Capítulo 10

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VH 🌪

Quando meu pai chegou, com um papo de que não importava mais o que acontecesse, ele iria se entregar e deixar o bagulho rolar, o meu mundo caiu, papo reto.

Nunca tinha me sentido tão sem chão, sem rumo.

Tinha discutido com ele, porque não aceitava essas parada. Bandido não podia ser abatido tão fácil, ainda mais o DG, que era o melhor entre os melhores. Amava o que fazia, e não era a toa que conseguiu mais de vinte anos no poder, com uns fodido ameaçando, mas ninguém nunca conseguiu tomar dele o que era de direito. E essa meta quem tinha me ensinado era ele, então nada fazia sentido.

Troquei um papo com o meu mano Terror, e ele me deu apoio pra caralho e disse que ia tentar arrancar do meu pai o que ele tava escondendo.

Perguntei se o Terror estava pronto pra assumir o comando. Ele disse que sim, mas que ainda precisava do DG do lado.

Depois de horas trancado na sala, cheirando, fumando e viajando na onda que os bagulho me proporcionava, eu já não sentia mais medo. Tava me sentindo pronto pra encarar aquilo de peito aberto, e foi quando eu tomei a coragem de ir até o meu pai pra contar do que eu tinha decidido, que eu ouvi a primeira explosão.

Meu corpo suava. A camiseta branca colava na minha pele e me causava desconforto. O suor se acumulava na minha testa e no meu pescoço. Meu coração batia tão rápido que parecia que ia sair pela minha boca.

Apertei os olhos, procurando pela arma encima da mesa. Mas tudo o que eu consegui alcançar foi o pó branco que se espalhou por toda a mesa preta.

Não tinha mais barulho, eu não ouvia nada.

Tentei levantar e sair andando para a rua, sem arma, sem porra nenhuma. Eu me sentia indestrutível pra caralho e nada ia conseguir me atingir. Só o chão, quando eu tropecei nos meus próprios pés e dei de cara na cadeira, caindo deitado no chão.

Ouvi me chamarem, mas tava foda. Não conseguia levantar porque meu corpo doía, porque a droga estava em cada parte do meu corpo, e porque eu não conseguia desviar os olhos do teto branco da salinha.

Fechei os olhos com força, querendo ouvir e pelo menos entender quem me chamava. Mas quando eu fechei, não consegui mais abrir e apaguei completamente.

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