na casa dela pra comemorar, porque o Terror chamava a garota de mimada, mais fazia as vontades dela mais do que qualquer um.
Coisa pra caralho mudou em um ano.
Um ano limpo, pô. Nem me dava mais vontade. Eu até tomava uma cervejinha de vez em quando, mas não era nada demais. Não tinha usado nenhuma outra droga. Nem maconha eu fumava mais. E todas as vezes que me dava vontade, quando eu ainda estava no processo de me recuperar, era do meu pai que eu lembrava.
Minha meta era dar orgulho pra ele, onde estivesse, assim como para o meu mano, minha irmã, meus sobrinhos e agora pra Duda, que era a peça mais importante de tudo isso. E eu tava no caminho certo.
Tava apaixonadão por aquela garota, e as vezes ficava bolado pensando que se eu tivesse me ligado nela antes, hoje a gente poderia estar com uns menorzinho por aí, e casados de vez.
Mas a Duda sempre me falava o quanto tinha amadurecido com tudo, e o quanto ela estava feliz.
E na moral?
Era tudo que importava.
Paz e amor pra mim e pra minha novinha.
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Inabaláveis
RomanceNa vida você só tem uma escolha. Lutar até o fim pelo certo e pelo que é seu, mesmo que custe a sua vida. Deixar se abalar nunca foi uma opção!